Na quinta-feira (6), a moeda norte-americana caiu 0,89%, cotada a R$ 5,2498. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira subiu 1,07%, aos 121.598 pontos. Dólar
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O dólar voltou a subir e opera em forte alta nesta sexta-feira (7), com investidores mais uma vez de olho nos sinais sobre o futuro dos juros dos Estados Unidos. Entenda mais abaixo os fatores que têm impulsionado a moeda nos últimos dias.
Segundo informações do Departamento do Trabalho norte-americano, a criação de vagas de trabalho na maior economia do mundo cresceu mais do que o esperado em maio, voltando a trazer temores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) volte a adiar o início do ciclo de cortes das taxas por lá.
A política monetária em outros países desenvolvidos também fica no radar.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), opera em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 16h15, o dólar subia 1,38%, cotado em R$ 5,3238. Na máxima, chegou a R$ 5,3273. Veja mais cotações.
Na quinta-feira (6), a moeda norte-americana caiu 0,89%, cotada a R$ 5,2498.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,91% na semana e no mês;
ganho de 9,16% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa operava em queda de 1,79%, aos 120.699 pontos.
Na quinta-feira, o índice encerrou em alta de 1,07%, aos 121.598 pontos.
Com o resultado, acumulou quedas de:
0,57% na semana e no mês;
9,52% no ano.
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O que explica a forte alta do dólar nos últimos dias?
Com uma série de indicadores norte-americanos no radar dos investidores, o principal impulsionador do dólar nas últimas semanas são as incertezas sobre qual deve ser a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na condução dos juros do país.
Desde a semana passada, por exemplo, dados econômicos dos Estados Unidos já têm sinalizado que a maior economia do mundo pode estar desacelerando — com uma inflação mais sob controle e um mercado de trabalho menos pressionado.
Com números como inflação e atividade mais controlados, o mercado volta a acreditar que o Fed, pode iniciar o seu ciclo de cortes nos juros em setembro.
O mercado, no entanto, tem tido dificuldades em transformar a percepção de uma inflação mais controlada em certeza sobre o que esperar dos juros na maior economia do mundo.
Nesta sexta-feira (7), por exemplo, dados do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos indicaram que a economia do país criou muito mais empregos do que o esperado em maio. Além disso, o crescimento anual dos salários voltou a acelerar, ressaltando a resiliência do mercado de trabalho.
Já na quarta-feira (5), dados do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) voltaram a indicar um crescimento do setor de serviços nos EUA.
Esses números voltam a trazer incerteza sobre qual deve ser a postura do Fed na condução dos juros nos EUA.
Vale ressaltar que juros mais altos nos EUA jogam a favor do dólar, já que tornam os rendimentos norte-americanos mais atraentes para investidores estrangeiros.
Outro fator que também tem corroborado com a alta do dólar ante o real nas últimas semanas é a variação de preços das commodities e o cenário da balança comercial brasileira, bem como as incertezas sobre o quadro fiscal brasileiro.
Entenda mais sobre os fatores que tem impulsionado a alta do dólar na reportagem abaixo:
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O que mais está mexendo com os mercados nesta semana?
Ao longo dessa semana, outros fatores também ficaram na mira dos investidores. Na terça-feira (4), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil subiu 0,8% no primeiro trimestre deste ano em comparação aos três meses anteriores.
Na relação anual, a alta foi de 2,5%. O movimento veio puxado principalmente pelo setor de serviços, que teve alta de 1,4% no período. A agropecuária também cresceu, registrando variação positiva de 11,3%. A indústria, porém, apresentou leve queda, de 0,1%.
Já no exterior, as atenções ficaram voltadas para a Europa, após o Banco Central Europeu (BCE) realizar o primeiro corte de juros básicos em cinco anos.
Em novas previsões, o BCE afirmou que estima que a inflação ficará em média de 2,2% em 2025 — acima de uma estimativa anterior de 2,0% e, portanto, acima da meta de 2% da instituição.
"Apesar do progresso nos últimos trimestres, as pressões internas dos preços continuam fortes já que o crescimento dos salários está elevado, e a inflação provavelmente permanecerá acima da meta até o próximo ano", afirmou a presidente do BCE, Christine Lagarde, em coletiva de imprensa na véspera.
Com a decisão desta quinta-feira, o BCE se junta aos bancos centrais do Canadá, da Suécia e da Suíça, desfazendo algumas das sequências mais acentuadas de aumentos das taxas de juros na história recente.