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ECONOMIA BRASIL

Dólar opera em baixa após decisão unânime do Copom de manter taxa Selic a 10,50% ao ano

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No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,15%, cotada a R$ 5,4417, renovando o maior patamar desde janeiro de 2023. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira operava em alta nos últimos minutos do pregão. Dólar

Karolina Grabowska/Pexels

O dólar opera em bixa nesta quinta-feira (20), com investidores repercutindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) de manter a Selic, taxa básica de juros, inalterada em 10,50% ao ano.

A decisão já era amplamente esperada pelo mercado, tendo em vista a volta da aceleração da inflação e a disparada recente do preço do dólar.

No entanto, algo que agradou investidores foi o fato de decisão pela manutenção dos juros no atual patamar ter sido unânime entre todos os dirigentes do Copom.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Às 09h40, o dólar caía 0,62%, cotado a R$ 5,4077. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,15%, cotada a R$ 5,4417. Na máxima do dia, no entanto, enquanto o mercado aguardava o Copom, chegou a bater R$ 5,4826.

Com o resultado, acumulou altas de:

1,11% na semana;

3,67% no mês;

12,14% no ano.

Ibovespa

O Ibovespa começa a operar às 10h.

Na véspera, o índice fechou com alta de 0,53%, aos 120.261 pontos.

Com o resultado, acumulou:

alta de 0,50% na semana;

queda de 1,50% no mês;

recuo de 10,38% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?

Após sete reduções seguidas na taxa Selic o Copom decidiu fazer uma pausa no ciclo de cortes nesta quarta-feira (19). A decisão veio em linha com as atuais expectativas do mercado, mas ainda representa uma previsão maior de juros para 2024 em relação ao observado no começo do ano.

Para analistas, tão importante quanto a própria decisão do colegiado foi o fato de ela ter sido unânime. Votaram para manter a Selic no atual patamar todos os diretores do Copom e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que tem sido alvo de críticas do presidente Lula (PT).

A reunião anterior do colegiado (em 8 de maio) foi marcada por uma divisão de votos: os antigos diretores queriam um corte de 0,25 pontos percentuais na taxa de juros, enquanto os novos diretores, indicados por Lula, votaram por um corte maior, de 0,50 ponto. O voto de minerva foi do presidente do BC — concretizando, então, o corte de 0,25 ponto.

Aquele cenário elevou os receios do mercado de que os novos diretores pudessem optar por uma condução mais frouxa da política monetária — em linha com o que quer o governo. Por isso, a nova decisão do Copom, mais dura e unânime, foi vista com alívio por investidores.

O grande destaque do dia fica com a reunião do Copom. A expectativa geral é que o BC mantenha os juros em 10,50% ao ano, mas o mercado aguarda mais detalhes que serão divulgados no comunicado da instituição após o encontro.

No início da semana, pesou sobre o mercado declarações feitas pelo presidente Lula, que voltou a criticar a postura do BC em relação aos juros, afirmando que o país não precisa de uma taxa elevada.

"Temos situação que não necessita essa taxa de juros. Taxa proibitiva de investimento no setor produtivo. É preciso baixar a taxa de juros compatível com a inflação. Inflação está controlada. Vamos trabalhar em cima do real", completou.

Lula disse que o BC é a "única coisa desajustada" no Brasil e que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, "trabalha para prejudicar o país".

"Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Presidente que tem lado político, que trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está", afirmou Lula, em entrevista à Rádio CBN.

Sobre o presidente do BC, Lula disse que Roberto Campos Neto tem pretensões políticas e sugeriu que ele pode assumir um cargo no Governo do Estado de São Paulo quando seu mandato acabar: "A quem esse rapaz é submetido? Como vai a festa em SP quase assumindo candidatura a cargo no governo de SP? Cadê a economia dele?", questionou.

Vale lembrar que o mandato de Campos Neto acaba em 2024 e que, desde 2021, a legislação brasileira determina a autonomia do BC, que deve tomar suas decisões sem interferência política. No entanto, Lula afirmou que vai indicar para a presidência da instituição alguém com "compromisso com o crescimento do país".

A legislação determina que o presidente e os diretores do BC terão mandatos de 4 anos não coincidentes com a presidência da República - um novo presidente assume o BC, então, no terceiro ano de mandato de cada presidente da República.

Cabe ao presidente da república indicar nomes para o comando do BC, mas estes só serão aprovados com aval do Senado Federal.

'Só temos uma coisa desajustada no Brasil: é o comportamento do Banco Central', diz Lula

Junto a isso, pesa a incerteza fiscal sobre o Brasil. Na última semana, falas do presidente Lula aumentaram a percepção de que o governo não conseguirá reduzir seus gastos, o que fez disparar o preço do dólar.

Na entrevista à CBN, Lula também foi questionado sobre corte de gastos do governo, outr ponto de tensão nos mercados nos últimos dias. Ele afirmou que o governo prepara uma proposta de Orçamento para encaminhar ao Congresso, mas não deu detalhes sobre redução de despesas.

Perguntado sobre gastos com previdência, despesas com saúde e educação e aposentadoria de militares, Lula disse que "nada é descartável".

Na segunda-feira (17), em entrevista a jornalistas após reunião com o presidente Lula para analisar as contas do governo e preparar a elaboração do Orçamento de 2025, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad e do Planejamento, Simone Tebet, afirmaram que o nível elevado de renúncias fiscais na conta do governo federal chamou a atenção do presidente.

"São duas grandes preocupações: o crescimento dos gastos da Previdência e da renúncia tributária. E o aumento dos gastos da Previdência está relacionado também ao aumento das renúncias tributárias", disse Tebet.

"Esses números foram apresentados ao presidente. Ele ficou extremamente mal impressionado com o aumento dos subsídios", acrescentou a ministra.

Além disso, outro fator que tem impulsionado o dólar nas últimas semanas é a perspectiva de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos. Analistas previam que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deveria iniciar um ciclo de corte nas taxas no começo do ano, o que não aconteceu.

Agora, o mercado espera que isso ocorra somente uma vez nos últimos três meses de 2024, tendo em vista que a economia dos Estados Unidos se mostrou resiliente durante todo o primeiro semestre.

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