Ministro da Fazenda disse também que não vê tensão entre o governo e o Banco Central. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a meta de inflação será de 3% para 2025 e 2026.
Ele falou com jornalistas após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quarta-feira (26).
Atualmente, o alvo já está nesse mesmo patamar, de 3%, com intervalo de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
Com isso, a inflação pode oscilar entre 1,5% e 4,5% sem que a meta seja considerada descumprida.
Haddad afirmou que há esse compromisso com a meta. "Isso foi decidido ano passado", ratificou.
O conselho é composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O governo federal publicou nesta quarta-feira (26), em edição extra do Diário Oficial da União, o decreto que altera o sistema de metas da inflação para criar uma "meta contínua".
De acordo com o decreto, a meta central, e o intervalo de tolerância (banda para cima ou para baixo), dentro do qual será considerada cumprida, serão fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) - após proposta elaborada pelo ministro da Fazenda.
Há cerca de um ano, Haddad já havia anunciado que o Banco Central passará a adotar a meta contínua de inflação.
O que muda na prática?
Atualmente, a meta de inflação trabalha com um período fechado: de janeiro a dezembro de um determinado ano.
Assim, o objetivo é que a inflação medida em dezembro, acumulada desde janeiro anterior, esteja dentro da meta. No caso de 2025, o centro dessa meta é de 3%.
Com uma meta contínua, passa a importar o intervalo de 12 meses, em qualquer momento do ano. Ou seja: o objetivo é contínuo, mês a mês, o que passa uma mensagem de maior estabilidade e previsibilidade.
Como vai funcionar
O novo sistema entra em vigor em 1º de janeiro de 2025.
A partir de então, segundo o decreto, a inflação será analisada mês a mês, com base nos 12 meses anteriores.
Ou seja: em junho de 2025, por exemplo, o governo vai verificar se a inflação acumulada desde julho de 2024 está perto ou longe dos 3% (se não houver mudança na meta).
O novo decreto prevê que a meta será considerada como descumprida quando esse resultado estiver fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.