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Governo detalha congelamento de R$ 15 bilhões; pastas da Saúde e das Cidades são as mais atingidas

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Por REDAÇÃO: NOVA TV ALTO TIETÊ em 31/07/2024 às 00:07:22

Cortes nas emendas parlamentares chegam a R$ 1,1 bilhão. PAC terá congelamento de R$ 4,5 bilhões. O governo federal detalhou nesta terça-feira o aperto de R$ 15 bilhões nos gastos, anunciado há quase duas semanas. A medida foi necessária para que as regras fiscais (das contas públicas) sejam cumpridas em 2024.

Os ministérios da Saúde e das Cidades foram os mais afetados pelos cortes.

O Ministério da Saúde teve uma redução de R$ 4,4 bilhões. O das Cidades perdeu R$ 2,1 bilhões. Transportes e Educação também foram atingidos, com queda de R$ 1,5 bilhão e R$ R$ 1,2 bilhão respectivamente.

O PAC, principal programa de obras do governo, teve R$ 4,5 bilhões congelados. Os investimentos do PAC são distribuídos entre várias pastas. Por isso, pode haver cortes nas Cidades e cortes nos Transportes que se refiram ao PAC.

As emendas parlamentares, R$ 1,1 bilhão.

Foram congelados R$ 9 bilhões em despesas discricionárias da União. Os gastos discricionários são aqueles não obrigatórios. Salários de servidores, por exemplo, são gastos obrigatórios.

A lista das pastas mais afetadas não considera o tamanho do corte em relação à verba total de cada área. O Ministério da Saúde, por exemplo, também tem um dos maiores orçamentos da Esplanada.

Haddad: corte de R$ 25,9 bi de despesas obrigatórias

O detalhamento da contenção de despesas foi publicado nesta terça-feira (30) em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

Emendas parlamentares

O corte também atingiu parte das emendas parlamentares, recursos reservados no Orçamento da União para serem aplicados conforme a indicação de deputados e senadores. É o principal instrumento utilizado pelos parlamentares para enviar recursos para suas bases eleitorais.

Ao todo, contando todos os tipos de emendas, o Orçamento de 2024 prevê cerca de R$ 50 bilhões para esses gastos, divididos nos seguintes tipos de emendas:

individuais: são impositivas (o governo é obrigado a pagar). Cada parlamentar tem um valor para indicar individualmente no Orçamento. O montante total para esse tipo em 2024 é de R$ 25 bilhões

bancadas estaduais: também são impositivas. A indicação de como serão aplicadas cabe aos deputados e senadores de um mesmo estado. Neste ano, o valor é de R$ 11,3 bilhões para essas emendas

comissão: não impositivas. recursos indicados por colegiados temáticos no Congresso, tanto da Câmara, quanto do Senado. Após derrubada de um veto de Lula, essa categoria somará cerca de R$ 15 bilhões

Regras fiscais

O governo fez o ajuste para seguir as regras de dois mecanismos de controle das contas públicas.

Um deles é o arcabouço fiscal, que prevê que o limite de crescimento dos gastos é de 2,5% ao ano, descontada a inflação.

Entenda o arcabouço fiscal em números

g1

Se a previsão de despesas no ano ultrapasse esse teto, o governo faz um bloqueio. Esse mecanismo é mais difícil de ser desfeito. O bloqueio foi no valor de R$ R$ 11,2 bilhões.

Outra regra é a meta fiscal. A meta do governo neste ano é gastar apenas o que conseguir arrecadar, o chamado déficit zero. Essa conta não considera despesas financeiras, como gastos com juros da dívida.

Para não deixar esse limite estourar, o governo faz um contingenciamento, ou seja, congela despesas. O contingenciamento é mais fácil de ser desfeito. Esses gastos podem ser novamente liberados, por exemplo, se houver uma arrecadação acima do esperado.

Projeção das contas

Na semana passada, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento informaram que as contas do governo deverão registrar um déficit de R$ 28,8 bilhões em 2024. Essa projeção é a mais recente.

O valor é o limite da meta de contas públicas, prevista no arcabouço fiscal, que limita o rombo a exatamente R$ 28,8 bilhões.

A meta do governo é de déficit zero. Mas, pelas regras do arcabouço fiscal, há uma banda de 0,25 ponto percentual do PIB para cima e para baixo da meta fiscal. O rombo máximo é de R$ 28,8 bilhões – projetado agora pelo governo.

Fonte: ECONOMIA

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