No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,15%, cotada em R$ 5,6173. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou com um recuo de 0,64%, aos 126.139 pontos. Dólar
Karolina Kaboompics/Pexels
O dólar opera em alta nesta quarta-feira (31), com investidores à espera das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
A expectativa é que os dois países mantenham suas taxas de juros inalteradas, mas o mercado quer ver os comunicados emitidos pelas instituições para entender quais devem ser os próximos passos em relação aos juros.
No Brasil, destaque também para o cenário fiscal, após o governo detalhar, na véspera, o plano de corte de R$ 15 bilhões em gastos públicos, numa tentativa de equilibrar as contas.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também opera em alta, puxado pelas empresas de commodities.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 10h20, o dólar subia 1,01%, cotado a R$ 5,6741. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 0,59%, cotada em R$ 5,6245.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,72% na semana;
ganho de 0,52% no mês;
alta de 15,76% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,65%, aos 126.958 pontos.
A Vale e a Petrobras avançavam 1,10% e 1,50%, respectivamente, acompanhando a valorização do minério de ferro e do petróleo, que reagem ao crescimento das tensões no Oriente Médio.
Na véspera, o índice fechou em queda de 0,64%, aos 126.139 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
queda de 0,94% na semana;
ganhos de 1,92% no mês;
perdas de 5,88% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
O mercado espera hoje pelas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
A primeira decisão virá lá de fora, com o Fed divulgando suas taxa de juros às 15h. A expectativa geral do mercado é que os juros continuem entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas há grande curiosidade sobre o que a instituição dirá no comunicado da reunião.
É no comunicado que mais detalhes sobre o futuro das taxas de juros são dados. Investidores aguardam uma sinalização sobre quando o Fed deve começar a cortar os juros, o que boa parte dos participantes do mercado acredita que deve acontecer já em setembro, tendo em vista o ambiente inflacionário mais controlado na maior economia do mundo.
O PCE - que é o índice de inflação preferido do Fed, pois considera, em seu cálculo, apenas uma cesta dos bens e serviços mais utilizados pela população em determinado período - desacelerou no último mês a 2,5% na taxa anual, em linha com as projeções.
Segundo a ferramenta de monitoramento das expectativas FedWatch, do CME Group, 89,6% dos participantes do mercado esperam que os juros caíam 0,25 pontos percentuais em setembro, dando início ao ciclo de cortes.
No Brasil, a estimativa também é de que o Copom mantenha a taxa Selic inalterada, em 10,50% ao ano, enquanto as projeções de inflação continuam subindo e a questão fiscal do governo permanece um ponto de cautela e incerteza para o mercado.
O destaque, porém, ficará com o comunicado do comitê, divulgado após a reunião. Investidores querem ver mais detalhes sobre quais foram os pontos de atenção do Copom na análise e o que deve estar no radar nos próximos meses e possa ser determinante para o futuro dos juros no país.
Ainda no cenário doméstico, o fiscal continua chamando a atenção. Em meados de julho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um bloqueio de R$ 11,2 bilhões no Orçamento de 2024. Além disso, anunciou também um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões, totalizando R$ 15 bilhões.
À época, o ministro explicou que as medidas eram necessárias para cumprir a regra de gastos do governo prevista no arcabouço fiscal. De maneira geral, o arcabouço determina que despesas só podem crescer em uma certa proporção das receitas.
Ontem, o governo detalhou os cortes e os ministérios da Saúde e das Cidades foram os mais afetados pelos cortes, com o primeiro tendo uma redução de R$ 4,4 bilhões e o segundo, de R$ 2,1 bilhões. Transportes e Educação também foram atingidos, com queda de R$ 1,5 bilhão e R$ R$ 1,2 bilhão respectivamente.
O PAC, principal programa de obras do governo, teve R$ 4,5 bilhões congelados. Os investimentos do PAC são distribuídos entre várias pastas. Por isso, pode haver cortes nas Cidades e cortes nos Transportes que se refiram ao PAC.
As emendas parlamentares, R$ 1,1 bilhão.