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ECONOMIA BRASIL

Haddad defende revisão de programas para corrigir distorções: 'O fiscal é importante, mas não é o todo'

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Ministro da Fazenda afirmou que programas sociais mal gerenciados não atingem o devido público e podem prejudicar a atividade econômica. Ele participou nesta terça-feira de evento do banco BTG Pactual, em São Paulo. Ministro Fernando Haddad participa de conferência do BTG Pactual

Reprodução

O ministro da Fazenda Fernando Haddad defendeu mais uma vez, nesta terça-feira (20), que a revisão de programas sociais estudada pelo governo tem o objetivo de controlar os gastos públicos enquanto garante que os benefícios cheguem à população que necessita de auxílios.

"O fiscal é importante, mas não é o todo", disse Haddad, em evento do banco BTG Pactual, em São Paulo.

O ministro disse que a equipe econômica apresenta as possibilidades de correção nos programas sociais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não apenas para ajustar as contas públicas, mas também para que a atividade econômica não seja impactada por uma falha de gerenciamento dos benefícios.

"Não podemos correr o risco de tirar do mercado de trabalho quem pode trabalhar por uma distorção de um programa mal gerenciado", afirmou o ministro.

Os Ministérios da Fazenda, Planejamento e Previdência têm estudado medidas de atualização de cadastro e "pentes-finos" em benefícios, para que programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) fiquem restritos a quem realmente precisa.

Pelo lado do mercado financeiro, há preocupação com a situação das contas públicas e pressão pelo corte de despesas. O governo já anunciou um congelamento de R$ 15 bilhões do Orçamento, mas os analistas creem que não será o suficiente para cumprir as metas determinadas pelo arcabouço fiscal.

Ainda no evento desta manhã, o ministro destacou que "o Brasil é capaz de dar um salto" de crescimento econômico, mas que o avanço "também inspira cuidados". Segundo ele, o governo precisa ser capaz de evitar ou corrigir distorções na economia, em especial o avanço da inflação.

Segundo Haddad, "não existe nenhum motivo para que o Brasil não cresça mais do que a média global", tendo em vista que o país tem demonstrado uma atividade econômica forte e um mercado de trabalho resiliente.

Mas o ministro explica que, a partir do momento que o país começa a se aproximar do pleno emprego, e a alcançar o limite da capacidade produtiva instaurada, o governo precisa "ajustar variáveis para garantir a qualidade do crescimento".

Em outras palavras, quando a atividade econômica está muito forte, a população tem mais ímpeto para consumir e a demanda por produtos e serviços sobe. Esse impacto na oferta pode gerar aumento de preços se as empresas não conseguirem elevar a produção.

Em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deu um susto nos mercados. O índice mostrou que os preços subiram 0,38% no mês, chegando aos 4,5% no acumulado em 12 meses.

Esse percentual é o teto da meta de inflação do Banco Central (BC) para 2024. A meta é de 3%, mas é considerada cumprida entre 1,50% e 4,50%. Como mostrou o g1 nesta terça-feira, a inflação no teto da meta joga mais pressão sobre a atuação do BC na determinação da taxa básica de juros, que atualmente está em 10,5% ao ano.

Se há uma tendência de alta persistente e generalizada da inflação, com os núcleos mensais do IPCA (que eliminam a cada mês as maiores e as menores variações dos preços que compõem o índice cheio) subindo, a instituição pode optar por ter uma política de juros mais dura, o que pode prejudicar o crescimento econômico.

Além de Haddad, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, também fala no evento desta terça-feira. Durante discurso de abertura da conferência, o presidente do BTG Pactual, André Esteves, disse que "Fernando Haddad tem sido um herói na defesa da economia brasileira".

Inflação bate no teto da meta de 4,5% no acumulado até julho; e agora?

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