Júri acontece no fórum da Barra Funda em São Paulo. Caso aconteceu em 2021, em Poá, na Grande São Paulo. Os irmãos Fernanda, Gabriel e Lorenzo foram carbonizados após o quarto onde dormiam pegar fogo. Júri popular da pai acusado da morte dos três filhos em Poá começa nesta quarta-feira
O júri popular de Ricardo Reis de Faria e Vieira, acusado da morte de seus três filhos adotivos após um incêndio na casa onde viviam, em Poá, na Grande São Paulo, entra em seu segundo dia nesta quinta-feira (22). O júri começou na manhã de quarta-feira (21), no Fórum da Barra Funda, na capital paulista. E se estendeu até a noite. Ricardo foi preso no dia seguinte à morte das crianças e segue detido.
Os irmãos Fernanda, Gabriel e Lorenzo foram carbonizados após o quarto onde eles dormiam pegar fogo. O caso aconteceu em fevereiro de 2021. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), o réu responde por homicídio triplamente qualificado.
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O Conselho de Sentença é formado por sete jurados, dividido entre cinco mulheres e dois homens. Na pauta consta o nome de oito testemunhas, sendo quatro de acusação e quatro de defesa.
O julgamento é presidido pela juíza Clara Lacerda de Almeida Barros. Na manhã desta quinta-feira está sendo exibido o depoimento da filha da última testemunha. Como ela é menor, o vídeo está sendo exibido para os jurados de portas fechadas.
Na pauta do júri ainda consta o depoimento do réu, depois a previsão é que aconteça o debate e em seguida a votação dos jurados com a sentença
Ricardo Reis já passou por outros júris que foram anulados ou dissolvidos como em dezembro de 2023. Segundo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), durante o julgamento Ricardo Reis afirmou que a advogada que atuava como assistente de acusação o acompanhou no dia do ocorrido na delegacia de polícia.
Ao ser questionada se via nesse fato um prejuízo a defesa do acusado, a defensora dele afirmou que sim. Segundo o TJSP, o promotor de Justiça também pediu a dissolução por receio de alegação de uma nulidade, caso o júri continuasse com a participação da advogada. Com isso, o júri foi dissolvido.
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Expectativa pelo júri
Antes do julgamento, que começou por volta das 10h30, Thereza Vieira, avó das crianças, disse que o maior desejo do julgamento é pela sentença.
"A gente não aceita mesmo. Não aceito, não aceito mesmo. Quero justiça. Vou ficar até o final, até o final. Eu quero que saia uma sentença", disse Thereza Vieira, avó das crianças.
Doroti Moreira, madrinha de Lorenzo, contou que o menino passou por um processo de adoção antes de ser acolhido por Ricardo e Leandro. "O duro é ter a coragem de saber da existência de uma pessoa assim. Porque eu acompanhei todo o processo da primeira adoção. Da segunda colaborei com até leite para o bebê porque o Lorenzo era especial na questão do leite. Afeta muito. Como madrinha, amiga, você fica assim 'isso existe, gente?'".
"Tem três anos e meio que se passaram. Muito difícil. Eu tento não olhar para a casa, mas aquela imagem de quando eu cheguei, tudo queimando. Eu sofri danos, estou sofrendo danos até hoje com o imóvel, com tudo. Mas eu acho que o principal pra mim foram as crianças", contou Solange Baraldini, vizinha das crianças.
O g1 tentou contato com a defesa de Ricardo, mas não houve resposta até o momento.
O caso
De acordo com a Polícia Civil, Ricardo disse em depoimento que teria acordado na madrugada de 17 de fevereiro de 2021 com o cheiro de fumaça e tentou arrombar o quarto dos filhos, que estava trancado e que também tinha grades na janela. Como não conseguiu, foi até a delegacia, que fica a poucos metros de distância, para pedir ajuda.
Apesar de o pai ter afirmado que acordou com o cheiro, uma testemunha disse aos policiais que escutou uma voz pedindo ajuda.
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Cristiane Aparecida Athos/Arquivo Pessoal
Gabriel Reis de Faria e Vieira, de 9 anos, Fernanda Verônica Reis de Faria e Vieira, de 14 anos, e Lorenzo Reis de Faria e Vieira, de 2 anos. Em 2014, Ricardo e Leandro José Reis, que na época eram casados, adotaram Fernanda e Gabriel. Em 2019, Lorenzo chegou à família.
Na época do caso, Ricardo e Leandro estavam separados, sendo que as crianças estavam com Ricardo no dia do ocorrido. Os pais das crianças viveram juntos por cerca de 13 anos.
O corpo de Fernanda, de 14 anos, foi encontrado no banheiro. Lorenzo estava no centro do quarto das crianças e Gabriel estava próximo a uma janela.
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