Em pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (22), Marçal cresceu de 14% para 21% e alcançou o patamar de empate técnico triplo com Boulos (23%) e Nunes (19%). O crescimento expressivo de Pablo Marçal (PRTB), demonstrado na pesquisa Datafolha nesta quinta-feira (22), é uma péssima notícia para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu clã.
Não apenas porque Marçal ultrapassou numericamente – mas em empate dentro da margem de erro – o candidato que Bolsonaro e seu grupo apoiam, o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
O pior é mostrar que Bolsonaro não tem o condão de transferir votos de quem simpatiza com ideias que o elegeram em 2018 e construíram seu apoio e votos na corrida eleitoral de 2022.
Datafolha: Boulos tem 23%, Marçal sobe para 21% e Nunes registra 19%, em empate técnico triplo na disputa por SP
Marçal conquistou, em um momento ainda precoce da corrida à Prefeitura, intenção de voto de eleitores que escolheram Bolsonaro em 2022 (21%) e daqueles que votaram também no governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), escolhido candidato por Bolsonaro, mas que já ganhou fôlego político próprio.
O ex-coach conquista os votos usando as mesmas técnicas que o bolsonarismo usou: forte atenção a redes sociais, polêmica, frases desconcertantes, ataques e um apelo à antipolítica. É, na verdade, um pupilo muito mais genuíno do método que construiu o próprio Bolsonaro do que Ricardo Nunes.
A família Bolsonaro já acusou o golpe: nos últimos dias, os filhos do ex-presidente e o próprio Jair trocaram farpas com Marçal nas redes sociais.
Caberá a Bolsonaro entrar em campo com muito mais força se quiser eleger seu candidato na maior cidade do país. Se quiser defender seu poder como cabo eleitoral, Bolsonaro precisa passar no teste de provar ao eleitor que sabe quem representa melhor suas próprias ideias.
Não importa o que a propaganda eleitoral diga, o eleitor que optou por Bolsonaro no passado agora escolhe Marçal.