G1
Ricardo Reis de Faria foi condenado a 67 anos e 14 dias de prisão em regime inicial fechado. Crime aconteceu em fevereiro de 2021. Júri começou na manhã de quarta-feira (21), no Fórum da Barra Funda, e terminou na madrugada desta sexta-feira (23). Ricardo Reis de Faria e Vieira em entrevista à TV Diário em 2019Reprodução/TV DiárioRicardo Reis de Faria, acusado da morte de seus três filhos adotivos após um incêndio na casa onde viviam em Poá, na Grande São Paulo, foi condenado a 67 anos e 14 dias de prisão em regime inicial fechado. O júri começou na manhã de quarta-feira (21), no Fórum da Barra Funda, na capital paulista, e terminou na madrugada desta sexta-feira (23).O caso aconteceu em fevereiro de 2021. Os irmãos Fernanda, Gabriel e Lorenzo foram carbonizados após o quarto onde eles dormiam pegar fogo (leia mais abaixo). Ricardo foi preso no dia seguinte à morte das crianças e seguia detido.? Clique para seguir o canal do g1 Mogi das Cruzes e Suzano no WhatsAppSegundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), o empresário responde por homicídio triplamente qualificado.JulgamentoAntes do julgamento, que começou por volta das 10h30 de quarta-feira (21), Thereza Vieira, avó das crianças, disse que o maior desejo do julgamento é pela sentença."A gente não aceita mesmo. Não aceito, não aceito mesmo. Quero justiça. Vou ficar até o final, até o final. Eu quero que saia uma sentença", disse Thereza Vieira, avó das crianças.Doroti Moreira, madrinha de Lorenzo, contou que o menino passou por um processo de adoção antes de ser acolhido por Ricardo e Leandro. "O duro é ter a coragem de saber da existência de uma pessoa assim. Porque eu acompanhei todo o processo da primeira adoção. Da segunda colaborei com até leite para o bebê porque o Lorenzo era especial na questão do leite. Afeta muito. Como madrinha, amiga, você fica assim 'isso existe, gente?'"."Tem três anos e meio que se passaram. Muito difícil. Eu tento não olhar para a casa, mas aquela imagem de quando eu cheguei, tudo queimando. Eu sofri danos, estou sofrendo danos até hoje com o imóvel, com tudo. Mas eu acho que o principal pra mim foram as crianças", contou Solange Baraldini, vizinha das crianças.Pai de crianças carbonizadas presta depoimento em júriLEIA TAMBÉM:'Queria muito acreditar que foi só um acidente', diz pai de irmãos mortos carbonizados em PoáVizinha de casa onde incêndio matou três irmãos em Poá diz ter ouvido: 'Pai, não deixa eu morrer aqui'O Conselho de Sentença foi formado por sete jurados, dividido entre cinco mulheres e dois homens. Foram ouvidas oito testemunhas, sendo quatro de acusação e quatro de defesa.Na manhã desta quinta-feira (22) foi exibido o depoimento da filha da última testemunha. Como ela é menor, o vídeo foi exibido para os jurados de portas fechadas. O depoimento de Ricardo foi finalizado durante a tarde e o julgamento deverá ser concluído somente no fim da noite.Após o pai ser ouvido, o júri teve uma pausa para que, na sequência, começasse o debate. Nele, o promotor teria até 1h30 para falar, seguido pela advogada de defesa. Depois, o promotor poderia falar por mais 1 hora na réplica e a defesa pode ter o mesmo tempo na tréplica.Somente depois de toda essa dinâmica aconteceria a reunião para definir a sentença. O resultado foi divulgado na madrugada desta sexta-feira (23).Três crianças morrem após quarto em que dormiam pegar fogo em PoáCristiane Aparecida Athos/Arquivo PessoalSobre o casoSegundo a Polícia Civil, Ricardo disse em depoimento que teria acordado na madrugada de 17 de fevereiro de 2021 com o cheiro de fumaça e tentou arrombar o quarto dos filhos, que estava trancado e que também tinha grades na janela. Como não conseguiu, foi até a delegacia, que fica a poucos metros de distância, para pedir ajuda.Apesar de o pai ter afirmado que acordou com o cheiro, uma testemunha disse aos policiais que escutou uma voz pedindo ajuda.Gabriel Reis de Faria e Vieira, de 9 anos, Fernanda Verônica Reis de Faria e Vieira, de 14 anos, e Lorenzo Reis de Faria e Vieira, de 2 anos. Em 2014, Ricardo e Leandro José Reis, que na época eram casados, adotaram Fernanda e Gabriel. Em 2019, Lorenzo chegou à família. O casal deu uma entrevista para a equipe do Diário TV em junho para falar sobre o assunto. Na época do caso, Ricardo e Leandro estavam separados, sendo que as crianças estavam com Ricardo no dia do ocorrido. Os pais das crianças viveram juntos por cerca de 13 anos.O corpo de Fernanda, de 14 anos, foi encontrado no banheiro. Lorenzo estava no centro do quarto das crianças e Gabriel estava próximo a uma janela.Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê