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'É uma cicatriz que não se fecha': produtores de Nova Friburgo usam técnicas sustentáveis para evitar que tragédia se repita 13 anos depois

Há 13 anos, uma grande tempestade causou deslizamentos de terra e mais de 900 pessoas morreram.


Foto: G1 - Globo
Há 13 anos, uma grande tempestade causou deslizamentos de terra e mais de 900 pessoas morreram. Agricultores usam medidas para evitar a erosão do solo e melhorar a absorção de água. A recuperação na região serrana do RJ, treze anos depois da tragédia ambiental

Há 13 anos, uma grande tempestade devastou a região serrana do Rio de Janeiro, em uma das maiores tragédias ambientais do Brasil. Para se reerguer e evitar que a história se repita, agricultores de Nova Friburgo usam técnicas sustentáveis de manejo. Confira a reportagem no vídeo acima.

As chuvas causaram 947 mortes, deixaram mais de 300 desaparecidos e destruíram dezenas de áreas de plantio no município, com cerca de 5 mil famílias de pequenos produtores.

"A autoestima da gente foi tirada de forma repentina", lembra Lyndon Jhonson Ferreira. O agricultor e sua esposa, Margarete Satumi, são donos de um sítio de 5 hectares. Na época, toda a parte produtiva da propriedade virou um banco de areia, contam.

"Só quem viveu uma tragédia sabe como marca a gente. Foi o momento que a gente renasceu, como pessoa, profissional, como mãe. É uma cicatriz que não se fecha", diz Margarete.

Diante da destruição, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) deram suporte técnico para a reconstrução das lavouras.

Os agricultores implementaram a adubação verde, na qual são plantadas espécies que melhoram a fertilidade do solo, o descompacta e proliferam fungos e bactérias benéficas. Além disso, também houve investimento em estufas e racionalização do uso da água.

Essas medidas ajudam a evitar uma nova tragédia, uma vez que o solo exposto em regiões montanhosas pode sofrer compactação, erosão e desabamento.

Ainda assim, o solo não voltou completamente ao normal, afirma o agricultor Rodrigo Ferreira, que adota as mesmas técnicas. "Mas agora já tem uns anos que não alaga por aqui, a gente acredita que a terra está melhorando e a tendência é voltar ao normal", diz.

Resistência às mudanças

O desafio de produzir alimentos em áreas de montanha

Muitos agricultores da região ainda não adotaram as medidas recomendadas pelos técnicos. A equipe do Globo Rural encontrou 2 grandes áreas com movimentação de terra nos morros, o que é ilegal: todo topo de morro é área de preservação permanente, ou seja, desmatar é crime. Confira a segunda parte da reportagem no vídeo acima.

Uma das propriedades encontradas tinha uma placa da prefeitura de Nova Friburgo com o processo de licenciamento ambiental. O local possui sinais de que a mata foi arrancada e do início de um trabalho para aplainar o topo do morro.

Em nota, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Sustentável disse que fez uma vistoria técnica depois do contato da equipe do programa, em 12 de agosto, e encontrou ações em desacordo com a licença emitida. Em resposta, o órgão vai embargar a obra, aplicar multa e reparação dos danos causados ao meio ambiente.

A segunda área em que foi constatada terraplanagem deve passar por vistoria, informou a secretaria.

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