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Dólar oscila, com inflação e juros no Brasil e nos EUA no radar

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Por REDAÇÃO: NOVA TV ALTO TIETÊ em 12/09/2024 às 09:28:07

No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,11%, cotada a R$ 5,6481. Já o Ibovespa subiu 0,27%, aos 134.677 pontos.

bearfotos/Freepik

O dólar abriu com volatilidade nesta quinta-feira (12), oscilando entre leves altas e baixas, ainda com o cenário de inflação e juros no Brasil e nos Estados Unidos como o maior destaque entre os investidores.

O mercado repercute novos dados de atividade econômica divulgados hoje, e continuam analisando outros indicadores divulgados ao longo da semana, principalmente os números de inflação aqui e lá fora.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou o número de vendas no varejo de julho, que mostraram alta mensal de 4,4%, acima das expectativas de mercado e com uma aceleração em relação aos 4,0% registrados no mês anterior.

Esses dados são observados com atenção, porque são os últimos antes das reuniões do Banco Central do Brasil (BC) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O mercado aguarda as decisões das instituições sobre as taxas de juros nos dois países.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo

ENTENDA: Copom endurece discurso, e deixa a dúvida: a Selic pode subir?

DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?

Dólar

Às 09h, o dólar subia 0,10%, cotado a R$ 5,6535. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,11%, cotada em R$ 5,6481.

Com o resultado, acumulou:

alta de 1,04% na semana;

ganho de 0,28% no mês;

avanço de 16,40% no ano.

Ibovespa

O Ibovespa começa a operar às 10h.

Na véspera, o índice fechou em alta de 0,27%, aos 134.677 pontos.

Com o resultado, o índice acumulou:

alta de 0,08% na semana;

queda de 0,98% no mês; e

ganho de 0,37% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O que está mexendo com os mercados?

Os rumos da inflação e dos juros nos Estados Unidos e no Brasil continua como o destaque neste pregão, com investidores repercutindo novos dados de atividade econômica e na expectativa pelas reuniões de política monetária na semana que vem.

O Departamento do Comércio divulgou ontem o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), e a expectativa do mercado se confirmou: a inflação anual americana se manteve em 3,2% (excluindo itens voláteis, como energia e comida) na medição até agosto.

Esse é o último dado de inflação divulgado antes da reunião do Fed, que acontece na próxima semana, e deve ser observado com bastante atenção pelos dirigentes da instituição para sua tomada de decisão.

O mercado já dá como certo o início de um ciclo de corte nas taxas de juros do Fed na próxima semana, mas ainda há dúvidas sobre qual será a magnitude dessa primeira redução. Parte dos analistas esperam um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.), e outra parte, de 0,50 p.p..

A inflação americana está no menor patamar desde fevereiro 2021, mas ainda acima da meta do Fed, de 2%. Porém, com o mercado de trabalho mostrando um desaquecimento -- a taxa de desemprego subiu a 3,2% no último mês --, há expectativa de que a instituição possa promover até três cortes nas taxas ainda em 2024.

No Brasil, o destaque continua com os novos dados do IBGE. Para além das vendas no varejo, divulgadas hoje, o mercado também analisa os fortes números do setor de serviços e os novos dados de inflação.

Na quarta-feira, o IBGE divulgou que o setor de serviços cresceu 1,2% em julho. Os serviços estão 15,4% acima do nível pré-pandemia e renovaram seu maior patamar histórico.

O economista Matheus Pizzani, da CM Capital, pontua que esse número indica uma continuidade da força do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no próximo trimestre, que apesar das perdas da agropecuária deve seguir impulsionado pelos serviços.

No entanto, a resiliência do setor levanta mais incertezas dos especialistas sobre o impacto dos serviços na inflação brasileira.

Ontem, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou uma queda de 0,02% nos preços, na primeira deflação registrada neste ano. Apesar da redução, a inflação anual continua muito perto do teto da meta do Banco Central do Brasil (BC).

No acumulado em 12 meses até agosto, os preços subiram 4,24%, abaixo das expectativas de mercado, de 4,30%, mas próximo aos 4,50% do limite estabelecido pelo BC.

A meta de inflação é de 3% para este ano, e será considerada cumprida se a inflação ficar entre 1,50% e 4,50%.

Mesmo com a deflação, o mercado segue com perspectivas de que o BC possa promover uma nova alta na Selic, taxa básica de juros, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece na semana que vem.

Com a inflação mais acelerada nos últimos meses, as crescentes projeções de alta para os preços e a preocupação com os gastos públicos do Governo Federal trouxeram, sobretudo no último mês, uma visão de que o Copom terá de elevar os juros novamente, para conter a pressão inflacionária.

Hoje, a taxa Selic está em 10,50% ao ano, um patamar já considerado alto, mas resultado de uma sequência de cortes.

Juros maiores tornam os processos de tomada de crédito mais caros para a população e as empresas, o que tende a diminuir o consumo, os investimentos em expansão e desaquecer o mercado de trabalho.

A expectativa por esse aumento dos juros já começa a aparecer, inclusive, no Boletim Focus, relatório do BC que reúne as projeções de economistas para os principais indicadores econômicos do Brasil.

Nesta edição, o relatório mostrou que os economistas passaram a prever uma taxa Selic a 11,25% ao ano ao final de 2024 -- projeção que pode já refletir as expectativas por uma alta na próxima semana. Há uma semana, a taxa era estimada em 10,50% até o fim do ano.

Mesmo com as perspectivas de juros elevados, as projeções para a inflação continua subindo e chegaram a oitava semana consecutiva de alta. Agora, os economistas esperam um IPCA de 4,30% em 2024, contra 4,26% na semana passada.

Vale lembrar que as medidas adotadas pelo BC, como elevação dos juros, demoram alguns meses até serem sentidas na economia real -- o que pode levar a inflação a demorar um pouco mais a desacelerar, mesmo que o Copom aumente a taxa Selic.

Fonte: ECONOMIA

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