Ele falou sobre queimadas, cuidados com agricultura e também entregou títulos para assentados. Ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, esteve em Mogi das Cruzes
Janaína Rodrigues/TV Diário
Queimadas e cuidados com a agricultura foram algumas das pautas da visita do ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, à Mogi das Cruzes neste sábado (14).
Ele esteve na cidade para participar do Painel Água-Clima-Agricultura "Os impactos das mudanças climáticas" promovido pela Rede Nossa Mogi.
O evento contou também com a presença de especialistas, representantes de entidades civis, estudantes e da população.
Teixeira entregou também títulos para assentados que são chacareiros de Mogi das Cruzes. "São 452 agricultores que recebem seus títulos e ao mesmo tempo estamos trazendo recursos, créditos para eles produzirem. R$ 1 milhão em crédito está sendo entregue hoje em Mogi das Cruzes", declarou o ministro.
Paulo Teixeira destacou que existe uma luta para uma mudança de paradigma dentro da agricultura. Segundo o ministro, ela deve deixar de ser produtivista para ser restaurativa que recupere fontes de água, matas ciliares e áreas de proteção ambiental. "A agricultura tá percebendo hoje que aquele modelo anterior que levou ao desmatamento é um modelo que a prejudica e prejudica toda a sociedade, está havendo uma consciência nesse sentido. E é por isso que nós temos agora que fazer essa transição."
Incêndios
O ministro também apontou que o governo federal está muito preocupado com os incêndios florestais e apontou que muitos deles são criminosos. "E é por isso que nos 52 inquéritos da Polícia Federal já se chegou à conclusão que há crimes sendo praticados. Mas ao mesmo tempo buscar uma parceria com os agricultores, com os proprietários para que eles possam proteger as suas áreas desses incêndios florestais fazemos acenos e evitando uso do fogo na agricultura."
O Alto Tietê registrou um aumento de quase 51% no número de queimadas de 2022 até o final de agosto de 2024. De acordo com o Corpo de Bombeiros, em 2022 foram 364 ocorrências; no ano passado o número saltou para 507 e esse ano, até o final de agosto, foram 549.
As cinco cidades com maior número de ocorrências de queimadas em áreas de vegetação registradas até 27 de agosto de 2024 foram:
Mogi das Cruzes: 196
Suzano: 99
Guararema: 69
Itaquaquecetuba: 60
Ferraz de Vasconcelos: 42
Impacto da seca na agricultura
Paulo Teixeira também elencou os efeitos da crise climática no Brasil. "Veja o que aconteceu no Rio Grande do Sul, sofrendo enchentes severas que levaram casas, currais, todo investimento e o solo que é o mais grave. Efeito imediato, quando tem seca profunda, essa seca repercurte no agricultor e na sociedade. O preço dos alimentos aumenta. Nós estamos vivendo agora os incêndios que é fruto dessa crise climática, secas profundas acabam resultando em efeitos maiores sobre os incêndios."
Para o ministro, os brasileiros precisam pensar que efeitos não serão para as gerações futuras.
"Eles são no presente. Nós temos que ter uma postura muito séria agora para reverter essa profunda crise climática. Esses eventos são provocados pelo ser humano nós temos que mudar a consciência do ser humano ao viver essa terra que ele tem que preservá-la e não destruí-la."
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