Grupo leva comida, remédios e busca tratamento médico para os cachorros que aparecem nos arredores da estação da CPTM. Cães dorme em caixas nas proximidades da Estação Suzano
Fabiana Tavares/Arquivo Pessoal
Um trabalho diário e que não acaba nunca. Assim pode ser definida a atuação de voluntários que cuidam de cachorros que aparecem nas proximidades da Estação Suzano da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Em quase oito anos de atuação, esses voluntários já viram alguns cachorros sendo adotados, mas veem – diariamente – um número muito maior de animais chegando ao local. Os cães são ajudados, então, com comida, remédios e tratamentos.
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Uma das voluntárias é a atriz Fabiana Tavares, 30 anos. Ela conta que o grupo teve início depois que as pessoas que já cuidavam dos cães individualmente foram se conhecendo.
"A gente foi vendo que cuidava de cachorros em comum e fizemos o grupo. Até que foram aparecendo novas pessoas interessadas em ajudar com comida, ou de alguma outra forma, e o grupo foi crescendo. Hoje temos mais de dez pessoas no grupo e cada um ajuda como pode", conta Fabiana.
O trabalho nas ruas vai muito além de alimentar os animas. Os cães muitas vezes precisam de atendimento veterinário, medicamentos e lar temporário quando passam por cirurgias e tratamentos.
"Atualmente a gente cuida de mais de 20 cães que eram da estação. Muitos aparecem doentes e não conseguimos ajuda pelos meios públicos. Então, quando eles não podem mais ficar na rua, a gente faz um rateio para pagar um lar temporário", explica a voluntária.
Assim como o trabalho, os gastos são crescentes. Por isso, o grupo tem investido nas redes sociais, buscando encontrar mais ajuda financeira e doação dos itens que os cachorros precisam.
Cachorros recebem comida, remédios e os tratamentos necessários
Fabiana Tavares/Arquivo Pessoal
Pela falta de uma sede e de verba para mais lares temporários, mesmo tendo a oportunidade de castrar os cães, os voluntários optam por não fazer a cirurgia, já que os animais precisariam de um lugar para passar pelo pós-operatório.
Não ter um local faz também com que os cães não tenham todo o conforto que poderiam ter, mas os voluntários tentam dar um jeito.
Nos dias mais frios, por exemplo, os animais usam roupinhas feitas por Maria Diniz. Ela e Fabiana se conheceram e Maria logo disse que queria poder ajudar de alguma maneira. Então, começou a costurar as roupinhas para os cachorros.
No frio, os cachorros usam roupinhas doadas
Fabiana Tavares/Arquivo Pessoal
Eles também ganham dos voluntários cobertores e caixas para passarem as noites mais frias, mas, normalmente, isso não dura por muito tempo, já que as caixas são retiradas pelos funcionários da estação. O objetivo do grupo, então, é conseguir levantar uma verba para - futuramente - ter um espaço físico para cuidar dos cães.
"É um trabalho muito desafiador, não é fácil e é cansativo, porque a gente vê que não vence e parece que sempre quem vence é a maldade. Mas, poder cuidar desses cachorros e ver que eles estão bem, é o que faz com que a gente continue e não desanime. A gente queria poder fazer mais, mas sabemos que damos o nosso melhor e, se não fosse isso, eles não teriam nada", finaliza Fabiana.
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