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Libanesa naturalizada brasileira relata tensão com ataques no Líbano: 'Está balançando até em casa'

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Por Nova TV Alto Tiete em 28/09/2024 às 12:24:05

Nayfe Khaled Issa, nascida no Líbano e naturalizada brasileira, estava em Kab Elias, a 45 quilômetros da capital Beirute, em visita à família quando bombardeios começaram. Neste sábado (28), Forças de Israel informaram que o chefe do Hezbollah , Sayyed Hassan Nasrallah, está morto. Nayfe Issa é libanesa naturalizada brasileira e está no Líbano a passeio

g1

A libanesa Nayfe Khaled Issa, de 59 anos, relatou ao g1 na manhã deste sábado (28) a tensão que vive nos últimos dias por causa dos bombardeios no Líbano. A dona de casa, que é naturalizada brasileira e que vive em Caraguatatuba, no litoral norte paulista, viajou para a terra natal em março deste ano a passeio, para visitar os parentes. No entanto, desde a última semana, os momentos de angústia ficaram ainda mais intensos.

"Israel está atacando Chtoura, é muito perto da gente. O som está escutando dentro de casa, está balançando até em casa. A gente escuta tudo aqui. Atacaram perto da gente, em Chtoura, no Zahle, no Saoufar.... Tudo pertinho, assim, cinco minutos de carro. A gente não pode sair de casa. A gente [fica] dentro de casa. Na varanda, não dá, que tem muita pressão para ataque. E hoje foi muito feio, ontem foi muito feio também", explica.

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Nayfe está em Kab Elias, município localizado no distrito de Zahle, no leste do país, a cerca de 45 quilômetros da capital Beirute, na região do Vale do Beca, onde brasileiros foram mortos nos últimos dias vítimas dos bombardeios. A cidade conta com um consulado honorário para atender o norte do país. Mesmo assim, ela ainda segue sem alternativas para voltar ao Brasil.

"E agora seja como Deus quiser, porque para ir embora não tem como. Eu não tenho como fazer nada", disse Nayfe.

Ataques de Israel no Líbano: foto mostra a destruição na cidade libanesa de Saksakiyeh, em 26 de setembro de 2024

Mahmoud Zayyat/AFP

Nayfe também afirma que outro problema enfrentado pela população é a dificuldade em comprar alimentos e outros produtos básicos por causa do aumento dos preços.

"Está difícil para comprar as coisas. Aumentou, triplicou o preço, quatro vezes ou cinco vezes a mais. E é assim que a gente fica. Espera para ir embora. E, assim, a situação daqui..".

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A libanesa naturalizada brasileira conta que estava com passagem aérea comprada para voltar ao Brasil em 1º de dezembro. Por causa dos ataques na última semana, Nayfe pediu ao filho Mohamad Issa, que vive em Mogi das Cruzes, e às outras filhas caminhos para antecipar a volta. Porém, os bombardeios complicaram a logística para chegar a Beirute.

"Minhas filhas, meus filhos lá no Brasil pediram para o governo para tirar a gente do Líbano, mas eles não têm como chegar. Não tem como sair do Vale do Beca para lá, para Beirute, para o aeroporto. O aeroporto não tem nada ligado, não tem como sair daqui. E eu fico dentro de casa, esperando notícia. Dá medo. E seja como Deus quiser. Se a gente vai embora, tem o povo aqui da minha família, a família do meu marido, tudo mora perto. Eu tenho dó de largar deles, mas vai fazer o quê? A vida é assim", lamenta.

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Tensão no Líbano

Neste sábado (28), as Forças de Israel informaram que o chefe do Hezbollah , Sayyed Hassan Nasrallah, está morto. De acordo com o porta-voz militar de língua árabe, Avichay Adraee, Nasrallah morreu após o ataque israelense de sexta-feira (27), nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano.

A morte também foi confirmada pelo grupo extremista nesta manhã. Ao anunciar a morte de Nasrallah, o Hezbollah prometeu continuar a batalha contra Israel.

Retrato do líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah.

Aziz Taher/Reuters

Apenas nesta semana, 700 pessoas morreram no Líbano em ataques, segundo as autoridades do país. Além dos seis mortos no bombardeio a Beirute, outras 25 pessoas perderam a vida em ataques no sul do país, incluindo quatro crianças.

Na madrugada de sábado (28), pelo horário local — noite de sexta-feira (27), no Brasil — novas explosões foram reportadas em Beirute. Israel afirmou que estava bombardeando alvos com armamento do Hezbollah.

Do outro lado, as forças israelenses disseram que o Hezbollah lançou mísseis contra a cidade de Haifa, a terceira maior de Israel.

Ainda em Israel, milhares de pessoas que vivem no norte do país tiveram de deixar suas casas por conta dos lançamentos de mísseis e foguetes pelo Hezbollah — o governo israelense prometeu que a nova fase no conflito só terminará quando os moradores conseguirem retornar com segurança.

Netanyahu rejeitou na quinta uma proposta de cessar-fogo de 21 dias conjunta feita por diversos países, entre eles os Estados Unidos, o Reino Unido e os Emirados Árabes.

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Fonte: G1

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