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Dólar opera em baixa com melhora na nota de crédito do Brasil

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Por REDAÇÃO: NOVA TV ALTO TIETÊ em 02/10/2024 às 10:25:39

Foto: G1 - Globo.com

No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,31%, cotada a R$ 5,4640. Já o principal índice de ações da bolsa fechou em alta de 0,51%, aos 132.495 pontos.

Pixabay

O dólar opera baixa nesta quarta-feira (02) após a agência de classificação de risco Moody's elevar a nota de crédito do Brasil, com perspectivas positivas que podem levar o país ao chamado "grau de investimento".

A agência elevou a nota brasileira de Ba2 para Ba1, que ainda é um "grau especulativo", mas com expectativas de que novas melhoras podem vir. O crescimento do PIB e as reformas econômicas contribuíram para a elevação, enquanto o cenário fiscal continua pesando contra.

Moody's: entenda por que a agência decidiu elevar a nota de crédito do Brasil

No exterior, mais um dado de emprego foi divulgado nos Estados Unidos. O Relatório Nacional de Empregos da ADP mostrou a criação de 143 mil novas vagas privadas não-agrícolas no país em setembro, bem acima da projeção de 124 mil e dos 103 mil novos postos registrados em agosto.

Isso mostra um mercado de trabalho ainda aquecido e que pode levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a reduzir seu ritmo de cortes nas taxas de juros do país, hoje entre 4,75% e 5,00% ao ano.

O Fed cortou seus juros em 0,50 ponto percentual em sua última reunião, em setembro, e há expectativas de novos cortes nos próximos meses. Porém, o mercado ainda tem dúvidas sobre qual será a magnitude dessas novas quedas.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

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Dólar

Às 09h30, o dólar caía 0,73%, cotado a R$ 5,4240. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda subiu 0,31%, cotada a R$ 5,4640.

Com o resultado, acumulou:

alta de 0,51% na semana;

avanço de 0,31% no mês;

ganho de 12,60% no ano.

O

Ibovespa

O Ibovespa começa a operar às 10h.

Na véspera, o índice subiu 0,51%, aos 132.495 pontos.

Com o resultado, acumulou:

perdas de 0,18% na semana;

alta de 0,51% no mês; e

queda de 1,26% no ano.

O que está mexendo com os mercados

No cenário interno, o destaque desta quarta fica com a repercussão entre os investidores da elevação da nota de crédito do Brasil pela agência classificadora de riscos Moody's.

Nesta terça, a agência elevou a nota brasileira de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva, e colocou o Brasil a um passo do grau de investimento, um selo que classifica o país como um bom pagador e com baixo risco de calote.

A nota Ba1 ainda indica um grau especulativo. Ou seja, o país está menos vulnerável aos riscos no curto prazo, mas com incertezas importantes no radar.

No caso do Brasil, a melhora reflete, principalmente o crescimento mais expressivo do Produto Interno Bruto (PIB) — que avançou 1,4% no segundo trimestre, bem acima das expectativas — e reformas econômicas e fiscais recentes. Em contrapartida, o cenário fiscal ainda acende o alerta da Moody's.

Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, diz que, em um momento em que o mundo toda enfrenta problemas com dívidas altas, o Brasil "não é diferente disso".

"Há, sim, um problema de pressão fiscal na economia brasileira. O governo está gastando muito", diz Gala. "A Moody's reconhece a luta do Ministério da Fazenda para honrar o arcabouço fiscal, mas tem desafios que não são pequenos".

No entanto, reforça a visão de que as perspectivas são positivas para o país, o que pode levar a uma nova elevação da nota mais para frente, e que, entre os pares emergentes, a situação do Brasil gera mais confiança entre os investidores. "O país demanda cuidados, mas não tantos cuidados assim".

Nesse sentido, os últimos dados fiscais do país são desta segunda-feira, com o relatório de estatísticas fiscais do Banco Central do Brasil (BC).

As contas do setor público do país tiveram um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto. O déficit primário acontece quando as receitas com impostos ficam abaixo das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública.

Apesar da leve alta entre julho e setembro, o resultado do mês representa uma melhora em relação ao mesmo período do ano passado, quando o déficit era maior, de R$ 22,8 bilhões.

O Governo Federal foi o único ente da pesquisa que teve um déficit, de R$ 22,3 bilhões. Os estados e municípios tiverem um superávit de R$ 435 milhões, enquanto as empresas estatais apresentaram superávit de R$ 469 milhões.

Já no acumulado do ano até aqui, as contas públicas apresentaram um resultado negativo de R$ 86,2 bilhões, o equivalente a 1,14% do PIB. Para 2024, a meta fiscal, fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um déficit de até R$ 13,31 bilhões.

Isso representa piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit primário de R$ 79 bilhões, ou 1,11% do PIB.

Cenário externo

Lá fora, os dados de emprego marcam a semana nos Estados Unidos.

Hoje, os números do relatório ADP foram divulgados e vieram acima das projeções, em linha com o resultado do relatório de ofertas de emprego JOLTS, divulgado na terça-feira (1°), que é uma pesquisa do Departamento do Trabalho americano que monitora e mede o número de empregos, demissões e novas vagas no país.

Segundo o JOLTS, o país gerou 8,04 milhões de vagas em agosto, uma aceleração em relação aos 7,673 milhões registrados em julho e acima das projeções.

O analista de investimentos Vitor Miziara explica que, "como a inflação aparentemente está sob controle (nos Estados Unidos), o segundo ponto de atenção do FED é o mercado de trabalho para decidir sobre os próximos movimentos na taxa de juros".

A inflação oficial anual do país foi de 2,5% em setembro, bem próxima a meta de 2,00% do Fed. No entanto, um mercado de trabalho mais aquecido poderia colocar um freio no ciclo do Fed, já que mais empregos implicam em mais dinheiro na mão da população e maior pressão inflacionária.

Nesse sentido, Jerome Powell , presidente do Fed, reforçou a intenção da instituição em acompanhar de perto esses números e que não está "com pressa para cortar as taxas de juros".

Nesta segunda (30), o Powell disse que o BC vai reduzir os juros em mais 0,50 ponto percentual daqui até o fim do ano — 0,25 em cada uma das reuniões que ainda restam em 2024 —, e somente se os dados econômicos, com destaque para inflação e mercado de trabalho, vierem em linha com o esperado.

"É importante observar, no entanto, que parece haver uma divisão sobre o ritmo adequado para o próximo corte de juros entre os demais membros do Comitê", destaca a XP Investimentos.

Por isso, o mercado segue acompanhando os dados a fim de tentar se antecipar aos próximos movimentos do Fed.

E numa semana marcada por diversas divulgações, o dado mais aguardado só chega na sexta-feira, com o relatório de empregos mais popular dos Estados Unidos, o payroll. A expectativa do mercado financeiro é que a taxa de desemprego tenha se mantido em 4,2% em setembro, com uma geração de 144 mil empregos não-agrícolas.

Além disso, os conflitos no Oriente Médio, que vivem mais um momento de acirramento, com o ataque do Irã a Israel nesta terça, seguem no radar

Depois de quase um ano dos ataques do grupo terrorista Hamas aos israelenses, e de uma guerra que devastou a Palestina, o enfrentamento vinha escalando com a entrada do grupo extremista Hezbollah — que nasceu no Líbano, é financiado pelo Irã e aliado do Hamas.

Há uma semana, Israel vem bombardeando regiões do Líbano. Nesta terça-feira, lançou uma operação terrestre "limitada" contra alvos específicos do Hezbollah. A escalada dos ataques entre os dois lados começou após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do grupo, que acusam Israel pelo ataque.

Após o ataque do Irã, os preços do barril de petróleo no mercado internacional dispararam 5%. A alta da cotação tende a beneficiar empresas exportadoras da commodity, como a Petrobras, que opera em forte alta nesta terça e ajuda a manter o Ibovespa no azul.

Por outro lado, aumento dos conflitos elevam o clima de incerteza entre os investidores, que tendem a migrar seus investimentos para o dólar. O movimento fortalece a moeda norte-americana frente ao real.

Fonte: ECONOMIA

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