Melhorias estão na facilidade de pilotagem e principalmente no novo design, mas a motocicleta fica devendo os freios ABS nas duas rodas. A Honda apresentou na última semana a sétima geração da NXR 160 Bros 2025. São duas versões que ficam entre R$ 20.490 e R$ 21.390.
Um sucesso de vendas desde o lançamento, a moto já emplacou mais de 3,1 milhões de unidades desde 2003. Hoje, ela é a quarta moto mais vendida do país, com 115.317 unidades emplacadas de janeiro a setembro deste ano.
O g1 testou o novo modelo, e você confere a avaliação completa neste texto e, agora, no vídeo acima.
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Divulgação | Honda
Já vimos antes
A sétima geração da NXR 160 Bros trouxe mudanças técnicas importantes, mas adotou peças já utilizadas em outras motos do portfólio da fabricante japonesa, como os faróis de LED que são compartilhados pela nova Tornado e pela XRE 190, assim como o painel de instrumentos.
A vantagem é que o LED é facilmente percebido por quem os vê pelos retrovisores, o que aumenta a segurança dos motociclistas no trânsito.
Já os mostradores do painel são no estilo blackout, com fundo escurecido e números claros. Por ali, dá para ver a velocidade, conta-giros, nível de combustível e as funções de quilometragem total, parcial (para medir distâncias de viagens) e média de consumo. Os dois últimos são novidades, deixando o mostrador mais completo.
Farol da nova Bros é compartilhado também pelas Honda Tornado e XRE 190
Divulgação | Honda
Frente a frente com a geração anterior, a Bros ficou visualmente mais robusta. O que proporcionou essa sensação de ser uma moto maior foi o novo design aplicado na região do tanque. Por não ser externo, ou seja, agora o reservatório de combustível fica escondido sob a carenagem de plástico, o time de designers conseguiu esculpir um formato mais esguio para a Trail.
Desta forma, tanto o banco quanto a parte onde se encaixam os joelhos ficaram mais finos, mas não menos confortáveis. Ao subir na Bros, fica evidente a melhoria: o banco é confortável na medida correta e o encaixe para os joelhos permite manobras ágeis ao mexer a cintura.
Apesar de ter mantido os 83 cm de altura do assento com relação ao chão, o que poderia intimidar pessoas mais baixas, até pilotos com menos de 1,70m conseguem subir na moto e colocar as pontas dos pés no chão com tranquilidade. Comparativamente às scooters, que normalmente são as motos mais baixas, a Bros tem banco apenas 4 cm mais alto que o da Shineray Urban, por exemplo.
O tanque é interno, o que possibilitou desenhar apliques plásticos mais aerodinâmicos e que encaixassem melhor as pernas do piloto
Divulgação | Honda
O banco de novo desenho permite ainda que o garupa não escorregue para cima do piloto em frenagens. E, após rodar quase 200 km, fica claro que o assento só começa a apresentar algum desconforto depois de mais de três horas de viagem ininterrupta.
A Trail é leve (apenas 136 kg), o que resulta em rápidas mudanças de direção e um controle sob o modelo que é difícil de encontrar em modelos aventureiros mais sofisticados e caros. Ou seja, a Bros é uma Trail fácil de pilotar. Mais fácil de manobrar até do que a Honda CG 160, que já é uma das motos mais intuitivas do mercado brasileiro.
A posição de guiar é outro ponto que foi aprimorado pela Honda. O guidão ganhou ângulo mais aberto, com uma pegada mais aventureira, o que se traduz em uma posição mais natural para pilotar. Em resumo, os braços não cansam mesmo após horas de estrada. Contudo, por ter um ângulo mais aberto, pode ter ficado mais difícil rodar com a Bros nos corredores das grandes cidades.
Honda NXR 160 Bros tem roda de 19 polegadas na dianteira e 17 polegadas na traseira
Vinicius Montoia | g1
Menos potente, mas mais segura
Assim como a maior parte dos lançamentos da Honda em 2024, a Bros também passou por uma mudança técnica em seu propulsor para atender o Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares (Promot), que chega à quinta fase e começa a valer a partir de 1º de janeiro de 2025.
Com isso, a Honda fez alterações apenas na eletrônica do motor, deixando-o com menos potência do que na geração anterior. Assim, a moto que antes entregava 14,7 cv de potência com etanol e 14,5 cv com gasolina, passa a entregar 14,3 cv e 14,2 cv, respectivamente. O torque permanece o mesmo, com 1,45 kgfm com etanol e 1,44 kgfm com gasolina.
Porém, o que fez com que a Bros ficasse mais confortável de guiar, sobretudo na estrada, foi a alteração da quinta marcha do câmbio de cinco velocidades. A última engrenagem ficou 3,6% mais longa, ou seja, é possível rodar em velocidade de cruzeiro com menor ruído, menos vibração e melhor consumo de combustível.
Honda Bros 2025 encara com facilidade off-road leve e se sai bem também na estrada
Divulgação | Honda
Assim, a Bros que já era econômica, certamente se encaixa entre as motos mais econômicas do Brasil, com média de 47 km/l quando está abastecida com gasolina. No teste, foi possível registrar um consumo levemente superior ao medido oficialmente pelo Instituto Mauá, com média de 47,3 km/l.
Com etanol, a Trail de entrada faz 35 km/l e, por ter um tanque de 12 litros, a autonomia gira em torno de 560 km (gasolina) e 420 km (etanol).
De volta aos ruídos, o conforto acústico foi mais um ponto positivo. A 95 km/h, com a quinta marcha engatada, o painel mostrava que o giro do motor estava a 5.500 rotações por minuto, um giro baixo para uma moto de entrada.
Para se ter noção, o motor da Shineray Storm 200, com a sexta marcha engatada, apresenta 7.000 giros na mesma velocidade da Bros.
O g1 rodou quase 200 km com a nova Honda Bros e a facilidade de pilotagem foi o que mais chamou atenção nesse primeiro contato com o modelo
Vinicius Montoia | g1
A segurança também foi outro ponto que recebeu incrementos. A configuração mais cara possui ABS, o que é um ponto positivo. Faltou o ABS também na roda traseira, que poderia ter elevado ainda mais a confiança do motociclista.
Ainda assim, a versão de entrada (CBS) é a que apresenta frenagem mais curta na prova de 60 km/h até a parada total. Enquanto a Bros ABS cumpre a prova em 17,6 metros, a CBS realiza a mesma frenagem em 16,7 metros, resultado 1,2 metro melhor. Os números são de teste independente realizado pelo Instituto Mauá. Isso, sim, é capaz de salvar vidas.
Outro fator que colaborou para a melhoria da pilotagem foi a mudança do diâmetro da suspensão dianteira para 33 mm ante a 31 mm da geração passada. Assim, a dianteira da motocicleta ficou mais robusta, balançando menos ao passar por obstáculos, o que deixa o piloto mais confiante.
Veja a ficha técnica da Honda Bros e da Yamaha Crosser Z.
Conclusões
A Honda NXR 160 Bros é uma ótima compra, tanto para a cidade quanto para quem roda em trechos fora de estrada. A grande falha é a falta de ABS na roda traseira, que já a diferenciaria de sua principal rival.
Veja os destaques positivos e negativos.
? 5ª marcha alongada traz conforto acústico e economia de combustível;
? Posição e facilidade de pilotagem;
? Falta freio ABS na roda traseira;
? Tela digital não permite conexão com celular.
Veja a ficha técnica da Honda NXR 160 Bros