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ECONOMIA BRASIL

Dólar abre em leve baixa com investidores de olho em desemprego no Brasil e inflação nos EUA

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No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,04%, cotada a R$ 5,7634. Já o principal índice de ações da bolsa de valores encerrou em queda de 0,07%, aos 130.639 pontos. Dólar

Foto de Karolina Kaboompics

O dólar abriu em leve baixa nesta quinta-feira (31), com investidores repercutindo novos dados econômicos importantes no Brasil e nos Estados Unidos.

Por aqui, o destaque fica com os novos números do mercado de trabalho.

Já nos Estados Unidos, as atenções estão voltadas para os dados de inflação do índice PCE, o favorito do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), por levar em conta no seu cálculo a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços mais consumidos no país.

MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo

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Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Às 09h, o dólar caía 0,03%, cotado a R$ 5,7615. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda avançou 0,04%, cotada a R$ 5,7634, renovando o maior patamar desde março de 20210. Na máxima do dia, porém, chegou a R$ 5,7928.

Com o resultado, acumulou:

alta de 1,03% na semana;

avanço de 5,81% no mês;

ganho de 18,77% no ano.

O

Ibovespa

O Ibovespa começa a operar às 10h.

Na véspera, o índice encerrou em baixa de 0,07%, aos 130.639 pontos.

Com o resultado, acumulou:

alta de 0,57% na semana;

perdas de 0,89% no mês;

recuo de 2,64% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O que está mexendo com os mercados?

As novas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o cenário fiscal, acalmaram os mercados na segunda metade do pregão desta quarta-feira.

O ministro afirmou entender a "inquietação" do mercado sobre o chamado "risco fiscal", de descontrole das contas e disse que a equipe econômica vai apresentar propostas de cortes de gastos obrigatórios para manter o arcabouço fiscal operante.

Ele não antecipou quais serão as medidas, mas indicou que elas poderão ser apresentadas nas próximas semanas por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

"Até entendo a inquietação, mas é que tem gente especulando em torno de coisas. [...]. O meu trabalho é tentar entregar a melhor redação possível para que haja a compreensão do Congresso da situação do mundo, e do Brasil", declarou o ministro.

Haddad ainda destacou que houve uma "convergência importante" com a Casa Civil sobre quais medidas serão apresentadas.

"A dinâmica das despesas obrigatórias tem que caber dentro do arcabouço. A ideia é fazer com que as partes não comprometam o todo que o arcabouço tem, a sustentabilidade de médio e longo prazo", disse.

Segundo o blog do Valdo Cruz, agentes financeiros disseram que, para ter credibilidade, esse pacote precisaria indicar cortes entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões nos gastos públicos. A ideia é que o tamanho do ajuste fiscal fique em torno de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Nas últimas semanas, a equipe econômica vem sendo pressionada a adotar iniciativas do lado das despesas. O tema também tem sido abordado frequentemente pelo Banco Central do Brasil (BC) como fator de influência na política monetária.

Na segunda-feira, por exemplo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que se o Brasil quiser ter juros estruturalmente mais baixos, precisará apresentar medidas que sejam interpretadas como um choque fiscal positivo.

Já ontem, Campos Neto também falou sobre a desancoragem das expectativas — quando as projeções para a inflação estão distantes da meta do BC. O banqueiro central disse que esse cenário "preocupa muito" a instituição.

"A gente tem uma economia que está acelerando, uma mão de obra muito apertada, uma expectativa de inflação que tem desancorado, então o Banco Central iniciou um processo de ajuste para corrigir esse movimento", afirmou.

As falas vêm apenas uma semana antes da próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para 6 de novembro. A estimativa do mercado é que o colegiado anuncie mais uma alta de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic).

Cenário Internacional

No exterior, o cenário de juros e atividade econômica dos Estados Unidos também foi pauta do mercado nesta quarta-feira.

Por lá, dados do Departamento do Comércio indicaram que a economia dos Estados Unidos manteve um ritmo sólido de crescimento no 3º trimestre deste ano, uma vez que a inflação em queda e os ganhos salariais fortes impulsionaram os gastos dos consumidores no país.

Na mesma toada, o relatório ADP mostrou que o país gerou 233 mil novas vagas de emprego privado em outubro, mais do que as 159 mil registradas em setembro e muito acima das expectativas do mercado financeiro, de 110 mil.

Um mercado de trabalho aquecido pode ser um fator de pressão inflacionária, justamente em um momento em que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) iniciou um ciclo de cortes nos juros depois da inflação mostrar certo alívio.

No entanto, com a atividade econômica ainda forte, investidores acreditam que o BC americano possa reduzir a magnitude dos cortes, derrubando os juros de forma mais lenta.

Em sua última reunião, em setembro, o Fed cortou as taxas em 0,5 ponto percentual, para um patamar entre 4,75% e 5,00% ao ano. Agora, o mercado acredita que os novos cortes devam ser de 0,25 ponto percentual.

Uma queda de juros menos intenda nos Estados Unidos pode manter o preço do dólar elevado no Brasil, principalmente em um momento em que as atenções se voltam para as contas públicas e o risco fiscal do país.

*Com informações da agência de notícias Reuters

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