ECONOMIA
Ao todo, 21 ministérios tiveram contenção de verbas. Pastas afetadas têm até o dia 4 de dezembro para indicar quais ações e programas terão recursos bloqueados. O governo publicou neste sábado (30) o decreto que detalha o bloqueio de R$ 5,5 bilhões no Orçamento de 2024. As pastas mais atingidas são Educação e Cidades (veja mais abaixo).?O bloqueio no orçamento não faz parte do pacote de corte de gastos anunciado nesta semana pelo governo. O bloqueio é um mecanismo do arcabouço fiscal, que permite o ajuste de despesas que estejam crescendo acima do limite permitido.? Essa contenção de despesas é feita no orçamento em execução, cujos recursos ficam indisponíveis para uso pelos ministérios. Veja os ministérios mais atingidosAo todo, 21 ministérios tiveram recursos bloqueados. As pastas de Educação, Cidades e Transportes são as pastas mais afetadas, com cerca de R$ 1 bilhão bloqueado em cada uma. Veja abaixo os ministérios mais impactados (com contenção acima de R$ 100 milhões):As pastas afetadas têm até o dia 4 de dezembro para indicar quais ações e programas terão recursos bloqueados.Inicialmente, a soma de todos os bloqueios de 2024 chegava a R$ 19,3 bilhões do Orçamento em execução. Mas o governo voltou atrás na sexta-feira (29), anunciando o desbloqueio de R$ 1,7 bilhão do valor inicialmente previsto. Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento, o desbloqueio foi possibilitado por causa de uma medida provisória que cortou repasses à cultura previstos na Lei Aldir Blanc. A medida foi publicada no último dia 22.Dessa forma, o valor total bloqueado neste ano é de R$ 17,6 bilhões. Não há valores contingenciados.Entenda o bloqueioBloqueio e contingenciamento são dois mecanismos previstos no novo marco fiscal para ajustar as contas públicas pelo lado das receitas ou das despesas.O governo bloqueia valores do Orçamento quando as despesas aumentam, de forma a manter a meta de gastos do arcabouço fiscal. O limite de crescimento dos gastos é de 2,5% ao ano, descontada a inflação.Já o contingenciamento é feito para cumprir a meta fiscal do governo. Esse é um ajuste feito quando o crescimento das receitas frustra as expectativas, sendo necessário congelar alguns gastos.O congelamento de recursos do orçamento atinge as chamadas "despesas discricionárias" — ou seja, gastos que não são obrigatórios, como investimentos e salários de servidores.O detalhamento, por órgão, do bloqueio no valor constará de anexo ao Decreto de Programação Orçamentária e Financeira a ser publicado no fim do mês.