Júri popular do caso foi realizado no Fórum Criminal de Mogi na quinta-feira (5). Os quatro réus foram condenados a penas que variam de 20 a 27 anos de prisão em regime fechado. Réus são condenados a regime fechado em Mogi das Cruzes
A Justiça condenou os quatro réus pelo desaparecimento da jovem Nataly Lily, em dezembro de 2020, em Mogi das Cruzes. O júri popular foi realizado no Fórum Criminal de Brás Cubas, em Mogi, na quinta-feira (5), e a sentença foi proferida já na madrugada desta sexta-feira (6).
A mulher transexual, de 23 anos, foi vista pela última vez no dia 12 de dezembro de 2020. Nataly e uma amiga foram contratadas por um casal para um programa sexual. Elas foram levadas até um sítio próximo à Avenida das Orquídeas, entre Mogi das Cruzes e Suzano.
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Os quatro réus foram condenados a penas que variam de 20 a 27 anos de prisão em regime fechado. Danilo Nascimento Batista foi condenado a 27 anos, 10 meses e 25 dias de prisão; Carlos Renato Rodrigues Silva a 20 anos e 10 dias; Vanessa Silva Vieira foi condenada a 20 anos e 10 dias; e o réu Caio Cleiton Rodrigues Silva foi condenado a 23 anos, 2 meses e 12 dias.
Ao g1, a defesa de Carlos, Vanessa e Caio disse que a sentença foi dentro do esperado, "uma vez que os réus Carlos e Vanessa admitiram a participação", que houve o afastamento de uma qualificadora e que todos foram absolvidos do crime de sequestro e cárcere privado. Além disso, a defesa dos três disse ainda que "irá analisar a necessidade do recurso, especialmente quanto ao réu Caio, que nega participação no crime".
Já a defesa de Danilo disse que "vai recorrer" da sentença e que entende "que a decisão será reformada no Tribunal".
O júri popular
O julgamento começou às 11h30 da manhã e invadiu a noite no Fórum Criminal de Mogi das Cruzes, onde os familiares de Nataly Lili permaneceram na espera por justiça e respostas sobre o caso.
Ao longo da tarde de quinta-feira, promotoria e defesa defenderam seus argumentos para os jurados: o ministério público sustentou que os réus agiram de forma deliberada e tinham a intenção de matar Nataly Lili. A amiga de Nataly, que conseguiu fugir e sobreviveu após ser ferida, seria morta por ter testemunhado a trama que envolveria a contratação para um falso programa sexual.
Nataly Lily desapareceu em dezembro de 2020, em Mogi das Cruzes.
Nelson Carvalho Domingos/Arquivo Pessoal
Os advogados dos réus rebateram a tese de premeditação dizendo que o homicídio aconteceu por uma questão do momento; eles também pediram a rejeição da tese de sequestro alegando que as vítimas foram até o local do crime de maneira voluntária. Além disso, a defesa de três réus também apresentou diferentes argumentos para excluir seus clientes da cena do crime.
Já passava das 19h30 quando a defesa encerrou sua primeira rodada de fala aos jurados. Em seguida, começou a fase de réplica e tréplica entre acusação e defesa dos réus. Somente após essa nova rodada de debate os jurados foram levados até a sala de votação para definir o futuro dos acusados.
Entenda o caso
O caso aconteceu em dezembro de 2020, quando Nataly, uma mulher transexual de 23 anos, e uma amiga, também transexual, foram contratadas por um casal para um programa sexual.
Elas foram levadas até um sítio na região da Avenida das Orquídeas, entre Mogi das Cruzes e Suzano. No local estavam mais dois homens. Segundo as investigações, as duas foram baleadas no sítio. A amiga de Nataly, mesmo ferida, conseguiu fugir. Já Nataly não foi mais vista.
Vanessa, Danilo, conhecido como "Cocão", Caio, conhecido como "Branquinho", e Carlos Renato, conhecido como "Gó", foram presos por suspeita de participação no desaparecimento da jovem.
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