Consultora de investimentos Caroline Stange explica que a melhor forma de começar é com pouco e apostando em investimentos seguros. Ela deu dicas de como começar a investir em 2025 ao podcast Educação Financeira.
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Quitar as dívidas, economizar dinheiro, realizar sonhos. A virada de ano pode despertar o desejo de promover mudanças em certas áreas da vida e as finanças são um tema comum nessas resoluções de ano novo.
E uma das atitudes na vida financeira com grande potencial de mudança é começar a investir, segundo especialistas, principalmente se isso for feito de forma consciente e com responsabilidade.
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No entanto, diferentemente do que muitas pessoas costumam dizer, é possível iniciar os investimentos com pouco dinheiro e dando pequenos passos.
É possível ter um retorno de R$ 1 mil em um investimento até o final de 2025, por exemplo, com valores mensais de pouco mais de R$ 70, afirma Caroline Stange, consultora independente de investimentos.
Ela foi a última entrevistada da ais recente temporada do podcast Educação Financeira, que fala sobre como organizar as contas ainda neste ano para começar 2025 com o pé direito.
Veja a íntegra da entrevista ou os principais cortes da conversa mais abaixo:
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Nesta reportagem, você vai ver:
Como investir para ter R$ 1 mil até o fim de 2025
Como entender o perfil de investidor para começar a investir
Qual o cenário dos investimentos para 2025
Como investir para ter R$ 1 mil até o fim de 2025
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Para quem nunca investiu, Caroline destaca que é importante começar aos poucos e com produtos financeiros que ofereçam maior segurança, para que a primeira experiência com os investimentos não gerem frustração.
Assim, para conquistar os primeiros R$ 1 mil em retorno com um investimento, a consultora recomenda a renda fixa pós-fixada — um investimento que vai entregar como rentabilidade exatamente a variação da Selic, taxa básica de juros, ou do CDI (que acompanha a Selic) durante o período investido.
Há várias opções de títulos pós-fixados, e os mais comuns são o Tesouro Selic (emitido pelo Governo Federal) e os CDBs (emitidos por bancos).
Em uma simulação no Tesouro Direto, para garantir um retorno de R$ 1 mil em dezembro de 2025, é necessário realizar um primeiro aporte de R$ 70 em dezembro e outros 12 apostes mensais de R$ 73,65 ao longo do ano.
Se o aporte inicial for maior, porque o investidor optar por usar uma parte do 13° salário para começar, por exemplo, é possível alcançar os R$ 1 mil antes mesmo de dezembro.
Outra opção, segundo Caroline, é começar a investir já em janeiro, com R$ 80 por mês até dezembro, também na renda fixa pós-fixada — garantindo os R$ 1 mil de retorno.
Para quem pensa em alternativas mais arriscadas, como o mercado de ações ou outros títulos da renda variável, a consultora alerta que o resultado é mais imprevisível — os retornos podem ser ainda maiores, mas também é possível perder dinheiro.
"Se a pessoa colocar esse mesmo dinheiro numa renda variável, a gente pode até simular aqui que a rentabilidade seria de 12%, de 15%, mas não necessariamente vai ser isso", comenta. "Renda variável não tem garantia".
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Como entender o perfil de investidor para começar a investir
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Para além de pensar nos produtos financeiros que podem ter o melhor retorno para cada objetivo, o passo mais importante para começar a investir, segundo Caroline, é descobrir qual o perfil de investidor de cada um.
A fórmula tradicional para isso é respondendo um questionário (chamado de suitability), que está disponível para os clientes quando abrem contas em corretoras de valores ou outras instituições financeiras.
Com algumas perguntas sobre objetivos e vida pessoal, esse questionário traça um perfil para o respondente, que pode ser:
conservador, alguém que prioriza investimentos mais seguros;
moderado, alguém que quer ter segurança, mas aceita algumas oscilações para poder ter um rendimento maior;
arrojado, alguém que aceita tomar riscos para ter retornos maiores.
Mas a consultora de investimentos explica que é importante fazer uma análise ainda mais profunda para entender qual, de fato, é o perfil de cada um, porque é esse resultado que vai guiar todas as decisões para investir.
Para isso, Caroline sugere um exercício.
Primeiro, é preciso pensar em uma quantia que não seja o dinheiro de pagar as contas, mas que represente um montante significativo. Depois, o investidor deve analisar o que espera ter de retorno ao investir esse dinheiro.
Ela usa como exemplo um valor de R$ 10 mil, considerando que:
se o investidor não aceitar receber nada menos que R$ 10 mil, mesmo que o rendimento seja baixo, ele é conservador;
se o investidor aceitar o risco de receber um pouco menos, como R$ 9 mil, para que seja possível investir em algo que dê um retorno um pouco mais, como R$ 11 mil, ele é moderado;
e se o investidor aceita o risco de receber bem menos do que investiu, mas para que seja possível investir em algo com um retorno bem maior, ele é arrojado.
Caroline destaca ainda que, ao longo da vida, é possível que o perfil mude também, seja por uma transformação na carreira ou na vida pessoal ou até em situações em que o investidor adquire mais experiência e confiança.
Por isso, explica, começar aos poucos é apenas para aprender, e não algo que vai determinar todo o futuro da vida de investimentos.
Qual o cenário dos investimentos para 2025
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A consultora de investimentos afirma que 2025 deve ser marcado por uma maior procura da renda fixa, especialmente da pós-fixada.
Isso porque esses títulos acompanham a variação da taxa Selic e as expectativas para os juros do Brasil são de um ciclo de alta ao longo de alguns meses do próximo ano, em um momento em que o Banco Central (BC) tenta controlar a inflação, que voltou a acelerar nos últimos meses de 2024.
Em contrapartida, com o cenário de incertezas políticas e econômicas pelo mundo — com as guerras, a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e o risco fiscal no Brasil, por exemplo — e as taxas de juros elevadas, a bolsa de valores deve viver um período mais difícil, com investidores se desfazendo de algumas ações.
Caroline pontua, porém, que é justamente nesses momentos em que a bolsa está mais "amassada" que boas oportunidades de investimentos em renda variável aparecem, porque os preços dos ativos fica mais barato.
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