CONTEXTO:
Os dados de exportações da China para os EUA representam 15% do seu comércio mundial, nada desprezível, portanto, representam uma fatia considerável do seu comércio.
Uma curiosidade é que a maior parte das exportações chinesas para os EUA é feita por empresas americanas de componentes, que fornecem peças e produtos. Por exemplo, peças usadas em carros, caminhões, equipamentos industriais, equipamentos de construção CIVIL e produtos como itens de consumo em eletrônicos, vestuário, móveis, etc. Essas mesmas empresas americanas vendem US$ 600 bilhões para o mercado interno chinês.
No mundo todo, inclusive no Brasil, constatemos que não é um bom negócio ter exposição relativo à China. A China, que nos últimos 40 anos foi crescentemente se tornando na fábrica do mundo, durante a Covid-19 se mostrou muito arriscada.
Também, são constantes, os falseamentos em propriedade intelectual, cópias de patentes e produtos em larga escala comprometeram a estratégia da famosa curva sorriso, a qual durante algum tempo foi utilizada pelos americanos para diminuir os custos de produção. Bastava as empresas americanas dominar a pesquisa e desenvolvimento e as partes relacionados ao marketing e clientes, parte produtiva era transferida aos chineses.
Fatos graves
Os americanos não ficaram satisfeitos com a porteira fechada para as BIGTECHS na China e a tentativa de domínio do mercado com o TIKTOK.
A gota de água, aos conservadores dos Republicanos surge com a descoberta na criação do vírus da COVID, em laboratório chinês de Wuhan, com o falseamento patrocinado com dinheiro americano da OMS, com assinatura do chefe do CDC, Anthony Fauci.
EUA X CHINA
A análise demonstra que a relação econômica entre Estados Unidos e China é marcada por uma interdependência complexa, com ambos os países dependendo um do outro em diferentes setores, mas também buscando reduzir vulnerabilidades estratégicas.
No geral, embora a China dependa fortemente dos EUA para seus mercados de exportação e tecnologia, os EUA também dependem da China para a manufatura e como mercado para seus produtos. Ambos os países se beneficiam dessa interdependência econômica, mas o equilíbrio da dependência pode mudar com base na dinâmica geopolítica.
Dependência dos EUA da China:
?Bens de consumo e manufaturados:
o A China é uma das maiores fornecedoras de bens de consumo para os EUA, incluindo eletrônicos, têxteis, brinquedos e eletrodomésticos. Em 2024, os EUA importaram cerca de US$ 438,9 bilhões em mercadorias da China, representando aproximadamente 13% de suas importações totais. Smartphones, computadores e baterias para veículos elétricos são categorias chave.
o A dependência é significativa devido ao baixo custo de produção chinês, resultado de mão de obra acessível e economias de escala, o que torna difícil para os EUA substituir fornecedores rapidamente sem aumento de preços domésticos.
? Cadeias de suprimento e componentes críticos:
o A China domina a produção de componentes essenciais, como semicondutores básicos, minerais de terras raras (usados em tecnologia e defesa) e princípios ativos para medicamentos. Por exemplo, a China controla cerca de 80% do mercado global de terras raras, cruciais para baterias, turbinas eólicas e equipamentos militares.
o Durante a pandemia, a escassez de máscaras e equipamentos médicos destacou a vulnerabilidade dos EUA em relação à manufatura chinesa.
?Déficit comercial:
o Os EUA mantêm um déficit comercial significativo com a China, que foi de US$ 295 bilhões em 2024. Isso reflete a dependência de importações chinesas para atender a demanda interna, embora esse déficit tenha diminuído em relação ao pico de US$ 419 bilhões em 2018.
o Esse desequilíbrio comercial pressiona os EUA a buscar alternativas, mas a substituição completa da China como fornecedora é desafiadora no curto prazo.
? Investimentos e mercado financeiro:
o A China é um dos maiores detentores de títulos do Tesouro americano, com cerca de US$ 1 trilhão em 2023. Essa posse dá à China influência indireta sobre a economia dos EUA, embora o impacto seja limitado pelo interesse mútuo em manter a estabilidade financeira global.
Dependência da China dos EUA:
? Mercado de exportação:
o Os EUA são um dos principais destinos das exportações chinesas, absorvendo cerca de 15% do total em 2024 (equivalente a 2,34% do PIB chinês). Eletrônicos, máquinas e têxteis são os principais produtos. A perda de acesso ao mercado americano, como visto na guerra comercial, pode impactar significativamente o crescimento econômico chinês.
o Tarifas americanas, que subiram para até 145% em 2025, têm pressionado a economia chinesa, com estimativas sugerindo uma redução de até 2,5% no PIB em cenários de escalada comercial.
? Tecnologia avançada:
o A China depende dos EUA para tecnologias críticas, como microchips avançados e softwares de ponta. Empresas americanas como Intel, NVIDIA e Qualcomm fornecem componentes essenciais para a indústria chinesa, incluindo inteligência artificial e telecomunicações. Restrições dos EUA à exportação de semicondutores, iniciadas por Biden e intensificadas por Trump, limitam o avanço tecnológico chinês.
o A Huawei, por exemplo, enfrentou dificuldades significativas após sanções americanas que cortaram o acesso a chips e sistemas operacionais como o Android.
? Produtos agrícolas:
o Embora a China tenha reduzido sua dependência de produtos agrícolas americanos desde 2019, os EUA ainda são fornecedores importantes de soja, milho e carne, usados para alimentar a população e o setor pecuário (como os 440 milhões de suínos do país). Em 2024, a China importou cerca de US$ 143,5 bilhões dos EUA, com a soja sendo a principal categoria.
o A China diversificou fornecedores (como Brasil e Rússia), mas os EUA continuam relevantes devido à escala e qualidade de sua produção agrícola.
? Acesso ao sistema financeiro global:
o A China depende do dólar americano para transações internacionais, já que o yuan ainda não é amplamente aceito. Os EUA controlam grande parte do sistema financeiro global, incluindo o SWIFT, o que dá a Washington alavancagem para impor sanções financeiras. A criação do yuan digital é uma tentativa de reduzir essa dependência, mas o progresso é lento.
OS PERIGOS PARA A CHINA
A China parece mais vulnerável no curto prazo devido à sua dependência de exportações para os EUA e à falta de acesso a tecnologias avançadas. O mercado americano é crucial para o crescimento chinês, enquanto os EUA têm maior capacidade de diversificar fornecedores (embora com custos). Dados sugerem que tarifas impactam o PIB chinês (até 2,5%) mais do que o americano (0,8%).
MODELO TRUMP
Os EUA têm investido em políticas de "reshoring" e "nearshoring", incentivando a produção doméstica ou em países aliados (como México e Vietnã).
A Lei CHIPS de 2022 destinou US$ 52 bilhões para aumentar a fabricação de semicondutores nos EUA.
Trump reforça tarifas e controles de exportação para limitar a dependência de tecnologia chinesa e proteger setores estratégicos, como 5G e inteligência artificial
REINDUSTRIALIZAÇÃO - Trump entende que se desregulamentar, desburocratizar a atividade econômica dos EUA, associando isso a um corte de impostos, essas atividades de nearshoring ou friendshoring que estavam indo para a Índia, México, Tanzânia ou Vietnã, podem, na realidade, voltar para os EUA.