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Mogi das Cruzes

Após audiência de instrução, Justiça concede liberdade a jovem acusado de participar de roubo em Mogi das Cruzes


Jovem estava detido desde julho deste ano. Adolescente também acusado de participar do assalto ainda está detido na Fundação Casa de Itaquaquecetuba. Acusados foram reconhecidos pelas vítimas do roubo. Justiça concede liberdade a jovem que havia sido preso por suspeita de roubo em Mogi

A Justiça concedeu liberdade em audiência de instrução a um jovem de 24 anos que estava preso após ser acusado de participar de um assalto na Vila Oliveira, em Mogi das Cruzes, em julho deste ano. Há meses, a família do rapaz diz que ele é inocente.

Para a mãe, Valdirene Maria de Oliveira, foram quatro meses que pareceram uma eternidade. "Foi os (sic) 119 dias piores da minha vida. Não foram fáceis. Dia e noite correndo atrás de provas, reunindo tudo o que pudesse pra mostrar pra todo mundo, pra Justiça, no caso, que ele é inocente. Testemunhas, a gente tem várias testemunhas. Todo mundo que conhece meu filho sabe que meu filho é um homem muito bom", disse a autônoma.

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O filho de Valdirene estava detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mogi desde julho deste ano. O jovem de 24 anos foi acusado de ter participado de um roubo naquele mês, na Rua José Urbano Sanches, na Vila Oliveira, em Mogi.

Segundo o boletim de ocorrência, três pessoas, dois aparentando ser menores de idade, abordaram duas mulheres. Um deles estava com uma bicicleta na cor preta. Eles teriam levado dois celulares, além de cartões bancários que teriam sido usados em uma adega no bairro em que a família de Valdirene tem um comércio do mesmo tipo. Na época, segundo o dono do estabelecimento, o filho de Valdirene e um menor foram detidos porque as vítimas teriam reconhecido os dois como autores do roubo.

Dias após a prisão dos dois jovens, imagens de câmeras de monitoramento mostraram que os suspeitos detidos estavam com roupas diferentes do que as descritas pelas vítimas.

Imagens de câmeras de segurança e da delegacia mostram que os acusados vestiam roupas diferentes dos suspeitos que cometeram o assalto

TV Diário/Reprodução

Nas imagens é possível ver três rapazes subindo a rua onde teria acontecido o crime. Um deles está de bermuda aparentando ser branca, blusa de frio cinza com uma estampa escura no peito, chinelo e boné.

Ao lado dele, um rapaz de bermuda clara, chinelo, boné preto e blusa inteira escura aparentando não ter estampa. Atrás deles está o terceiro, com bermuda azul escura com uma listra branca e camiseta escura. Ele está de chinelo em cor clara e também de boné. um deles carrega uma bicicleta.

Com outro ângulo da câmera é possível ver que os rapazes continuam subindo a rua. Eles passam perto do que seria o carro das vítimas e viram a esquerda.

Depois eles voltam e abordam o carro da vítima. Na sequência, dois dos três rapazes descem pela Rua José Urbano Sanches e viram à esquerda na contramão da Rua Otoni Martins. As imagens mostram que eles estão com uma bolsa preta na mão e seguem pela rua até o alcance da câmera.

A produção do Diário TV recebeu imagens dos suspeitos já na delegacia quando foram detidos. Eles usavam os seguintes trajes quando foram abordados: o adolescente de 13 anos com uma camiseta preta com estampa branca, blusa de frio azul, shorts escuro com estampa e barra cinza, além de chinelo preto; já o dono da tabacaria vestia uma blusa preta com branca e por baixo uma blusa de frio vermelha e calça preta. Do terceiro suspeito, que era procurado pela polícia, o Diário TV não teve acesso às imagens.

A reportagem do Diário TV conversou com o jovem que se recorda dos dias que viveu no CDP de Mogi.

“O primeiro dia, pra mim, foi um dia muito difícil. Foi um lugar onde eu passei muito frio, passei muita fome também. Fiquei longe da minha família. Nunca pensei em me deparar com um local daquele. Pra mim foi um dia com muita dificuldade, de verdade”, disse o filho de Valdirene, que não quis ser identificado.

Até o momento, apenas o filho de Valdirene vai poder aguardar o julgamento em liberdade.

“O problema é ter a incerteza, né? Querendo ou não, tá na mão da justiça. Mas eu creio muito em Deus, que a gente vai ser absolvido desse caso , pois nem eu nem os outros dois meninos que estão sendo acusados estamos envolvidos no crime. Pra nós é uma sensação muito difícil de estar sendo julgado, acusado, pois nós tem (sic) o coração e a mente limpa (sic) que a gente não cometeu crime algum”, contou o jovem.

Poder estar em casa, junto com a família já é um motivo de alegria. Mas a mãe ainda não se sente tranquila.

“Aliviada em partes, porque o alívio mesmo vai ser quando a justiça enxergar que o meu filho não fez nada. Que os quatro meses que ele passou lá dentro foram muito grande (sic), de sofrimento para toda a família, amigos, para as crianças, pros filhinhos dele. E outra, ele não fez nada e vai ter que ficar mais um ano aguardando pra provar que ele não fez nada”, disse a mãe.

O Diário TV também conversou com Thais, mãe do menor que ainda está detido na Fundação Casa de Itaquaquecetuba. Apesar da situação, ela diz que o filho está bem.

“O meu aniversário ele passou lá. Passou o do irmão dele e ele passou lá. Aí ele faz as cartinhas. Daí ele falou assim: "Mãe, Natal eu não quero passar aqui". Daí a gente, o meu advogado está correndo para pedir a liberdade dele, dos fatos novos que aconteceu com o xxxx [nome do jovem de 24 anos]. Então, como foi de um processo só que como o dele foi o da infância, aí muda só acho que o juiz. Daí a gente vai ver na segunda-feira se consegue pedir a liberdade dele provisória”, explicou a mãe do menor.

Mas tanto dentro da Fundação quanto do lado de fora, mãe e filho dividem os mesmos sentimentos: saudade e esperança.

“O coração fica pequeno, é pequeno. Ver as roupas dele, a cama dele…tenso!”, disse Thais.

A produção do Diário TV pediu uma posição para a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) sobre o que o jovem de 24 anos diz ter passado frio e fome no CDP de Mogi das Cruzes. Porém, não houve retorno até o momento.

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