ECONOMIA
Método desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) também é usado em outros locais onde a recuperação florestal é urgente, caso da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Conheça técnica usada para reflorestar Brumadinho após tragédiaO rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, em 25 de janeiro de 2019, deixou marcas que não serão esquecidas: causou mais de 270 mortos e destruição no meio ambiente, atingindo quase 300 hectares.Metade desta área era ocupada, principalmente, por agricultura e pecuária, já a outra metade era por floresta nativa.A destruição foi total e requer a retirada de quase 10 milhões de metros cúbicos do resíduo que vazou da barragem. A Universidade Federal de Viçosa (UFV) está usando um método chamado resgate de DNA e indução de reflorestamento precoce em espécies florestais nativas. A ideia é preservar a genética das plantas sobreviventes da tragédia com o uso de hormônios e, assim, acelerar a recuperação da área.Resgate de DNAO trabalho de recuperação começa depois que os bombeiros fazem a vistoria do chamado rejeito, material descartado da mineração e que estava armazenado na barragem que se rompeu. A expectativa dos pesquisadores é de que até 2030 essas áreas estejam limpas e em processo de recuperação ambiental.A técnica de resgate de DNA está sendo usada também em outros locais onde a recuperação florestal é urgente, caso da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.As primeiras coletas de DNA começaram em junho de 2020, quando a Vale fechou uma parceria com a UFV. Atualmente, mais de 30 espécies estão mapeadas, como o Jacarandá, Ipê e Jequitibá.Multiplicação de mudasA técnica de multiplicação usada pelos pesquisadores é a enxertia, que une duas plantas para fazer uma só. Uma fica na parte debaixo, chamada de "cavalo" ou "porta-enxerto". Ela é a responsável pelo desenvolvimento das raízes. A da parte de cima é chamada de "cavaleiro" ou "enxerto", que dará origem à parte aérea da nova planta e é o que é coletado em Brumadinho.Aplicação de hormôniosLeva cerca de quatro meses para o enxerto colar e a copa atingir 80 centímetros de diâmetro. É nesse momento que entra a aplicação de hormônios, que antecipam o florescimento das mudas. Quando elas já estão em floração, elas vão para Brumadinho.O projeto vai até outubro de 2024, com o objetivo de plantar 6 mil mudas produzidas a partir do processo de resgate de DNA. Dos 300 hectares impactados pela tragédia, apenas 3 foram liberados pelos bombeiros até agora.Confira a reportagem completa nos dois VÍDEOS ACIMA.Veja os vídeos mais assistidos do Globo Rural