Projeto leva arte do grafite para muro de escola pública em Salesópolis

Iniciativa foi realizada neste final de semana e contou com 15 artistas de diferentes regiões. Escola de Salesópolis recebe projeto que pinta os muros por meio do grafite

Uma escola em Salesópolis foi escolhida para um projeto que quer deixar o ambiente mais colorido por meio do grafite. Neste final de semana, um dos muros da unidade virou tela para artistas de diferentes regiões do país.

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O idealizador da ação é o Célio Silva de Santana. Ele conta que estudou em uma escola pública e que achava o ambiente sem vida. Um dia, decidiu pintar os muros e gostou do resultado.

Anos depois, se uniu com outros artistas e criou o projeto "Voltando à Escola", que conta com empresas parceiras para viabilizar que a ação.

“Primeira vez que a gente vem pra cidade. A gente percebeu que é uma cidade muito bonita, uma cidade muito bacana e que não tem arte urbana. Acho que a arte urbana, agora trazendo pra escola, é algo inédito que vai fazer parte do cotidiano das crianças”.

“Também vai ser um atrativo, porque a cidade é turística e vai passar a ser uma escola que não é só uma escola comum. É uma escola com artes, se transformando até numa galeria, num museu”.

Projeto leva arte do grafite para muro de escola pública em Salesópolis

Reprodução/TV Diário

A escolhida da vez foi a Escola Municipal Maria de Lourdes Gonçalves Toledo. Entre os 12 grafiteiros escolhidos está o mogiano Galo, que falou um pouco sobre as técnicas usadas.

“Desde quando comecei eu só uso pincel porque não sabia usar spray. Desde que aprendi a usar spray, continuei no pincel porque é outra relação. O pincel pinta diretamente na parede, você sente a parede. O spray já fica aquela distância, uma coisa estranha pra mim”

“Pra mim, estar aqui é muito importante. Já pintei outras escolas em outras oportunidades. O impacto que isso tem na mente da criançada é muito importante. Quando eles virem isso aqui, acho que vai ampliar os horizontes de forma formidável”, completa.

O muro de 300 metros quadrados, que antes parecia vazio, agora reflete uma nova história. O Max conta que chegou à unidade sem nenhum rascunho, mas que logo ficou cheio de ideias. Nos desenhos criados por ele, a figura de uma criança preta ganha destaque.

“Parece que a gente não está vendo nada, mas já existe toda uma história desse local, desse lugar. Por isso, quando vou fazer algum trabalho, eu procuro não fazer muito no papel, uma esquete, programar antes. Gosto de dialogar com o espaço”

“Além de representar o povo preto, representar a criança. Eu trabalho bastante com esse tema e se encaixa perfeito com a temática do colégio. Tem tudo a ver com que eu faço e com a luta que eu acredito”.

A iniciativa já passou por seis estados brasileiros, transformando 50 unidades públicas. O grupo também vai fazer palestras e oficinas de produção criativa com as crianças. É a arte urbana trazendo um traço de cidadania para todos os espaços

“A arte de rua, o grafite, é uma grande família. A gente costuma dizer que estamos todos conectados. O Instagram é a ferramenta que a gente vai se conectando, então a galera vê o projeto e entra em contato [perguntando]: "como faz para participar?"”, comenta Célio.

“Essa curadoria é de artes que conversam com a escola, com o ensino, com o lúdico”, conclui.

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