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Suspeito do crime é um guarda municipal que se apresentou à polícia na noite de terça-feira e está preso. Família afirma que vizinho fazia ataques racistas e que chegou a ser flagrado jogando cascas de banana em frente à casa da vítima. Jovem baleado em Mogi das Cruzes tem alta do hospitalO jovem Pedro Azpilicueta teve alta do hospital nesta quarta-feira (30). Ele foi baleado em 23 de novembro na casa onde mora na Avenida Ricieri José Marcatto, no distrito de César de Sousa. O suspeito de atirar no rapaz é um guarda municipal que é vizinho da família. Pedro foi atingido por dois disparos. O guarda ficou foragido e se apresentou no 3º Distrito Policial na terça-feira (28). Segundo a polícia, como tinha um mandado de prisão contra ele o homem ficou preso. Em um vídeo, o rapaz pede que a justiça seja feita. “Tive alta hoje do hospital. Já estou em casa, me recuperando, agora com o carinho da família, dos amigos, meu advogado Everton, que são pessoas que estão me ajudando bem e torcer para que a justiça seja feita e é o que eu tenho para pedir só que a justiça seja feita.”De acordo com a Polícia Civil, José Carlos de Oliveira se apresentou, acompanhado de uma advogada, no 3º Distrito Policial. Já havia um mandado de prisão contra ele.Guarda municipal atira contra vizinho negro em Mogi das CruzesEle foi levado à carceragem no 1º DP. O g1 tenta localizar a defesa do suspeito.LEIA TAMBÉM:ATO RACISTA: Vídeo mostra guarda suspeito de balear jovem negro despejando cascas de banana em frente à casa da vítimaManifestantes protestam contra ataques racistas a família de jovem baleado em Mogi das CruzesPai de jovem negro baleado diz que guarda perseguiu sua família após atrito: 'ele pediu pra utilizar o meu muro para fazer a garagem dele e eu neguei'Guarda joga casca de banana na frente de casa de jovem negro antes de atirar contra eleImagens de câmera de monitoramentoSegundo o delegado Alexandre Batalha, o suspeito não sabia da existência do mandado de prisão quando se apresentou na delegacia. Ao ser interrogado, preferiu se manter em silêncio e vai se manifestar apenas perante o juiz.A polícia afirma ainda que a Prefeitura colaborou durante o processo de investigação por meio da corregedoria da Guarda Civil Municipal (GCM). O órgão informou que o investigado não possuía autorização para porte de arma de fogo, pois foi considerado inapto no exame.Pedro Azpilicueta trabalha em seu próprio pet shop em Mogi das Cruzes, segundo o paiArquivo PessoalBatalha disse também que a advogada de José Carlos confirmou a desavença entre a vítima e o investigado, que são vizinhos. Ressaltou que o autor pretende colaborar com as investigações e que afirmou ter vídeos que mostram a vítima jogando lixo na casa do autor.A defesa ainda teria relatado que havia provocações frequentes por parte da vítima. O inquérito policial prossegue. Batalha informou que futuramente se necessário, pretende realizar o reconhecimento pessoal entre vítima e autor.Relembre o casoO crime ocorreu no dia 23 de novembro na Avenida Ricieri José Marcatto, no distrito de César de Sousa. Segundo a família, o guarda é vizinho e atirou três vezes contra Pedro Azpilicueta, que estava dentro da própria casa. Ele foi atingido por dois disparos.Nas imagens registradas por uma câmera de monitoramento é possível ver o momento em que o guarda e o jovem discutem (assista acima). O suspeito vai até a frente da casa da vítima para agredi-la com uma barra de ferro. A vítima então começa a gravar com o celular.O atirador chega com um revólver e dispara enquanto a vítima tenta se esconder. O rapaz precisou ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois transferido para o Hospital Luzia de Pinho Melo, onde passou por cirurgia e segue internado.De acordo com a família, Pedro está bem e deve ter alta nesta quinta (30).Atitudes racistasGuarda jogou casca de banana na frente de casa de jovem negro antes de atirar contra eleNo dia 9 de novembro, o guarda municipal foi flagrado por câmeras de monitoramento jogando cascas de banana em frente à casa da vítima. De acordo com o pai da vítima, o suspeito também fazia outros ataques racistas contra a família, usando falas como "macaco" e "preto sujo".Ainda segundo Jefferson, nas diversas discussões que tiveram, era comum que o guarda apontasse uma arma em sua direção. Relatou também que vive no endereço há 30 anos e, desde que chegou na vizinhança, em 2015, o suspeito insulta a família.Abertura de sindicânciaO caso foi registrado pela Polícia Civil como tentativa de homicídio no 3º DP de Mogi das Cruzes. A polícia solicitou a perícia para a casa da vítima e também o exame de corpo de delito.A Prefeitura de Mogi informou que apura o caso em conjunto com a Corregedoria da GCM. O guarda foi afastado administrativamente e uma sindicância será aberta.Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê