G1
População do distrito é maior que algumas cidades do Alto Tietê. A Prefeitura de Mogi disse que tem feito, ao longo de todo ano, ações de prevenção ao período de chuvas, com o objetivo de que o sistema de drenagem funcione com capacidade total. Moradores de Jundiapeba reclamam que distrito é esquecidoEm números, a população que mora em Jundiapeba, distrito de Mogi das Cruzes, é maior do que em algumas cidades da região. No início do ano, segundo informações da prefeitura, eram cerca de 57 mil moradores no distrito, maior que Guararema, que tem 30.465 habitantes. Maior que a população de Biritiba-Mirim, que tem 33.265.Mesmo assim, quem mora no distrito de Jundiapeba tem a sensação de que o local está esquecido, e não é de hoje isso.A Prefeitura de Mogi , em nota, disse que tem feito, ao longo de todo ano, ações de prevenção ao período de chuvas, com o objetivo de que o sistema de drenagem funcione com capacidade total. Além disso, a administração disse ainda que o distrito de Jundiapeba recebe atenção especial nesse quesito, em função de ser uma região plana, com maior tendência ao empoçamento das águas pluviais.Com mais de 80 anos, o distrito de Jundiapeba já avançou bastante. Tem saúde, educação, lazer, um centro comercial. Mas, quem mora lá, sabe que, na verdade, ainda tem muito para melhorar. O que falta? O básico.“Temos aqui laboratórios, temos dois bancos. Bom, Jundiapeba cresceu muito, temos três ou quatro supermercados grandes, a população cresceu. Como que eu posso dizer, apartamentos. É um lugar que, nossa, há 40 anos
cresceu muito, cresceu muito mesmo. Só que a prefeitura, eu não sei o que acontece, Jundiapeba é esquecida pela prefeitura. Brás Cubas é uma maravilha, Mogi nem se fala”, disse a assistente administrativa Denilza Macedo Ribeiro.Ela mora no distrito há quase 50 anos. Cansada dos alagamentos na rua onde vive, ela colocou uma comporta no portão da casa onde mora.“Na época de chuva, que é a época de setembro a março, principalmente de janeiro a março, a minha rua aqui alaga. E olha que a minha rua aqui não é a pior. Mais lá em cima, pra cima, é pior, chega a vir, já andei ali com água no joelho, com alguém me acompanhando pra passar, pra trafegar, conseguir passar pra chegar até a minha casa”, contou Denilza.Para os moradores, o problema de drenagem e escoamento da água de chuva também pode ter relação com a falta de bueiro."Infelizmente, com relação ao saneamento básico, a prefeitura, tanto a atual quanto as passadas, sinto muito a sinceridade, nota 4. Porque continua do mesmo jeito, o problema de saneamento básico, de alagamento. Tanto é que Jundiapeba tem um apelido: 'sapolândia'. E é bem por aí, porque é rato, é sapo, é barata, tudo junto com a água, entrando dentro da sua casa, você correndo risco de pegar uma leptospirose, ter problemas de saúde”, completou a moradora.Durante a reportagem, a equipe do Diário TV percorreu algumas ruas e alguns quarteirões do distrito e não foi encontrado nenhum bueiro. Já em outros pontos, os bueiros estavam sujos.Além dos alagamentos, outro problema de Jundiapeba é o saneamento básico. Dados do Instituto Trata Brasil mostram que, em Mogi das Cruzes, 8,5% da população da cidade não tem acesso à água tratada, o que equivale a cerca de 38 mil pessoas. Além disso, apenas 47,7 % do esgoto é tratado em relação à quantidade de água consumida. Uma realidade que os moradores daqui conhecem bem.Ainda de acordo com os dados do Trata Brasil, Mogi tem um pouco mais de 13% da população sem coleta de esgoto tratado. O que pode ter levado a internação de 34 pessoas com uma morte por conta de doenças relacionadas à veiculação hídrica.Para Marlene Monteiro Guimarães, o problema perto da casa onde mora, na Rua Angelina da Assunção Taboada, está em um córrego que, sem a limpeza necessária, contribui ainda mais para os alagamentos.“Enche, alaga tudo, o esgoto fica saindo pra fora e ninguém faz nada. Ninguém faz nada. E, olha, tem 33 anos que eu moro aqui e sempre foi desse jeito, sempre foi desse jeito”, disse a dona de casa.Para os moradores, o distrito, que é tão grande, precisa ser valorizado.“A gente aqui tá abandonado. Esse lado de baixo aqui, olha, tá abandonado. E faz tempo. Entra prefeito, sai prefeito, não faz nada por nós aqui”, disse Marlene.Em nota, a Prefeitura de Mogi disse que, desde 2020, o distrito vem sendo alvo de amplo investimento em obras de substituição e ampliação nas tubulações para drenagem. As duas ruas citadas pela reportagem receberão vistoria e as melhorias possíveis serão inseridas no cronograma de serviços.Sobre a iluminação pública, a administração municipal garantiu que a região conta com o serviço. A Secretaria de Infraestrutura Urbana acionará a empresa responsável pela manutenção da rede para que faça uma vistoria no local. Além disso, a população pode solicitar a substituição de lâmpadas queimadas pelo aplicativo Mogi Iluminada ou então pela ouvidoria municipal, no telefone 156.Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê