ECONOMIA
Para IBGE, migração, taxas de mortalidade e natalidade podem explicar diferença em relação aos cenários em outras raças e no conjunto da população brasileira, que são majoritariamente femininas. Programa de combate ao racismo será votado pela Câmara de SantosArquivo/Divulgação/Prefeitura de Santos A população que se declara preta é a única em que há mais homens que mulheres, apontam dados do Censo 2022 divulgados na sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para cada 100 mulheres pretas, há 103,9 homens pretos – esse índice é chamado pelo instituto de razão de sexo. No conjunto da população brasileira, a razão de sexo é de 94,2 homens para cada 100 mulheres (entre os autodeclarados brancos, a proporção é de 89,9 homens para cada 100 cem mulheres; entre pardos, 96,4; entre indígenas, 99,1; entre amarelos, 89,9). E por que isso acontece? Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, diz que uma série de fatores podem explicar essa diferença, a mortalidade e a natalidade de cada raça, além de migração (inclusive internacional).A análise desses fatores, segundo ela, ainda não foi finalizada."Em 2024 a gente vai dar mais informações, de caráter mais demográfico, sobre esses grupos qual sua dinâmica em termo de natalidade (ou seja, quantas pessoas de cada sexo, nascem para cada cor ou raça), quantas pessoas morreram no país em relação a sua cor ou raça", explica.População preta cresceu 42% desde 2010Com 20,7 milhões, a população representa o terceiro maior grupo racial brasileiro, atrás de pardos (92,1 milhões) e brancos (88,2 milhões). Desde o último Censo, em 2010, os pretos cresceram 42,3% – num percentual que só é inferior ao dos indígenas (89%), mas cujo crescimento pode em parte ser atribuído a uma mudança na metodologia. Ao divulgar os dados da pesquisa – que, pela primeira vez, mostrou que os pardos são mais numerosos que os brancos – o, presidente do IBGE, Marcio Pochmann, destacou o papel da conscientização racial.A desigualdade de raça persiste, como mostram indicadores de renda, trabalho e educação apontam permanência da desigualdade racial histórica de oportunidades. Leia mais na reportagem abaixoConsciência racial cresce, mostra Censo 2022; desigualdades persistem LEIA TAMBÉM:Pela 1ª vez, Brasil se declara mais pardo que branco; populações preta e indígena também crescemVeja quais são os municípios mais amarelos, brancos, indígenas, pardos e pretos do BrasilRazão de sexo, idade mediana, taxa de fecundidade: entenda os termos do Censo