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Mogi das Cruzes

Ao menos 80 famílias devem deixar suas casas por causa de risco de deslizamento em Ferraz de Vasconcelos


Equipes da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos, junto com técnicos do IPT e da Defesa Civil estadual, fizeram uma vistoria na região neste sábado. Osvaldo Xisto, coordenador da Defesa Civil do município diz que a situação é bem crítica e que os moradores da área de risco terão que deixar as casas. Cerca de 80 famílias devem deixar casas por causa de risco de deslizamento em Ferraz

Pelo menos 80 famílias das vilas Cristina e Jamil, em Ferraz de Vasconcelos, vão ter que deixar as suas casas. Neste sábado (4), técnicos da Defesa Civil municipal e do estado, além de profissionais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), estiveram no município e confirmaram que é grande o risco de novos deslizamentos como os que ocorreram na última quinta-feira (2), quando o município teve mais de 50 milímetros de chuva.

Na manhã deste sábado, equipes da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos, junto com técnicos do IPT e da Defesa Civil estadual, fizeram uma vistoria na comunidade.

“Está sendo analisadas as residências aqui próximo ao local onde aconteceu o deslizamento, a encosta. A Defesa Civil do Estado, junto aos municípios, ela desenvolve os planos preventivos de defesa civil. Dentre as ações, existe essa vistoria de campo. Então, é uma parte do plano preventivo de defesa civil. Então, hoje nós estamos aqui em campo pra analisar, orientar a população, orientar a prefeitura de quais são os próximos passos. Nós percebemos postes inclinados, rachaduras em casas. Dificuldades em abrir portas e janelas, essas cicatrizes no solo. Então, são todos indícios que naquele local pode estar oferecendo risco a uma casa, uma residência. Pode ocorrer ainda um novo deslizamento. Então, é toda essa análise do ambiente pra determinar quais são os locais que a residência tem que ser deixada. Então, passar todas essas orientações à prefeitura”, disse Rodrigo Fiorentini, capitão da Defesa Civil de São Paulo.

Após chuvas fortes na quinta-feira, Vila Cristina registrou deslizamento

TV Diário/Reprodução

O coordenador da Defesa Civil do município diz que a situação é bem crítica e que os moradores da área de risco terão que deixar as casas. “As pessoas vão ter que sair porque o duro é tirá-las daqui. Porque eles não saem, eles acham que vai ser destruído tudo mas eles tão em área de risco mesmo, risco de vida, porque ficaria difícil para a prefeitura tirar só as pessoas que estão expostas aqui, né? Tem que tirar todo mundo, porque senão há uma revolta por outros moradores. Então, tá sendo feito esse trabalho, um cadastramento de todos os moradores que estão mais expostos aos erros. E vamos ver se a gente consegue levá-los pra lá”, contou Osvaldo Xisto, coordenador da Defesa Civil de Ferraz de Vasconcelos.

Um morador diz que outras vistorias já foram realizadas, mas não teve nenhuma solução concreta. “Isso vem de anos, anos e anos. E o pessoal vem pra tirar foto, ver a situação. Hoje chegou todo mundo aqui, se tivesse chegado antes de acontecer, com vontade de ajudar o pessoal, tava feito muro de arrimo, esgoto canalizado, rua asfaltada. Tinha tudo. Nós não tava passado por isso aqui, não”, desabafou o supervisor de vendas Francisco de Assis, morador do local.

A Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos decretou situação de emergência por conta dos danos causados pelas fortes chuvas no município.

“Aqui é uma área de ocupação, onde a Prefeitura vem trabalhando pra fazer a regularização fundiária do bairro. A Sabesp já está fazendo o seu trabalho de água e esgoto. Conseguimos trazer lâmpadas de led aqui pro bairro. E é um trabalho que a Defesa Civil já iniciou, já laudou algumas famílias. A Prefeitura já oferece um local aqui no bairro mesmo, na escola, no Jardim Santiago, pra abrigar todas essas famílias que necessitam sair com urgência da casa. Eu consegui também parceria com o governo do estado através do Bom Prato pra oferecer a refeição pra essas famílias que estiverem alojadas nessa escola. Estamos já preparados pra receber de 80 a 100 famílias, que são as que serão laudadas aqui. Então, já temos esse espaço, porém nós estamos encontrando muita resistência da população de utilizar esse espaço. Então, eu peço muito que a população nos ajude, conscientize os demais familiares, principalmente os mais idosos, que estão mais resistentes em sair”, disse a prefeita Priscila Gambale (Podemos).

“Tava em casa, tinha acabado de chegar do serviço. Tava meio ruim no serviço e vim pra casa, né? Na hora que cheguei em casa, começou a chover forte, eu fiquei meio preocupado. Comecei filmar lá de dentro de casa, tava relampejando forte, clareando o morro. Nesse momento, catei meu celular e saí pra filmar do lado de fora. Coloquei meus filhos no quarto, minha esposa. Aí eu desci, minha casa é ali. Na hora que eu desci pra cá, pra trilha, que aqui se torna uma trilha, na hora que eu tava descendo filmando a valeta, porque tava inundando pra essa casa aqui embaixo, falei "vou ver se eu consigo dar uma atenção pro pessoal". Uma casa só foi atingida aqui. Só uma casa e as outras só foi lama”, explicou o ajudante geral Israel Gomes da Silva.

Parte do barranco também chegou bem próximo da casa de Jessica Melissa Corrêa. A família corre sério risco de continuar no local. “Eles entraram aqui, falou que tá com risco de desmoronar e cair dentro dessa casa e aí eu não posso ficar aqui com meus filhos. Que é pra mim procurar um abrigo pra mim ficar. Aí eu estou na casa da minha irmã, que ela já tem mais quatro crianças e ela paga aluguel, somente o filho dela que trabalha, e eu tô alojada lá com meus dois filhos dando despesa lá também. Infelizmente eu não tenho pra onde ir, eu não vou ficar morando aqui sabendo que vai desabar comigo e com meus dois filhos dentro. Até agora, eles não falaram nada e falaram que vai levar a gente pra uma escola pra gente ficar lá alojado até ver o que vai resolver. Em relação a aluguel social, ninguém falou nada”, disse a dona de casa.

A Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos informou que está estudando sim a viabilização do aluguel social para as famílias atingidas pelos deslizamentos. Disse ainda que o processo vai ser feito por meio de um cadastro. A orientação para quem tiver interesse é procurar uma unidade do Centro de Referência da Assistência Social, o Cras, para que seja feito o encaminhamento.

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