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Pintor viraliza nas redes sociais ao colorir de graça casas de moradores da Grande SP; VÍDEO

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Por Nova TV Alto Tiete em 01/01/2024 às 11:26:33

Projeto em Ferraz de Vasconcelos começou em 2020. Pouco tempo depois, o pintor começou a postar vídeos mostrando a transformação das casas e a reação das pessoas. Hoje, ele já tem mais de 220 mil seguidores na rede social. Pintor viraliza nas redes sociais ao colorir de graça casas de moradores da Grande SP

Já pensou ter o muro da sua casa pintado de forma gratuita por um profissional? ???? Com foco em levar alegria à vida das pessoas por meio da tinta, o pintor Leandro Piovesan, de 40 anos, faz esse trabalho voluntário em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, e grava as reações das pessoas ao serem presenteadas.

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O projeto, que começou em 2020, tem como objetivo levar alegria aos bairros em situação de vulnerabilidade do município. O artista percebeu que essa ação trazia mais do que alegria ao dono do espaço que recebia a pintura.

"Esse projeto vai além da estética. Ele resgata a autoestima das pessoas e proporciona um ambiente mais acolhedor no local. A tinta tem poder de transformar e dar felicidade", diz.

O artista começou a postar parte dos trabalhos na internet e os conteúdos tinham várias visualizações. Com isso, decidiu criar uma série de vídeos mostrando a transformação de casas e comércios e, claro, a reação das pessoas. Hoje, Piovesan já acumula mais de 220 mil seguidores em uma rede social.

Leandro Piovesan ao lado da esposa, alguns voluntários e dona Mafalda - a 'vovó', como ele chama

Leandro Piovesan/Arquivo pessoal

Abordagem

O pintor conta que todos os dias recebe pedidos para pintar a casa das pessoas. Com a alta demanda, ele conta com a ajuda da esposa, Josy Piovesan, para fazer o trabalho. Entretanto, mesmo com a grande quantidade de solicitações, ele enfrenta alguns desafios. "Difícil não é pintar de forma voluntária, mas sim as pessoas aceitarem. Muitos desconfiam e negam, por acharem estranho quando eu falo que o serviço é voluntário", relata.

Em tom humorado, ele lembra que com a dona Mafalda aconteceu uma situação parecida. "Eu não a conhecia. Nós conversamos, eu expliquei o que era e ela topou a pintura. Ainda no começo do processo precisei de um aparelho para lavar a parede e saí para buscar. Quando voltei, ela disse que não queria mais, que o filho dela tinha dito que era perigoso. Com isso, voltamos para casa e postamos só uma parte do que já havíamos feito".

"A neta da dona Mafalda reconheceu a casa da avó e entrou em contato comigo pedindo para voltar lá e terminar o trabalho. Ela explicou que a avó estava com medo pois não é normal ver alguém ajudando assim. Voltamos lá e finalizamos o trabalho. Hoje eu chamo ela de vovó".

Ao g1, a dona Mafalda contou sobre a experiência. "Eu adorei a pintura, uma pena que foi apenas a fachada. Parabéns pela iniciativa do Leandro e dos colegas dele, foi muito legal."

O pintor dá liberdade para que as pessoas possam escolher as cores, do jeito e estilo de cada um. Claro, sempre alinhado com os materiais que o profissional já tem. "Esse trabalho ajuda muitas pessoas com depressão, que perderam familiares, entre outros vários motivos que descobrimos quando abordamos e batemos um papo com cada um", diz.

"Fazer isso para presentear outras pessoas é transformador demais. Isso também acaba gerando mais visibilidade para o trabalho do pintor, que é desvalorizado".

Piovesan dá liberdade para que as pessoas possam escolher as cores que serão usadas na pintura, de acordo com o jeito e estilo de cada um

Leandro Piovesan/Arquivo pessoal

Luta por visibilidade

Desvalorização. Palavra que o pintor conhece desde a infância, quando começou a pintar. Piovesan relata que o pai dele estava desempregado e, como estavam precisando de dinheiro, decidiu começar a trabalhar como pedreiro. Então, aos 10 anos, ele e o irmão começaram a pintar paredes para ajudar o pai.

Segundo o pintor, mesmo com muito trabalho, o dinheiro não rendia. "Meu pai não entendia de economia, trabalhava todos os dias, mas não tinha lucro. Às vezes eu trabalhava todos os dias da semana e recebia só R$ 5, até que resolvi sair", conclui.

"Esse trabalho é muito desvalorizado, eu via meu pai sofrendo preconceito e discriminação. Os clientes, quando nos contratam, acham que mandam em nós porque somos prestadores de serviço".

Em 2015, Leandro criou um blog para fomentar seu empreendimento, em Mogi das Cruzes. Além disso, foi um dos participantes do "Movimento Brasil Por um Pintor Melhor", que consiste em uma iniciativa dos pintores profissionais, que unidos pelas redes sociais decidiram criar uma ação que promovesse a valorização do trabalho.

Esse movimento evoluiu para a idealização da Associação Brasileira dos Pintores Profissionais (Abrapp) da qual fez parte. Essa associação de caráter beneficente visa o desenvolvimento, valorização e capacitação do pintores.

"A Abrapp tem como objetivo valorizar a nossa profissão e unir os pintores na luta por nossos direitos. Um exemplo da desvalorização vem dos fabricantes de tinta. Eles fazem diversos estudos sobre cores, várias pesquisas, mas nós, pintores, que utilizamos de forma profissional o produto, nunca somos consultados", conclui.

A cada novo vídeo e a cada parede pintada, Leandro Piovesan mostra que é mais do que um pintor de paredes. É um catalisador de mudanças, usando sua paixão pela tinta para colorir não apenas os espaços, mas também os corações das pessoas.

Leandro sempre gostou de pinturas, hoje atua como empreendedor de seu negócio e tem grandes marcas como parceiros

Leandro Piovesan/Arquivo pessoal

*sob supervisão de Eduarda Hutter

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Fonte: G1

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