Operação da Força Aérea Brasileira e Polícia Militar de São Paulo entra no quinto dia de buscas por helicóptero que desapareceu no dia 31 de dezembro. Saiba quais são os obstáculos que dificultam as buscas por helicóptero desaparecido em SP
As buscas pelo helicóptero que desapareceu com quatro pessoas ao deixar São Paulo no dia 31 de dezembro chegaram ao quinto dia consecutivo nesta sexta-feira (5) e, até o momento, nenhuma pista foi encontrada.
A aeronave decolou da capital paulista no último dia do ano para passar o réveillon em Ilhabela, no Litoral Norte do estado, mas não chegou ao local de destino - leia mais detalhes abaixo.
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Responsável pelas buscas, a Força Aérea Brasileira (FAB), que já cumpriu mais de 30 horas de procura desde que a corporação foi acionada, alega que a operação tem sido dificultada pelo tempo ruim e pelo revelo montanhoso da Serra do Mar, onde os trabalhos se concentram.
A região tem registrado dias seguidos de condições meteorológicas que prejudicam as buscas. A nebulosidade e a chuva dificultam a observação aérea dos profissionais que estão nas aeronaves que participam da operação.
As condições meteorológicas, como chuvas constantes, também têm atrapalhado as buscas por helicóptero desaparecido
Reprodução/Jornal Vanguarda
Além disso, a geografia da Serra do Mar é mais um obstáculo nos trabalhos. A região é composta por relevo montanhoso - a altitude no local é de cerca de mil metros.
De acordo com a FAB, os aviões de busca precisam adequar a altura do voo em relação à altura das montanhas, o que também dificulta a observação da região.
Região da Serra do Mar, onde buscas por helicóptero que desapareceu estão concentradas, tem altitude de mil metros
Reprodução/Jornal Vanguarda
Um terceiro complicador é a falta de um dispositivo de emergência no helicóptero que desapareceu.
Entrevistado pela Rede Vanguarda, o especialista em segurança de voo Aurélio Santos explica que a aeronave é simples e não conta com um equipamento que auxilia as buscas em caso de acidente.
"Ela não tem um rádio transmissor localizador de emergência, conhecido como ELT (Emergency Locator Transmitter). Quando há um acidente qualquer, esse dispositivo é acionado automaticamente e fica emitindo, em uma determinada frequência de emergência, sinais que demais aeronaves e equipamentos de busca podem captar".
Profissional da FAB procura helicóptero desaparecida em São Paulo
Divulgação/FAB
Ele ainda explica que tipo de sinais estão sendo procurados nessa operação de buscas pelo helicóptero.
"A busca é feita visualmente. Como não tem o ELT, os profissionais ficam nas laterais da aeronave de busca observando o solo abaixo. São treinados para isso. Buscam árvores quebradas ou até a própria fuselagem (do helicóptero), como alguma parte que tenha se soltado, tipo a hélice, que pode ter sido arrancada. São evidência que os buscadores procuram para tentar identificar o local onde a aeronave está", completa Santos.
Helicóptero que desapareceu com 4 pessoas a caminho do Litoral Norte de SP.
André de Sousa
5° dia de buscas
As buscas pelo helicóptero que desapareceu com quatro pessoas em São Paulo entram no 5° dia consecutivo nesta sexta-feira (5). A aeronave não faz contato desde o último domingo (31).
Inicialmente, a previsão é que o avião da Força Aérea Brasileira e da Polícia Militar retomem as buscas logo no início da manhã. O trabalho aéreo é suspenso com o anoitecer.
Força Aérea faz buscas por helicóptero com 4 pessoas que saiu de SP e desapareceu a caminho do Litoral Norte.
Arte/g1
Nesta quinta-feira (4), a FAB informou que já cumpriu cerca de 32 horas de buscas pelo helicóptero desaparecido. A área total das buscas é de 5 mil quilômetros quadrados.
As investigações iniciais apontam para a possibilidade de o helicóptero estar em alguma área entre a Serra do Mar - região de floresta densa do bioma Mata Atlântica - e Caraguatatuba, cidade vizinha ao arquipélago de Ilhabela.
É entre o trecho de Serra em Paraibuna (SP) e do município de Caraguatatuba onde a FAB concentra as buscas. O órgão usa um avião para procurar pelo helicóptero.
As equipes especializadas em buscas e resgates realizaram uma varredura aérea sobre ao menos seis cidades: Caraguatatuba, Natividade da Serra, Redenção da Serra, Paraibuna, São Luiz do Paraitinga, Salesópolis .
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O modelo da aeronave é o SC-105 Amazonas, tido como moderno e especializado para cumprir missões de busca e salvamento.
O modelo de aeronave exige treinamento prévio da tripulação, tem capacidade de fazer busca visual e noturna e é usado por forças armadas ao redor do mundo, entre elas a da Espanha e Índia.
São 15 tripulantes especializados que estão se revezando e voando em média 9 horas por dia sobre a região de Caraguatatuba. O avião está decolando e reabastecendo em São José dos Campos.
Aeronave da Força Aérea faz buscas por helicóptero com 4 pessoas que saiu de SP e desapareceu a caminho do Litoral Norte.
Divulgação/FAB
O g1 apurou que os ocupantes do helicóptero são:
Luciana Rodzewics, de 45 anos;
Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos (filha de Luciana);
Raphael Torres, 41 anos (amigo de Luciana e Letícia);
Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos (o piloto).
O quarto dia de buscas foi encerrado na noite desta quinta-feira (4), sem pistas ou indícios sobre o paradeiro do piloto e dos três passageiros, que seguem desaparecidos. A aeronave também não foi localizada.
Helicóptero que desapareceu com 4 pessoas a caminho do Litoral Norte de SP.
André de Sousa
Desaparecimento
A aeronave saiu da capital paulista com destino a Ilhabela (SP), mas perdeu o contato com as torres de comando.
De acordo com a Polícia Militar, que deu apoio nas buscas, a aeronave desaparecida saiu do aeroporto de Campo de Marte, em São Paulo, no domingo (31), por volta das 13h15, com destino a Ilhabela.
Luciana Rodzewics, de 45 anos; a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos estavam na aeronave.
Arquivo pessoal
Ao g1, a irmã da passageira Luciana informou que eles planejavam fazer um bate-volta para Ilhabela. Ela alega que Raphael é amigo do piloto e convidou a Luciana e a filha para esse passeio. Não era, segundo ela, um passeio contratado.
O empresário Raphael Torres é um dos passageiros do helicóptero que sumiu em São Paulo
Arquivo pessoal
Às 22h40, foi gerado um alerta para o Comando de Aviação e para o Corpo de Bombeiros, já que não havia registro de pouso da aeronave ou possibilidade de contato com o piloto.
O helicóptero que desapareceu possui o prefixo PRHDB, modelo Robinson 44, e é pintado de cinza e preto.
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