No Cidade Nova Louzada, casas já foram demolidas após fortes chuvas e deslizamento de terra. Agora, soluções por parte da Prefeitura são cobradas. Moradores do Cidade Nova Louzada, em Itaquaquecetuba, temem novo deslizamento de terra
Parece uma rua tranquila, com casas, comércio, mas, literalmente ao lado, é onde existe o perigo. A área sinalizada fica na rua Águas Formosas, no bairro Cidade Nova Louzada, em Itaquaquecetuba. Onde estão lonas pretas existiam quatro casas que foram demolidas pela Prefeitura. Na região, segundo os moradores, aconteceram três deslizamentos de terra nos últimos três anos. Tudo começou em 2020.
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Em 2022, quando teve o pequeno deslizamento, não afetou em nada a estrutura da minha casa, vida normal. Quando foi em 2023, realmente nós fomos acordados, a vizinhança inteira, onde teve uma queda no talude devido a um volume de chuva muito grande que nós tínhamos aqui na região", conta a comerciante Roberta dos Santos.
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Como uma das casas que ficam no terreno da Roberta foi atingida, a Prefeitura condenou o local e fez uma demolição parcial. Mas, segundo a comerciante, o problema foi a forma como tudo aconteceu.
"Eu fui surpreendida, com uma ligação da arquiteta da Defesa Civil somente avisando que estavam demolindo a minha casa. E eu falei 'como demolindo a minha casa se nem aí eu estou?'", relembra.
O Thomaz Henrique Bernardes Sobrinho também tem um imóvel na rua. Ele acompanha bem de perto toda a situação desde o começo. Engenheiro ambiental, fez por conta própria estudos sobre o local e protocolou toda a documentação na Prefeitura. Ele explica que existem questões técnicas incoerentes com as informações que os moradores têm recebido.
Onde estão lonas pretas existiam quatro casas que foram demolidas pela Prefeitura
Reprodução/TV Diário
Na conclusão da vistoria, ele afirma que o processo em relação ao trabalho feito no local foi tendencioso e inconclusivo e que são necessárias outras medidas, como drenagem da água da chuva e obras de saneamento básico.
"Tecnicamente o que está acontecendo é que a vazão de água não está dando conta. Está descendo e está tendo um deslocamento aí de 300 metros aproximadamente em uma altitude de quase 80 metros. O manejo de água fluvial não está dando conta, a Prefeitura não trabalhou isso tecnicamente, não sei se tem projeto. Não temos retorno, o solo piorou e isso pode causar novos deslizamentos", diz o engenheiro.
A faixa colocada pela população mostra não só a insatisfação dos moradores, mas o medo que eles têm vivido desde então.
"A área tem um risco iminente. Ela está classificada desde 2018, mas não essa área específica, é o bairro como um todo. Não tem uma classificação específica. E se há, a Prefeitura tem que apresentar isso e apresentar uma solução para os moradores", completa Thomaz.
Os moradores reclamam também de uma obra que a Prefeitura teria prometido na rua de baixo. Ela serviria de contenção para que não fosse necessário mexer nessas casas que ainda estão de pé. E, claro, por uma questão de segurança. O problema é que eles dizem que não recebem informações sobre esse processo.
Por nota, a Prefeitura de Itaquaquecetuba informou que o local é uma área particular. Disse que o setor responsável realizou a notificação, só que o proprietário não deu retorno. Além disso, foi feito um projeto para obras no local, mas está sob avaliação jurídica.
A Prefeitura afirmou ainda que a interdição da moradia aconteceu para garantir a segurança dos moradores que, sem autorização, realizaram uma escavação causando o desmoronamento.
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