ECONOMIA
Cigarrinha foi identificada nas gramas-bermudas, planta usada pra alimentar o gado. Estudo defende monitoramento das áreas para acompanhar os impactos. Pesquisadores identificam nova praga de pastagens em SC: 'surtos populacionais impressionantes'Epagri/DivulgaçãoPesquisadores do Brasil e Estados Unidos identificaram uma nova praga nas pastagens de Santa Catarina. Conforme o estudo publicado em 9 de janeiro na revista Neotropical Entomology, foram observados "surtos populacionais impressionantes" da cigarrinha de nome científico Metadelphax propinqua.A espécie foi encontrada em janeiro e fevereiro de 2023 em áreas de produção de feno de Chapecó e de outros municípios da região Oeste. Com isso, foi a primeira vez no país que se identificou nas gramas-bermudas, planta usada pra alimentar o gado. ?Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsAppApós ser encontrada, a cigarrinha foi analisada no laboratório do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).Além de Leandro do Prado Ribeiro, pesquisador e entomologista do órgão, outras análises contaram com a ajuda dos pesquisadores Fábio Nascimento e Eduardo Gorayeb, do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e do professor Charles Bartlett, da University of Delaware, dos Estados Unidos. Os pesquisadores perceberam que a espécie solta uma secreção que pode causar o desenvolvimento de um fungo. "Contudo, a maior preocupação reside no fato de que essa espécie é reportada como vetora de importantes fitopatógenos para a grama-bermuda e para outras espécies de plantas cultivadas, incluindo o milho", alertou Ribeiro. O especialista completou ainda que a cigarrinha tem a capacidade de transmitir doenças - especialmente vírus - tanto para espécies forrageiras (gramíneas) quanto para culturas anuais, como o milho. "Ou seja, [a cigarrinha] ao se alimentar de uma planta contaminada, ela adquire os microrganismos e transmite para outras plantas sadias", resume. Entre os riscos para as plantas, a Epagri detalha: as infestadas apresentaram clorose foliar, que é um amarelecimento ou perda de coloração decorrente da alimentação das cigarrinhas; também foi observada redução da taxa de crescimento das plantas, devido à sucção de seiva e injeção de toxinas, bem como à deposição de honeydew, uma secreção açucarada eliminada pelas cigarrinhas no processo de alimentação;a secreção pode conduzir ao desenvolvimento de fumagina, um fungo do gênero Capnodium responsável pela redução da área fotossinteticamente ativa da planta.EspécieA cigarrinha M. propinqua é uma espécie que se alimenta de diversas plantas. Por se tratar de uma espécie nova em cultivos brasileiros, pesquisadores ainda não têm ferramentas para o manejo. O pesquisador defende, no entanto, o monitoramento das áreas para acompanhar os impactos. Suspeito de matar jovem em apartamento tinha porte de armaTartaruga afogada é salva após receber oxigênio em equipamento usado em humanos?Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsAppVÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias