Estratégia da eleição de gargalos de 2020, segue em 2024.
Na eleição de 2020 a base governista em Guarulhos apostou em fazer a maior bancada, pelo então partido recém do prefeito, o PSD, sendo que ele deixou de tentar a sucessão pelo partido que o elegeu (PSB) pouco tempo antes da eleição. Naturalmente, não deve ter soado muito bem aos ouvidos do padrinho político Márcio França.
Nesta estratégia de gargalhos, ficou evidente que bons quadros foram relegados e sacrificados para o sucesso de uma estranha e inusitada "Estratégia". Resultou-se em 07 cadeiras, mas, deixaram vereadores de renome sem mandato, e não oportunizaram a chance de alavancar mulheres, rifando nome de Secretarias.
Mulheres que teriam chances reais, caso fossem realmente priorizadas como opção governamental. Pois bem, a Estratégia desapercebida por alguns políticos da cidade foi a criação de um gargalo, para "desempoderar" alguns vereadores. Isso mesmo, aqueles menos colaborativo com a máquina.
Porém com essa demanda de suplentes não eleitos, outro gargalo acabou sendo criado o do banimento das lideranças políticas aos cargos, normalmente recebido pelos apoiadores em relação a devoção.
Pois, bem com um número de ex vereadores, ex-secretários, e a determinação do Ministério Público reduzindo cargos, e obrigando a criação de cargos técnicos, com grau de instrução, restou a esse grupo do sacrifício, priorizar seus familiares, em detrimento de seus apoiadores e cabos eleitorais, contrariando a regra básica, que voto de casa é obrigatório, e colocando lideranças políticas à mercê do esquecimento, o que enfraqueceu em muito a perspectiva de qualquer sucessão por parte do governo.
Neste novo gargalo, em 2024, com menos partidos, e sem antigas lideranças, abandonadas. O funil vai ser mais estreito.
Somente com muita boa vontade para acreditar que a estrutura aplicada para a governança de 2020, pode abrir espaço na linha governista a qualquer novo pré-candidato. Aquele ditado que voto de casa é obrigatório, será apurado nas urnas pelos vereadores da máquina, pré-candidatos a vereadores e com espaço político para realizar uma campanha sem servir de escada para qualquer vereador que deixou ao abandono ou à mercê do tempo, e dos "time" eleitorais, desta vez está mais estreito.
A formação da frente ampla, tem espaço para receber essas lideranças possibilitando, nestas eleições em uma estratégia igualitária, de empoderamento de espaços políticos partidários, o acesso a cadeira de vereança, sem sacrifícios!
Importante mencionar que nesta eleição vai agravar: o maior rigor na fiscalização, principalmente nos campeões de voto na última eleição, além de acompanhamento das candidaturas femininas que deverem ser reais, e as mudanças eleitorais com diminuição de praticamente 50% nas legendas.
A estratégia de partidão, de "direitão" ou que for vir. poderá comprometer o ingresso dos atuais vereadores a cadeira de fato, além dos vários nomes pré-prefeituráveis, que estão aliados a atual gestão.
A gestão ainda não definiu o escolhido da máquina, e nem sobrenomes, sem certidão, é uma grande indecisão. O que sabemos é um o governo sem mestria em construir sucessor, e acoplar legendas aliadas. A oposição tem um coringa nas mãos e está com xeque na largada.
----------------------------------------------
Milene Iris Borges Estanislau
Jornalista MTB
Direito, Pós-graduação Direito Eleitoral e Direito Político, Direito público, Gestão pública e Docência em ensino Superior.
--------------------------
As opiniões expressas no artigo são de responsabilidade do autor, refletindo o espaço democrático.