Meninas mudaram este ano para a escola estadual e não conseguiram autorização da unidade para frequentar as aulas acompanhadas das profissionais fornecidas pelo convênio médico delas. Já a Secretaria Estadual da Educação afirma que a responsável foi orientada desde o início do ano letivo a efetuar na escola a solicitação de profissionais de apoio escolar para acompanhamento das estudantes. Isabella e Isadora ainda não foram para a escola este ano
Arquivo Pessoal/Andreia Rodrigues
As irmãs gêmeas Isabella e Isadora Oliveira Rodrigues começaram a estudar este ano na Escola Estadual Aprígio de Oliveira, em Mogi das Cruzes. Com a mudança de escola, um problema surgiu. Agora, elas – que são autistas – não têm mais a permissão para frequentarem as aulas com acompanhantes terapêuticas (ATs) fornecidas pelo convênio médico delas.
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"Até o ano passado, minhas filhas estudavam em uma escola da Prefeitura e lá elas estavam sendo muito bem acolhidas e assistidas, porque tinham permissão para que as ATs do convênio frequentassem a sala de aula com elas e ajudassem nas atividades. Isso para mim era a verdadeira inclusão. Mas indo para o Estado, elas tiveram isso negado", conta a mãe das meninas, Andreia Rodrigues.
Por conta desse problema Isabella e Isadora, que têm 11 anos e estão no 6º ano, ainda não foram para a escola este ano. A mãe diz que não tem coragem de deixar as duas desacompanhadas até porque elas podem ter crises epiléticas e não estar com alguém especializado para tomar os cuidados necessários.
"Para se ter uma ideia, eu convivo com elas há 11 anos e ainda fico assustada quando elas têm uma crise, mesmo eu já sabendo o que tenho que fazer. Fora isso, elas também precisam do apoio com a questão motora, para fazer as atividades. Por isso eu ainda não mandei as duas para a aula este ano", diz a mãe.
Sobre o caso, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) disse que a direção da Escola Aprígio de Oliveira afirma que a responsável foi orientada desde o início do ano letivo a efetuar na escola a solicitação de profissionais de apoio escolar para acompanhamento das estudantes.
O pedido formal do serviço teria sido feito há duas semanas e, segundo a pasta, segue em trâmite interno, com regime de urgência para garantir o atendimento.
"A Diretoria de Ensino orientou que a unidade escolar viabilize uma articulação com a equipe multidisciplinar da área da saúde que atende as estudantes fora do ambiente escolar, por meio de reuniões periódicas, para que juntos possam definir as melhores estratégias para o desenvolvimento integral das alunas", ressalta a nota enviada pela Secretaria.
Mais de 8 mil profissionais de apoio para alunos com TEA e demais deficiências são disponibilizados pela pasta, que afirma que "esses profissionais são capacitados para atuar no ambiente da escola, visando garantir o bem-estar dos estudantes durante a rotina escolar no que se refere ao apoio à higiene, locomoção, alimentação e atividades escolares".
A Secretaria Estadual afirma ainda que os alunos com TEA frequentam as aulas regulares, de acordo com a Política de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é oferecido no contraturno.
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