ECONOMIA
Na terça-feira, a moeda norte-americana recuou 0,47%, cotada em R$ 5,0070. Já o principal índice acionário da bolsa brasileira encerrou em alta de 0,80%, aos 129.980 pontos. Dólar abre em baixaKarolina GrabowskaO dólar opera em forte alta nesta quarta-feira (10), após dados do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) terem vindo piores do que o esperado e afastado a possibilidade de corte dos juros americanos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em queda, acompanhando o cenário negativo do exterior.Veja abaixo o resumo dos mercados.DólarÀs 16h05, o dólar subia 1,45%, cotado em R$ 5,0797. Na máxima, foi a R$ 5,0854. Veja mais cotações.Na terça-feira, o dólar caiu 0,47%, cotado em R$ 5,0070.Com o resultado, acumula:queda de 1,14% na semana;recuo de 0,17% no mês; ealta de 3,18% no ano.IbovespaNo mesmo horário, o Ibovespa tinha queda de 1,32%, aos 128.181 pontos.Na terça-feira, o índice fechou em alta de 0,80%, aos 129.980 pontos.Com o resultado, acumula:alta de 2,44% na semana;avanço de 1,39% no mês; erecuo de 3,20% no ano.Entenda o que faz o dólar subir ou descerDINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda? O que está mexendo com os mercados?Na agenda, o principal destaque desta semana foi a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos nesta quarta-feira. A inflação ao consumidor acelerou e chegou a 3,5% em março, contra 3,2% registrados em fevereiro e acima das expectativas de mercado.A inflação mensal foi de 0,4%, mesma margem de fevereiro e também acima das expectativas. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,3% no mês e 3,4% na base anual.O banco central dos EUA tem uma meta de inflação de 2%. Após o crescimento de empregos mais forte do que o esperado em março, bem como a queda da taxa de desemprego de 3,9% em fevereiro para 3,8%, alguns economistas adiaram as expectativas de corte dos juros para julho.Depois dos indicadores, os mercados financeiros viam uma probabilidade de aproximadamente 84,8% de o Fed manter os juros em sua reunião de política monetária de 11 e 12 de junho, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME. Na ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), divulgado também na quarta-feira (10), as autoridades do Federal Reserve se mostraram preocupadas com a possibilidade de o progresso da inflação ter estagnado e de ser necessário um período mais longo de política monetária restritiva para controlar o ritmo dos aumentos de preços. "De modo geral, os participantes destacaram sua incerteza quanto à persistência da inflação elevada e expressaram a opinião de que dados recentes não haviam aumentado sua confiança de que a inflação esteja se movendo de forma sustentável para 2%", disse a ata.As autoridades do Fed estão debatendo se o maior risco é que a política monetária permaneça muito apertada por muito tempo ou que o Fed corte os juros muito cedo e não consiga fazer com que a inflação retorne à sua meta de 2%.Na semana passada, o payroll, o principal relatório de emprego norte-americano, voltou a indicar um mercado de trabalho forte no país. Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, o país abriu 303 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, acima do projetado pelo mercado, de 200 mil novos postos.Ainda no exterior, os mercados também acompanharam a variação dos preços internacionais do minério de ferro, que subiram no início da semana em meio à expectativa de melhora da demanda da China, maior consumidor global da commodity.Já no Brasil, o principal destaque da semana fica com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A inflação oficial do país mostra que os preços subiram 0,16% em março, abaixo das expectativas do mercado financeiro.O maior impacto do mês veio novamente do grupo Alimentação e bebidas, com alta de 0,53% e peso de 0,11 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Mas é uma variação mensal menor que fevereiro, quando os preços do grupo haviam subido 0,93%. Para o mercado financeiro, a inflação veio bem abaixo da projeção, mas ainda não afasta a preocupação com a inflação de serviços. Os serviços subjacentes, um núcleo focado em serviços e que exclui itens mais voláteis, teve alta levemente mais forte que o mês anterior, de 0,44% para 0,45%."O ponto de preocupação continua sendo os serviços subjacentes, que, ao se manterem praticamente estáveis, continuam em um patamar incompatível com as metas de inflação – e deverão continuar justificando a cautela do Banco Central", diz Helena Veronese, economista-chefe da B. Side.Na agenda corporativa, as atenções ao longo da semana ficaram com o noticiário envolvendo a Petrobras. Na semana passada, voltaram a surgir rumores no mercado de que o presidente da estatal, Jean Paul Prates, pode ser demitido da companhia e substituído pelo atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. A notícia de que o governo também decidiu pagar parte dividendos da Petrobras, tema que foi alvo de crise com Prates, também continuou sob os holofotes. Segundo o blog da Julia Duailibi metade dos dividendos serão pagos, valor em torno de R$ 20 bilhões.