O Sindicato dos Metroviários de São Paulo votou pela suspensão da greve prevista para quarta-feira (22), a partir da 0h.
O que aconteceu
Indicativo de greve foi divulgado em 14 de maio. A paralisação havia sido aprovada por 1.225 trabalhadores, e a assembleia desta terça (21) tinha como objetivo confirmar ou não a greve, além de organizar eventuais manifestações e medidas de mobilização da categoria.
Diretoria do sindicato se manifestou contra a greve na assembleia. Eles consideraram uma carta do Metrô com manifestação favorável a alguns pontos que a categoria considera importante, entre eles, que a empresa apresente uma proposta às reivindicações dos metroviários em 5 de junho e uma nova reunião de conciliação no TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) no dia 28 de maio.
Assembleia presencial aprovou a orientação da diretoria. Em votação virtual, que terminou por volta das 22h, a decisão foi ratificada. O estado de greve e a retirada do uniforme foram mantidos. "A gente precisa do apoio de todo mundo nessa luta em defesa dos metroviários, dos postos de trabalho e contra o processo de privatização", disse Camila Lisboa, presidente do sindicato, que ressaltou que uma das principais demandas agora é a abertura de concurso público para o Metrô
Paralisação afetaria o funcionamento de quatro linhas. A greve incluía as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô. As linhas 4-Amarela e 5-Lilás, operadas pela iniciativa privada, funcionariam normalmente, assim como as linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Justiça havia determinado operação total durante o pico. Anteriormente, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região já havia definido que o Metrô deveria funcionar com 100% da capacidade das 6h às 9h e das 16h às 19h e com 50% nos demais horários. A decisão do último dia 17 atende a um pedido feito pelo próprio Metrô, segundo coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
A Nova TV Alto Tietê, procurou o Metrô de São Paulo para pedir um posicionamento e ainda aguarda retorno.
Reivindicações
Funcionário pedem reajuste e recusaram proposta do Metrô. No início de março, a companhia havia oferecido aumento de 2,77% — equivalente à inflação medida pelo IPC-Fipe. Os trabalhadores, porém, querem um reajuste acima da inflação, além de participação nos lucros.
A categoria ainda exige a abertura de concurso público, plano de carreira, reintegração dos demitidos da empresa e reajuste no vale-refeição e vale-alimentação.
Sindicato alega que Metrô não apresentou contraproposta. Ao todo, foram feitas cinco reuniões de negociações entre metroviários e Metrô, mas não houve acordo. Segundo o Sindicato, a companhia havia prometido uma nova proposta para 14 de maio, o que não aconteceu. O prazo foi adiado para 5 de junho. "Esta não nos pareceu uma boa-fé negocial por parte da empresa", diz a entidade.
Metroviárias e metroviários realizam um serviço de excelência, reconhecido pela população pelo sétimo ano consecutivo como o melhor serviço público de São Paulo. Mesmo com o quadro de funcionários reduzido. Por isso, merecem respeito. São exatamente dois meses desde quando a empresa teve contato com as reivindicações e, após cinco rodadas, a empresa ainda não apresentou nenhuma proposta.
Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo
Fonte: Uol