No campus de Itaquaquecetuba a paralisação, que começou no dia 3 de abril, já completou 65 dias, enquanto em Suzano, onde teve início em 11 de abril, são 57 dias de greve. No campus de Suzano do Instituto Federal a greve teve início no dia 11 de abril
Divulgação/IFSP Suzano
As duas unidades do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) que ficam no Alto Tietê estão em greve desde abril. No campus de Itaquaquecetuba a paralisação, que começou no dia 3 de abril, já completou 67 dias, enquanto em Suzano, onde teve início em 11 de abril, são 59 dias de greve.
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O período de paralisação têm preocupado mães e também os alunos que frequentam as unidades, que reclamam do tempo sem aulas. Nos dois campus da região, professores e servidores técnico-administrativos fazem parte da greve.
"Eu acho isso péssimo, porque o aluno não tem que pagar o preço pelo que os professores estão pedindo. Eu entendo que os professores precisam de aumento e a escola precisa de melhorias, mas estão todos sendo prejudicados", reclamou Jaqueline de Castro. A filha dela, Luna de Castro, tem 15 anos e cursa mecatrônica no Instituto Federal de Itaquaquecetuba.
A mãe lembra ainda que os alunos já vêm de anos de pandemia e acredita que essa paralisação pode ser muito prejudicial ao ensino. Quem concorda é Ana Júlia Vieira Cardoso, de 17 anos. Ela cursa técnico em Química no Instituto Federal de Suzano e está no último ano.
"Eu vou prestar vestibular, mas com essa greve o conteúdo está sendo escasso e a nossa base para poder tirar uma boa nota em algum vestibular vai ficar incompleta. Tem também a questão da formatura, porque se a greve se estender por muito tempo eu vou ter que me formar no ano que vem e, caso eu passe em alguma universidade, não vou poder entrar", lamenta a estudante.
Reivindicações das lideranças
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) lideram a paralisação que tem entre as pautas:
Reestruturação das carreiras de técnico-administrativos (PCCTAE) e docentes (EBTT);
Recomposição salarial;
Revogação de todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas nos governos Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2019-2022);
Recomposição do orçamento e reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
Tentativa de acordo
No dia 27 de maio, o governo chegou a assinar um acordo com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação).
No entanto, essa proposta não foi aceita pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e o acordo foi suspenso.
Os Ministérios da Educação (MEC) e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) apresentaram uma proposta para os docentes de institutos e universidades federais com aumentos de salário que iriam de 23% a 43% até 2026.
Dessa forma, o salário inicial de um docente passaria de R$ 9.916 (salário em abril de 2023) para R$ 13.753. Já o salário para professor titular, no topo da carreira, iria de R$ 20.530 (abril de 2023) para R$ 26.326.
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