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Após trabalho de ONG, favela em Ferraz atinge taxa de empregabilidade de 95%

Por Nova TV Alto Tiete em 06/03/2023 às 18:54:31

Gerando Falcões começou trabalho na comunidade, que antes se chamava Boca do Sapo, há um ano. Iniciativa que também ocorre em outras favelas do país foi batizada como "Favela 3D" e busca tornar os espaços dignos, digitais e desenvolvidos. Projeto da Gerando Falcões na Favela dos Sonhos completa um ano; veja o que mudou

As ações da ONG Gerando Falcões no programa Favela 3D completaram em uma comunidade de Ferraz de Vasconcelos. O objetivo nesta e em outras comunidades áreas do país é tornar os espaços dignos, digitais e desenvolvidos.

Um dos avanços da Favela dos Sonhos, em Ferraz, está na área da empregabilidade, que chegou a uma taxa de 95%. Além disso, agora as ruas têm bloquetes, os postes contam com iluminação de LED e parte dos barracos foi substituída por casas. A área agora também conta com internet via Wi-fi.

Uma placa na entrada da comunidade, que já foi conhecida como Boca do Sapo, acompanha cada conquista: 80% dos moradores passaram por qualificação profissional, 80% dos espaços foram revitalizados e 87% das moradias transformadas, de acordo com o Dignômetro.

"Favela 3D que significa digna, desenvolvida e digital. Então todas as nossas ações dentro da favela visam esses três indicadores. Quando a gente chegou aqui um ano atrás era um cenário de guerra. Pessoas destruídas, autoestima lá embaixo, sem empoderamento, sem saber o dia de amanhã, sem planos. E hoje é totalmente diferente" , explica Bruno Desidério, líder da Favela dos Sonhos.

"A nossa vertente não é transferência de renda, não é concessão. Nós trabalhamos com desenvolvimento social. Nós temos um plano de desenvolvimento para cada família e para cada membro daquela família. E na continuidade do trabalho a gente forma líderes sociais dentro da favela, para que quando a gente passar a atuar de forma diferente dentro do território eles possam dar sequência nessa transformação", explica Bruno.

"A gente fala que primeiro eles viram a gente fazer, agora nós estamos fazendo juntos e daqui 6 meses eles começam a fazer sozinhos, com a gente assistindo", continua.

Futuro

A Joelma Campos Pereira é uma dessas líderes. Ela faz parte da ONG Decolar, que vai continuar o projeto. Orgulhosa por ter participado dessa mudança, já faz planos para o lugar continuar se desenvolvendo.

"Difícil às vezes não é você fazer, mas é você manter tudo aquilo que já foi feito e nós, como ONG Decolar, estamos aqui para isso, para manter tudo aquilo que já foi feito e trazer coisas novas para dentro da comunidade. Atender a gestante, atender ao idoso, atender a criança, porque a gente acredita que a criança é o futuro dentro da nossa comunidade, dentro da favela", diz Joelma.

Estão cadastradas no projeto Favela 3D cerca de 200 casas, o que representa cerca de 600 pessoas. Neste um ano, não foi só o espaço que mudou, vidas também foram transformadas. Segundo o ajudante de produção Anaelson Leite, até sonhar era difícil quando ele chegou com a família há quatro anos.

"Agora eu comecei a estudar e aí eu falei: quero trabalhar próximo de casa porque aí dá para trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Pretendo fazer uma faculdade de engenharia civil mais pra frente"

Com emprego com carteira assinada, Anaelson respira aliviado. "Com criança pequena você pensa: 'o que eu vou comprar para os meus filhos amanhã?'. Agora, trabalhando: 'ah, amanhã meus filhos vão comer isso, comer aquilo'. Coisa que antes a gente não podia, porque estava no bico, aparecia você ia fazer, comprava uma coisinha hoje e amanhã já estava sem", lembra.

Leandro de Lima mostra orgulhoso o jardim na frente da casa onde mora. Ele está fazendo curso profissionalizante de jardinagem e já faz planos para depois que conquistar o diploma.

"Eu posso estudar prático de segunda a sexta e sábado teórico e, com a bolsa que eu vou ganhar, tenho como sustentar minha família e me preparar para o mercado de trabalho futuramente. Posso também cuidar do jardim que nós mesmos estamos implantando aqui dentro da comunidade. É um primeiro passo. Nós temos que conquistar sempre o primeiro degrau e depois podemos decolar", diz Leandro.

"Eu usei a madeira que desmontou o barraco para fazer essa cerquinha. Eles estão com uns projetos bons para melhorar muito para nós. Eles explicaram que isso não é para viver aqui, é um passo para dar na vida para procurar uma coisa melhor para nós", diz o ajudante geral Ruivan Bispo da Silva.

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Fonte: G1

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