Casos foram registrados em Itaquaquecetuba e Suzano. No mesmo período do ano passado, região teve quatro casos, sendo três em Mogi das Cruzes e um em Suzano. Partículas do vírus da mpox vistas em microscópio eletrônico
NIAID
O Alto Tietê registrou dois casos de Mpox (antiga varíola dos macacos) entre janeiro e julho de 2024, segundo as prefeituras. Os casos deste ano foram registrados em Itaquaquecetuba e Suzano.
No mesmo período do ano passado, região teve quatro casos, sendo três em Mogi das Cruzes e um em Suzano.
O g1 questionou todas as prefeituras do Alto Tietê, mas não teve resposta de Biritiba-Mirim, Salesópolis e Santa Isabel.
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As prefeituras da região afirmaram que, por não se tratar de uma doença nova, as equipes das secretarias municipais de Saúde que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) já estão treinadas para fazer o atendimento dos pacientes com Mpox.
Em Arujá, o protocolo está em fase final de atualização e a equipe receberá treinamento sobre o tema.
Entenda mais sobre a Mpox
O médico sanitarista, fundador e ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina, explica que a Mpox é uma forma de varíola que começou na África com a infecção de ratos, que passaram a doença para os macacos, que transmitiram o vírus para os humanos.
"As pessoas contaminadas têm lesões, que são pequenos aglomerados de pus que se formam na pele e é uma infecção que provoca esse topo de pus. A transmissão, então, se dá pelo contato com esse pus. A forma mais frequente de contaminação que tem sido apontada é durante o ato sexual", explica o médico.
Vecina ressalta que no caso de crianças que contraem a doença, a contaminação muitas vezes acontece pelo contato com a mãe, principalmente, no caso de bebês.
"Por exigir esse contato para a contaminação, a Mpox é muito diferente de outras doenças, como a Covid, por exemplo. Por isso, ela produz um número menor de casos. Temos falado com muito cuidado que homens que fazem sexo com homens fazem parte do grupo mais frequentemente atingido, mas, fora isso, não temos nenhuma notícia de grupos específicos que contraem mais a doença", afirma Vecina.
Em relação às possíveis mortes, o médico diz que a Mpox é uma doença "relativamente benigna" e que a morte pode ocorrer em grupos que têm maior fragilidade, como em crianças muito novas ou pessoas "muito velhas".
Ainda segundo Vecina, não há um tratamento específico para a doença e, portanto, serão tratados os sintomas, que incluem febre, dores de cabeça, inchaços, dores nas costas e dores musculares. Assim que a febre diminui, podem ocorrer as erupções na pele.
O que você precisa saber sobre mpox
Fontes: NCDC, CDC, UKSA, OMS
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Vacinação
No Brasil, seguindo os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), a aplicação da vacina contra a Mpox segue para grupos específicos. Inicialmente ela foi focada em pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) e profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus [a família do vírus da monkeypox].
Além disso, no caso da vacinação pós-exposição ao vírus, recebiam as doses pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS.
Profissional de saúde prepara dose da vacina contra a varíola dos macacos (monkeypox).
AP Photo/Jeenah Moon, File
Desde junho do ano passado, porém, uma nota técnica ampliou o programa para usuários da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), permitindo que, em casos de vacinas disponíveis na rede estadual ou municipal sem uso para PVHA, elas fossem aplicadas em pacientes que usam a PrEP, que é uma das principais formas de prevenção do HIV.
Embora o Brasil apresente sinal de estabilidade e controle da Mpox, o Ministério da Saúde, de forma preventiva, instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde para coordenar ações de resposta à doença. A medida vem diante da decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de declarar emergência internacional para a Mpox. A instalação do COE-Mpox ocorreu nesta quinta-feira (15).
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