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Mogi das Cruzes confirma morte de criança por meningite

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Por Nova TV Alto Tiete em 26/08/2024 às 16:25:00

Segundo a Prefeitura de Mogi, a vítima era uma criança que estudava em uma escola municipal. Ao menos outras seis cidades da região já registraram casos da doença neste ano. Mogi das Cruzes confirma morte de criança por meningite

Mogi das Cruzes confirmou nesta segunda-feira (26), a primeira morte por meningite no ano. A morte aconteceu na última semana e a informação foi confirmada pela Prefeitura.

De acordo com a administração municipal, a vítima era uma criança que estudava no Ceim João Gualberto Mafra Machado (Prof.) - Ceic Brincando e Aprendendo II, em Jundiapeba. Em nota, a Prefeitura informou que lamenta profundamente pelo óbito e deseja conforto ao coração dos familiares.

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Ainda segundo a administração, a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde já fez contato com a unidade escolar e com familiares para prestar as orientações sobre medidas de profilaxia e cuidados necessários.

Além de Mogi das Cruzes, ao menos outras seis cidades da região também confirmaram casos de meningite neste ano:

Arujá

Nos últimos três meses, a cidade teve apenas um caso de meningite viral. De acordo com a Prefeitura, o paciente evoluiu bem e após investigação não foram identificados outros pacientes com o vírus.

A Prefeitura completou que não teve nenhuma morte em 2024 por meningite.

Biritiba Mirim

A Secretaria de Saúde de Biritiba Mirim informou que não houve casos e nem mortes nos últimos três meses.

Ferraz de Vasconcelos

A Secretaria de Saúde de Ferraz de Vasconcelos informou que só um caso foi registrado em maio deste ano, mas sem nenhuma morte.

Guararema

Não houve casos de meningite registrados em Guararema nos últimos três meses.

Itaquaquecetuba

A Prefeitura de Itaquaquecetuba, por meio da Secretaria de Saúde, informou que registrou casos de meningite nos últimos meses, mas não houve morte.

Suzano

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, desde maio de 2024, foram registrados seis casos positivos de meningite em Suzano, sendo duas bacterianas, três virais e outra não especificada. Não houve mortes causadas pela doença no período.

Cuidados e prevenção

Renato Kfouri, infectologista pediátrico e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizaçãoes de São Paulo (SBIm), conta que cerca de um quarto das crianças que desenvolvem meningite por bactérias morre.

Além disso, o médico afirma que a meningite é uma doença de alta letalidade e o risco de sequelas definitivas aos sobreviventes varia entre 40% e 50%.

Kfouri também explica os tipos de apresentação da doença, que se dividem em casos que acontecem de forma regular e surtos menos frequentes localizados em alguma instituição ou comunidade.

"As meningites virais são mais leves, geralmente benignas, sem nenhum problema, mas para as meningites causadas por bactérias, que são essas mais graves, nós já dispomos de vacinas e é importante a gente alertar pra quem não estiver com o seu calendário de vacina em dia procurar colocar a vacina, atualizar as suas vacinas pra que a gente não tenha. Os casos ocorrem normalmente, a gente tem cerca de 3 mil casos por ano de meningites bacterianas aqui no Brasil. Então, esses casos, além de acontecer de forma rotineira, você tem, às vezes, surtos da doença em escolas, em municípios, em creches, às vezes em empresas".

Dependendo da bactéria, a gente deve fazer um antibiótico oral, dose única, algo muito simples, para aqueles que tiveram contato mais próximo. Então, não é para todas as meningites, é para meningites causadas por específicos tipos de bactéria, uma vez que a gente já reconhece esse caso.

"Colegas de classe, aqueles que moram juntos em casa, no mesmo domicílio, ou tiveram contato mais prolongado, mais de quatro horas, viajaram dentro de um carro ou estiveram juntos, precisam receber essa prevenção que são esses contatos mais prolongados e íntimos."

O médico explica ainda que quem não é da mesma sala, os outros professores não precisam receber nenhum tipo de medicação.

"Mas é uma estratégia que funciona muito bem pra controlar a disseminação e evitar que casos esporádicos se transformem num surto, em outros casos secundários numa mesma instituição. É isso, a vacinação, como eu falei, é importante. No SUS nós temos contra a meningite por Haemophilus, pelo pneumococo, pelo meningococo C. Nos adolescentes, uma com quatro tipos, A, C, W, Y. Estar com a carteira em dia é a melhor forma de prevenção."

Kfouri comenta que a meningite é uma doença febril aguda e que um dos grandes desafios das meningites, de uma maneira geral, é diferenciá-la de outras doenças, como a gripe, por exemplo. No entanto, o infectologista aponta a evolução rápida do quadro como um importante fator para o diagnóstico.

"Muitas vezes, quando é bebezinho pequeno, sonolência, letargia, a criança fica largada, irritabilidade, um choro constante, gemência. E nas crianças mais velhas, uma dor importante de cabeça importante, vômitos mais em jato e dificuldade de movimentação do pescoço, que nem sempre está presente nos bebês muito pequenos. Então, é importante, na presença desses sintomas, de qualquer quadro febril, que é uma criança maior, um adolescente, tem vômitos importantes, que têm dificuldade de movimentação da cabeça ou bebê que não está bem, muito irritado e choroso, sonolento, gemendo, é importante buscar orientação médica, ser examinado, pra que a gente evite, vamos dizer, o avançar da doença e consiga interceder, iniciar o tratamento mais precoce possível. Manchas na pele, em alguns tipos de meningite, também são muito típicas. Manchas hemorrágicas na pele que já é um sinal mais avançado da doença".

Em relação ao tratamento, Kfouri indica o diagnóstico precoce como um dos principais pontos para diminuir o risco de agravamento dos casos.

"Nós temos hoje antibióticos altamente eficazes pra essas bactérias todas causadoras da meningite. Agora, o que faz a diferença é o diagnóstico precoce. Quanto mais a introdução do antibiótico for no começo da doença, melhor a chance de sobrevida, melhor a chance de não ter sequela. O sucesso do tratamento é muito dependente da intervenção do tratamento iniciado precocemente".

Já exisem vacinas para as meningites causadas por bactérias que são as mais graves

Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Fonte: G1

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