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Eventos climáticos extremos tendem a pressionar preços e impactar atividade, avalia diretor do BC

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Por REDAÇÃO: NOVA TV ALTO TIETÊ em 02/09/2024 às 16:47:10

Segundo o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Paulo Picchetti, falta de chuvas nas regiões Norte e Nordeste vão impactar preços da energia no Brasil neste mês. Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central

Pedro França/Agência Senado

O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, afirmou nesta segunda-feira (2) que eventos climáticos extremos, como por exemplo as fortes enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul, tendem a pressionar a inflação e a conter o ritmo de crescimento da atividade.

Ele deu a declaração durante uma transmissão ao vivo realizada no YouTube.

"Na medida em que a oferta é comprometida por um evento climático extremo, os preços sobem. Vai ter um impacto no nível de atividade, em seguradoras. E portanto o BC tem de reagir a isso. No ponto de vista clássico, choques de oferta não são combatidos por autoridades monetárias. O manual diz que o BC tem de combater os efeitos secundários disso, e em um espaço de tempo relevante para a politica monetária [decisões sobre taxa de juros]", afirmou.

Ele lembrou que a falta de chuvas nas regiões Norte e Nordeste vão impactar os preços de energia elétrica no Brasil em setembro, por conta do acionamento, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) da bandeira tarifária vermelha.

Isso significa que haverá cobrança adicional na conta de luz, deixando o preço da energia elétrica mais caro para famílias e empresas.

Picchetti, avaliou que esses choques climáticos não são aleatórios e temporários e que, por isso, o Banco Central já está tomando iniciativas. Explicou que o BC brasileiro já está se reunindo com outras autoridades monetárias.

"A gente está trabalhando, em conjunto com a rede de BCs, nesses modelos [econômicos] que juntam as dimensões climáticas e econômicas para tornarem explícitas e quantitativas as decisões de politica [de juros] que vamos ter que tomar", acrescentou o diretor.

Ele explicou que cientistas já estão trabalhando em modelos para tentar prever enchentes, furacões, e o consequente impacto que isso tem para mudar os padrões produtivos.

"Os modelos que vão integrar trajetórias de mudanças de clima com fundamentos econômica, tanto por reação ou ação preventiva. Estou falando de taxa de juros, emprego, desemprego", afirmou.

Bloqueio de empréstimos

Eventos climáticos extremos dificultam produção agrícola

O diretor Paulo Picchetti, do BC, também informou que já foram bloqueados R$ 700 milhões em crédito irregular, nos últimos anos, para produtores rurais que buscavam atuar em áreas de proteção ambiental.

O instrumento para o bloqueio é o Cadastro Ambiental Rual (CAR), obrigatório desde 2019.

"Desde a implementação, mais de 1,2 mil operações de crédito já foram interditadas por demonstrar inconformidade com áreas protegidas por diferentes razões, terra indígena, ou áreas de conservação", disse.

"Isso dá um volume de mais de R$ 700 milhões em crédito rural. Mais de 30 mil pedidos de registros de empresas e entidades nesse cadastro ambiental rural já foram interrompidos por haver problemas de conformidade. Fiscalização se dá de forma contínua", acrescentou Picchetti.

Fonte: ECONOMIA

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