Dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Nos oito primeiros meses do ano, país criou 1,73 milhão de vagas com carteira assinada, aumento de 24% em relação ao mesmo período em 2023. Criação de empregos formais cresce 5,8% em agosto
Claudio Vieira/Prefeitura SJC
A economia brasileira gerou 232,5 mil empregos formais em agosto deste ano, informou nesta sexta-feira (27) o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas em agosto:
2,231 milhões de contratações;
1,998 milhão de demissões.
O resultado representa crescimento de 5,8% em relação a agosto do ano passado, quando foram criados cerca de 219,7 mil empregos com carteira assinada.
Esse também é o melhor resultado, para meses de agosto, desde 2022.
Veja os resultados para os meses de agosto:
2020: 214,57 mil vagas fechadas
2021: 387,84 mil empregos criados
2022: 288,69 mil vagas abertas
A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada, porque o governo mudou a metodologia.
Críticas aos juros
De acordo com o ministro do Trabalho em exercício, Francisco Macena, o bom resultado do emprego formal em agosto aconteceu a despeito da política de juros do Banco Central, que iniciou, neste mês, um ciclo de alta da taxa Selic, com um aumento para 10,75% ao ano.
Segundo ele, o BC trabalha "em perspectiva contrária ao desenvolvimento econômico do país", aumentando o custo da dívida pública ao subir os juros.
"Ficamos atentos e preocupados com o movimento que é feito pelo Banco Central, e, principalmente, com o que a gente presencia pela imprensa, de alguns analistas do mercado, que ficam apontando o emprego e o aumento da renda como fatores que pressionam o consumo e a inflação", declarou o ministro em exercício.
Francisco Macena disse que é possível atingir a marca de dois milhões de empregos formais abertos em todo ano de 2024.
Parcial do ano
De acordo com o Ministério do Trabalho, 1,73 milhão de empregos formais foram criados no país nos oito primeiros meses deste ano.
O número representa alta de 24% na comparação com o mesmo período de 2023, quando foram criadas 1,39 milhão de vagas com carteira assinada.
Esse foi o melhor resultado para os sete primeiros meses de um ano desde 2022 — quando foram criadas 1,9 milhão de vagas formais de emprego.
Ao fim de agosto de 2024, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 47,24 milhões de empregos com carteira assinada.
O resultado representa aumento na comparação com julho deste ano (47 milhões) e com agosto de 2023 (45,45 milhões).
Setores
Os números do Caged de agosto de 2024 mostram que foram criados empregos formais nos cinco setores da economia. O maior número absoluto foi no setor de serviços.
Regiões do país
Os dados também revelam que foram abertas vagas nas cinco regiões do país no mês passado.
De acordo com o ministro do Trabalho em exercício, Francisco Macena, está havendo retomada na criação de empregos formais no estado do Rio Grande do Sul, que foi atingido por fortes enchentes no final de abril e início de maio.
Em agosto, foram abertas 10,41 mil vagas com carteira assinada no Rio Grande do Sul, contra 6,68 mil vagas criadas em julho - mostrando aceleração na abertura de empregos.
"No acumulado do período, percebemos que o Rio Grande do Sul recuperou metade dos empregos que foram perdidos devido à catástrofe que aconteceu lá", acrescentou o ministro em exercício.
Salário médio de admissão
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 2.156,86 em agosto deste ano, o que representa queda real (descontada a inflação) em relação a julho de 2024 (R$ 2.164,40).
Na comparação com agosto de 2023, houve crescimento no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 2.119,39.
Caged x Pnad
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os informais.
Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil encerrou o trimestre terminado em agosto com taxa de desemprego em 6,6%. Essa foi a menor taxa de desemprego para o mês de agosto em toda a série histórica da PNAD, iniciada em 2012.