No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,36%, cotada a R$ 5,4441. Já o principal índice de ações da bolsa fechou em alta de 0,77%, aos 133.515 pontos. Foto mostra edifícios destruídos após ataque de Israel aos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano, em 3 de outubro de 2024.
Reuters/Mohamed Azakir
O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (3), refletindo uma maior aversão aos riscos dos mercado globais, com a escalada dos conflitos no Oriente Médio.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Às 09h, o dólar subia 0,27%, cotado a R$ 5,4588. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda caiu 0,36%, cotada a R$ 5,4441.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,14% na semana;
queda de 0,05% no mês;
ganho de 12,19% no ano.
O
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice subiu 0,77%, aos 133.515 pontos.
Com o resultado, acumulou:
ganhos de 0,59% na semana;
alta de 1,29% no mês; e
queda de 0,50% no ano.
O que está mexendo com os mercados
A escalada dos conflitos no Oriente Médio trouxe um sentimento de maior aversão aos riscos para o mercado nesta quinta-feira (3).
Depois de quase um ano dos ataques do grupo terrorista Hamas aos israelenses, e de uma guerra que devastou a Palestina, o enfrentamento vinha escalando com a entrada do grupo extremista Hezbollah — que nasceu no Líbano, é financiado pelo Irã e aliado do Hamas.
Há uma semana, Israel vem bombardeando regiões do Líbano. Nesta terça-feira, lançou uma operação terrestre "limitada" contra alvos específicos do Hezbollah. A escalada dos ataques entre os dois lados começou após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do grupo, que acusam Israel pelo ataque.
Após o ataque do Irã, os preços do barril de petróleo no mercado internacional dispararam 5%. A alta da cotação tende a beneficiar empresas exportadoras da commodity, como a Petrobras, que opera em forte alta nesta terça e ajuda a manter o Ibovespa no azul.
Por outro lado, aumento dos conflitos elevam o clima de incerteza entre os investidores, que tendem a migrar seus investimentos para o dólar. O movimento fortalece a moeda norte-americana frente ao real.
Ainda no exterior, os dados de emprego marcam a semana nos Estados Unidos.
Nesta quarta-feira (2), o Relatório Nacional de Empregos da ADP mostrou a criação de 143 mil novas vagas privadas não-agrícolas no país em setembro, bem acima da projeção de 124 mil e dos 103 mil novos postos registrados em agosto.
Os vieram acima das projeções e em linha com o resultado do relatório de ofertas de emprego JOLTS, divulgado na terça-feira (1°), que é uma pesquisa do Departamento do Trabalho americano que monitora e mede o número de empregos, demissões e novas vagas no país.
Segundo o JOLTS, o país gerou 8,04 milhões de vagas em agosto, uma aceleração em relação aos 7,673 milhões registrados em julho e acima das projeções.
Jerome Powell , presidente do Fed, reforçou a intenção da instituição em acompanhar de perto esses números e que não está "com pressa para cortar as taxas de juros".
Nesta segunda (30), o Powell disse que o BC vai reduzir os juros em mais 0,50 ponto percentual daqui até o fim do ano — 0,25 em cada uma das reuniões que ainda restam em 2024 —, e somente se os dados econômicos, com destaque para inflação e mercado de trabalho, vierem em linha com o esperado.
E numa semana marcada por diversas divulgações, o dado mais aguardado só chega na sexta-feira, com o relatório de empregos mais popular dos Estados Unidos, o payroll. A expectativa do mercado financeiro é que a taxa de desemprego tenha se mantido em 4,2% em setembro, com uma geração de 144 mil empregos não-agrícolas.
No Brasil, o dia é de agenda econômica vazia, mas investidores seguem repercutindo a elevação da nota de crédito do Brasil pela agência classificadora de riscos Moody's, de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva. Isso colocou o Brasil a um passo do grau de investimento, um selo que classifica o país como um bom pagador e com baixo risco de calote.
A nota Ba1 ainda indica um grau especulativo. Ou seja, o país está menos vulnerável aos riscos no curto prazo, principalmente pelo crescimento do PIB, que subiu 1,8% no segundo trimestre, mas com incertezas importantes no radar, com destaque para os riscos fiscais
Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, diz que, em um momento em que o mundo toda enfrenta problemas com dívidas altas, o Brasil "não é diferente disso".
"Há, sim, um problema de pressão fiscal na economia brasileira. O governo está gastando muito", diz Gala. "A Moody's reconhece a luta do Ministério da Fazenda para honrar o arcabouço fiscal, mas tem desafios que não são pequenos".
No entanto, reforça a visão de que as perspectivas são positivas para o país, o que pode levar a uma nova elevação da nota mais para frente, e que, entre os pares emergentes, a situação do Brasil gera mais confiança entre os investidores. "O país demanda cuidados, mas não tantos cuidados assim".
Na segunda, o Banco Central (BC) divulgou que as contas do setor público do país tiveram um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto. O déficit primário acontece quando as receitas com impostos ficam abaixo das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública.
O Governo Federal foi o único ente da pesquisa que teve um déficit, de R$ 22,3 bilhões. Os estados e municípios tiverem um superávit de R$ 435 milhões, enquanto as empresas estatais apresentaram superávit de R$ 469 milhões.
Já no acumulado do ano até aqui, as contas públicas apresentaram um resultado negativo de R$ 86,2 bilhões, o equivalente a 1,14% do PIB. Para 2024, a meta fiscal, fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um déficit de até R$ 13,31 bilhões.