Índice de Atividade Econômica tinha retraído 0,4% em julho. Em 12 meses, 'prévia do PIB' indica que economia brasileira cresceu 3,1% – perto da expectativa do governo para 2024. O Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), registrou aumento de 0,2% em agosto na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (14).
Em julho, o índice havia apresentado retração de 0,4% -- a primeira queda desde março e a maior retração desde maio de 2023.
O resultado foi calculado após ajuste sazonal – um tipo de "compensação" para comparar períodos diferentes.
Na comparação com agosto do ano passado, entretanto, o indicador de nível de atividade do BC registrou crescimento de 3,1%.
Na parcial dos oito primeiros meses deste ano, cálculo feito sem ajuste sazonal, pois considera períodos iguais, houve um crescimento de 2,9%.
Já em 12 meses até julho, o índice apresentou crescimento de 2,5%. Nesse caso, também foi calculado sem ajuste sazonal.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
No segundo trimestre, o indicador avançou 1,4%, frente aos três meses anteriores, e surpreendeu positivamente os economistas do mercado financeiro.
Se o PIB cresce, significa que a economia vai bem e produz mais. Se o PIB cai, quer dizer que a economia está encolhendo. Ou seja, o consumo e o investimento total é menor. Entretanto, nem sempre crescimento do PIB equivale a bem estar social.
Atividade aquecida
Em agosto, o Banco Central avaliou, por meio da ata da do Copom que a "atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo maior do que o esperado".
No final de setembro, o BC aumentou sua estimativa de crescimento da economia para 3,2% neste ano.
"O ritmo de crescimento da atividade econômica tem sido forte e superado as expectativas, expresso pelo crescimento significativo do PIB no primeiro semestre do ano", informou o BC, na ocasião.
Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe econômica deve revisar a projeção de crescimento da economia em 2024 para um valor acima de 3%.
Se confirmada a projeção do governo, o resultado do PIB neste ano mostrará aceleração em relação ao patamar de 2023 — quando houve uma expansão de 2,9%.
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Entretanto, o cenário de forte expansão da economia, com o mercado de trabalho apresentando bom desempenho, tem suscitado preocupações com pressões inflacionárias.
O BC calibra a taxa básica de juros da economia, a Selic, para atingir a meta de inflação dos próximos anos, que é de 3%, com teto de 4,5%. A alta da taxa tende a influenciar investimentos.
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IBC-Br X PIB
O IBC-Br do BC é um índice criado para tentar antecipar o resultado do PIB, mas os resultados nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais divulgados pelo IBGE.
O cálculo do PIB, divulgado pelo IBGE, e do IBC-Br é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.