ECONOMIA
No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,14%, cotada a R$ 5,6644. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou com um avanço de 0,54%, aos 131.750 pontos. Dólar opera em altaKarolina GrabowskaO dólar abriu em alta nesta quinta-feira (17), próximo do patamar dos R$ 5,70, com o mercado renovando as preocupações com o cenário fiscal brasileiro.O dia também conta com a divulgação de novos dados nos Estados Unidos, com destaque para números do mercado de trabalho e do comércio, que podem trazer novas percepções aos investidores em relação às taxas de juros do país.Veja abaixo o resumo dos mercados.MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmoDÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda? DólarÀs 09h, o dólar subia 0,30%, cotado a R$ 5,6815. Veja mais cotações.No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,14%, a R$ 5,66644, renovando o maior patamar em dois meses.Com o resultado, acumulou:alta de 0,89% na semana;avanço de 3,99% no mês;ganho de 16,73% no ano.OIbovespaO Ibovespa começa a operar às 10h.Na véspera, o índice subiu 0,54%, aos 131.750 pontos.Com o resultado, acumulou:alta de 1,35% na semana;perdas de 0,05% no mês; recuo de 1,82% no ano.O que está mexendo com os mercados?No cenário doméstico, as atenções continuaram voltadas para o quadro fiscal. Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a agenda de revisão de gastos públicos é um tema a ser tratado com prioridade pelo governo até o final o ano, ressaltando que serão propostas "medidas consistentes" para que o arcabouço fiscal tenha vida longa."Eu nem estou falando em corte, eu quero muito mias uma calibragem da dinâmica da evolução dos gastos para caber dentro do arcabouço fiscal e nós seguirmos a vida com o juro mais baixo, crescimento e geração de emprego", disse o ministro em entrevista a jornalistas.Haddad também afirmou que as propostas a serem feitas pelo governo não afrouxarão normas já existentes e disse que "não há hipótese" de estatais saírem da contabilidade do arcabouço fiscal, argumentando que alterações de redação nas medidas podem ser feitas caso haja alguma divergência de interpretação.O tema tem sido foco da equipe econômica, diante das pressões para que o governo cumpra suas metas fiscais. Nesse cenário, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também falou sobre o tema na véspera, destacando que "chegou a hora" de levar a sério a revisão de gastos públicos no país."Não é possível mais apenas pelo lado da receita resolver o fiscal. Arcabouço está de pé. Sem perspectiva de alteração", afirmou a ministra.A ministra disse que o governo segue com a revisão de programas sociais para identificar fraudes, mas que a situação demanda uma "revisão estrutural" dos gastos. Segundo Tebet, ela e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, autorizaram suas equipes a colocar todas as propostas no papel."Estamos otimistas de que esse pacote terá condições de avançar na mesa do presidente. Ideia é logo após o segundo turno conversar com o presidente Lula", afirmou.A ministra não deu detalhes sobre quais gastos serão revisados pela equipe econômica, mas citou os supersalários do funcionalismo, que classificou como algo "imoral".Cenário internacionalJá no exterior, o cenário político dos Estados Unidos, com a proximidade das eleições presidenciais, em que se enfrentam a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump, ganha cada vez mais relevância entre os investidores.As mais recentes pesquisas eleitorais mostram uma disputa apertada. A democrata manteve uma vantagem de 3 pontos percentuais sobre o republicano — 45% a 42% — nas intenções de voto, segundo uma nova pesquisa Reuters/Ipsos.Com um cenário ainda incerto, chamam a atenção as declarações de Trump, que tem falado em aumentar as tarifas para importação de produtos nos Estados Unidos, se eleito, o que poderia prejudicar o comércio exterior e os países exportadores, como o Brasil. Além disso, nesta terça, Trump afirmou que, se eleito, terá o direito de dizer ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) o que fazer com as taxas básicas de juros dos Estados Unidos. Ele afirmou, no entanto, que não ordenará o ajuste.Isso ocorre em um momento em que o Fed acabou de iniciar seu ciclo de cortes nos juros, com uma redução de 0,50 ponto percentual, que levou as taxas a um patamar entre 4,75% e 5,00% ao ano.