ECONOMIA
Números foram divulgados pelo Banco Central. Mercado também aumentou projeção para o crescimento da economia neste ano e para a taxa de câmbio. Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,55% para 4,59%. Foi a quinta alta consecutiva.Com isso, a projeção segue acima do teto da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%. Na semana passada, pela primeira vez, o indicador ultrapassou esse patamar. As expectativas, fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana, constam do relatório "Focus" divulgado nesta segunda-feira (4) pelo Banco Central (BC). A meta central de inflação é de 3% neste ano – e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5% neste ano.Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC terá de escrever e enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda explicando os motivos. A projeção do mercado de que a inflação ficará acima do teto da meta neste ano acontece após a divulgação do IPCA de setembro, que veio pressionado por questões climáticas, como a seca, que impactou a energia elétrica e os alimentos.Para 2025, a estimativa de inflação subiu de 4% para 4,03% na última semana. E, para 2026, a expectativa subiu de 3,60% para 3,61%.A partir de 2025, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.Pelo sistema de metas, o BC tem de calibrar os juros para tentar manter a inflação dentro do intervalo existente. Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Neste momento, por exemplo, o BC já está mirando na expectativa de inflação calculada em 12 meses até meados de 2026.Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.Produto Interno BrutoPara o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, a projeção do mercado subiu de 3,08% para 3,10%.O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.Já para 2025, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro permaneceu em 1,93%.Taxa de jurosOs economistas do mercado financeiro continuaram prevendo aumento da taxa básica de juros da economia brasileira até o fim do ano.Atualmente, a taxa Selic está em 10,75% ao ano, após um aumento em meados de setembro. Para o fechamento de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia continuou em 11,75% ao ano, o que pressupõe novas elevações até o fim do ano.Para o fim de 2025, o mercado financeiro elevou a estimativa de 11,25% para 11,50% ao ano.Com isso, os economistas continuam estimando corte dos juros ano que vem, mas em menor intensidade.Outras estimativasVeja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2024 subiu de R$ 5,45 para R$ 5,50. Para o fim de 2025, a estimativa avançou de R$ 5,40 para R$ 5,43.Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção recuou de US$ 78 bilhões para US$ 77,8 bilhões de superávit em 2024. Para 2025, a expectativa para o saldo positivo caiu de US$ 76,8 bilhões para US$ 76,5 bilhões.Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano ficou estável em US$ 72 bilhões. Para 2025, a estimativa de ingresso recuou de US$ 74 bilhões para US$ 73,8 bilhões.