ECONOMIA
Quantia inclui os dividendos extraordinários anunciados na quinta-feira (21), no total de R$ 20 bilhões. Para o período de 2025 a 2029, Petrobras sinalizou pagamento de dividendos ordinários entre US$ 45 e US$ 55 bi. Fachada da PetrobrasReproduçãoA Petrobras deve distribuir R$ 64,2 bilhões em dividendos aos acionistas em 2024, segundo o diretor Financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, em entrevista nesta sexta-feira (22). A quantia inclui os dividendos extraordinários anunciados na quinta-feira (21), no total de R$ 20 bilhões. "A avaliação do extraordinário que se soma ao ordinário foi uma visão prospectiva com base no planejamento estratégico [também divulgado na quinta-feira]", disse Melgarejo. Segundo o executivo, a Petrobras avaliou a quantia necessária para suprir o seu caixa, fazer investimentos e manter as operações. "E se tudo isso for suprido com um grau de confiança elevado, então a gente não tem intenção de manter mais caixa que o necessário, por isso fizemos esse valor e a gente está superconfortável com isso. Entendemos que é robusta essa distribuição e não inviabiliza em nada o nosso planejamento estratégico de 2025 a 2029", declarou. A Petrobras inaugurou o Complexo de Energias BoaventuraNo seu plano estratégico para o período de 2025 a 2029, a Petrobras sinalizou o pagamento de dividendos ordinários na faixa entre US$ 45 e US$ 55 bilhões, "com flexibilidade para pagamentos extraordinários". A distribuição de dividendos extraordinários — ou seja, além do mínimo legal — vem em um momento em que o governo se esforça para cumprir a meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024. A área econômica do governo conta com a distribuição integral dos dividendos extraordinários retidos pela Petrobras no início do ano. ????O governo tem 36,6% das ações da Petrobras, das quais 28,67% são detidos diretamente pelo governo e 7,9% do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Polêmica dos dividendos A disputa em torno dos dividendos da Petrobras colocou a área econômica e a ala política em lados opostos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendia a distribuição. Já a Casa Civil e o Ministério de Minas e Energia queriam segurar os dividendos. O processo acelerou o desgaste do então presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que se absteve da primeira votação sobre o tema — quando o Conselho de Administração da Petrobras, sob orientação do Planalto, votou por maioria para reter os recursos. Depois de derrota no Congresso, Haddad conseguiu convencer o governo a apoiar a distribuição parcial dos dividendos, que foi aprovada no final de abril.