ECONOMIA
Plano inclui ações como a limitação do crescimento anual do salário mínimo, o combate aos supersalários no funcionalismo público e mudanças no abono salarial. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez na noite desta quarta-feira (27) um pronunciamento de sete minutos em rede nacional de rádio e TV para anunciar um pacote de medidas que visa economizar R$ 70 bilhões em gastos públicos nos próximos dois anos. O plano inclui ações como a limitação do crescimento anual do salário mínimo, o combate aos supersalários no funcionalismo público e mudanças no abono salarial. As medidas têm o objetivo de conter o desequilíbrio fiscal e reforçar o compromisso do governo com a responsabilidade nas contas públicas.Veja a íntegra do pronunciamento de Haddad sobre o corte de gastosAs medidas ainda têm que passar pelo Congresso. Veja as principais frases de Haddad:1. Guerras no exterior e necessidade de proteger a economia brasileira"Mas sabemos que persistem grandes desafios. Diante do cenário externo, com conflitos armados e guerras comerciais, precisamos cuidar ainda mais da nossa casa. É por isso que estamos adotando as medidas necessárias para proteger a nossa economia. Com isso, garantiremos estabilidade e eficiência e asseguraremos que os avanços conquistados sejam protegidos e ampliados."2. Novas regras para emendas parlamentares"Juntos com o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, aprimoramos as regras do orçamento. O montante global das emendas parlamentares crescerá abaixo do limite das regras fiscais. Além disso, 50% das emendas das comissões do Congresso passarão a ir obrigatoriamente para a saúde pública, reforçando o SUS."3. Combate à inflação"Combater a inflação, reduzir o custo da dívida pública e ter juros mais baixos é parte central de nosso olhar humanista sobre a economia. O Brasil de hoje não é mais o Brasil que fechava os olhos para as desigualdades e para as dificuldades da nossa gente. Quem ganha mais deve contribuir mais, permitindo que possamos investir em áreas que transformam a vida das pessoas."4. 'Justiça tributária' sem prejuízo fiscal"É o Brasil justo, com menos imposto e mais dinheiro no bolso para investir no seu pequeno negócio, impulsionar o comércio no seu bairro e ajudar a sua cidade a crescer. A nova medida não trará impacto fiscal, ou seja, não aumentará os gastos do governo. Porque quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará um pouco mais. Tudo sem excessos e respeitando padrões internacionais consagrados."5. Decisões exigem 'coragem'"Queridos brasileiros e brasileiras, as decisões que tomamos, a partir de hoje, exigem coragem, mas sabemos que são as escolhas certas porque garantirão um Brasil mais forte, mais justo e equilibrado amanhã. Tenham fé de que seguiremos construindo um país onde todos possam prosperar pela força de seu empenho e trabalho. Saibam que o governo do presidente Lula é parceiro de cada família brasileira nessa caminhada."6. Ajustes nos supersalários do funcionalismo"As medidas também combatem privilégios incompatíveis com o princípio da igualdade. Vamos corrigir excessos e garantir que todos os agentes públicos estejam sujeitos ao teto constitucional."7.Maior isenção do IR"Honrando os compromissos assumidos pelo presidente Lula, com a aprovação da reforma da renda, uma parte importante da classe média, que ganha até R$ 5 mil por mês, não pagará mais Imposto de Renda."