O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou nesta quarta-feira (4) os dados que apontam uma queda da miséria no país no ano passado, e disse não concordar com as críticas do mercado financeiro ao pacote de cortes de gastos anunciado na semana passada pela equipe econômica.
As declarações foram dadas durante participação no 'Fórum JOTA: Brasil em 10 anos'.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil alcançou, em 2023, os menores níveis de pobreza e extrema pobreza da série histórica iniciada em 2012. Os dados constam na pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2024, que traz análises sobre as condições de vida da população brasileira.
"O IBGE acaba de dizer que estamos no menor índice de miséria da serie histórica, e conseguir fazer isso em menos de dois anos é uma coisa muito importante. Do meu ponto de vista, um país sem miséria e sem fome é a primeira providencia que qualquer estado nacional deveria almejar", declarou Haddad.
Ele também avaliou que não concorda com as críticas de parte do mercado financeiro sobre o pacote com propostas de cortes de gastos anunciado na semana passada pelo governo.
Segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira, a reprovação do governo Lula (PT) entre os agentes do mercado financeiro cresceu e chegou a 90%.
"Mandamos muita coisa ao Congresso. Mexemos com BPC, abono, salário mínimo, Bolsa Família. No sentido de buscar justiça, sabendo que é necessário fazer uma contenção dos gastos para não comprometer trajetória virtuosa que vivemos", declarou Haddad.
De acordo com o ministro, os bancos, que emprestam recursos às pessoas físicas e empresas avaliam que o governo enviou um pacote de cortes de despesas ao Legislativo que está sendo "subestimado" por outra parte do mercado financeiro, os fundos que gerenciam aplicações financeiras.
"Não me parece que as medidas de contenção de gastos sejam irrelevantes como alguns estão querendo fazer parecer", declarou o ministro da Fazenda. E acrescentou: "Não concordo com a avaliação que está sendo feita das medidas que enviamos".