Sheila Mantovanni foi denunciada pela PGR ao lado de outros 99 denunciados que seguem presos pelos ataques do dia 8 de janeiro. Quatro ministros ainda precisam apresentar seus votos no sistema eletrônico do STF até segunda-feira (24). Professora Sheila Mantovanni está entre os denunciados pela PGR por atos golpistas
Redes Sociais/Reprodução
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos para tornar réus 100 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos atos golpistas que depredaram a sede do STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, em 8 de janeiro deste ano. Entre os denunciados está a professora de Mogi das Cruzes Sheila Mantovanni.
Os ministros Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Edson Fachin e Cármen Lúcia seguiram o relator Alexandre de Moraes. Os ministros que irão apresentar seus votos no sistema eletrônico do Supremo até segunda-feira (24) são: André Mendonça, Nunes Marques, Rosa Weber e Luiz Fux.
LEIA TAMBÉM:
STF forma maioria para tornar réus 100 denunciados por atos golpistas de 8 de janeiro
Professora de Mogi está entre os 100 denunciados que Moraes votou para tornar réus por atos golpistas em Brasília
Moraes vota para tornar réus 100 denunciados por atos golpistas de 8 de janeiro
Advogado, empresário, veterinário: veja quem o STF julga se torna réu por atos golpistas
Ainda cabem recursos contra o recebimento das denúncias. Em seguida, serão abertas ações penais, com nova coleta de provas, tomada de depoimentos de testemunhas, além de interrogatórios dos réus. Não há prazo para a conclusão dos julgamentos.
Prisão da professora
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Mantovanni aparece na Praça dos Três Poderes vestida de verde e amarelo e ressalta a quantidade de pessoas presentes no local no domingo. "Tamo chegando já, tamo chegando. É muita gente. E oh, não tem fim, não tem fim. E ainda tem gente lá no quartel, ainda tem gente no quartel. Vamo buscar agora o nosso poder".
Nas imagens, a professora ainda pede que as Forças Armadas tomem o poder. "Pessoal, estamos aqui pacífico. Brasília, casa do povo é nossa. Me aguarde que eu vou voltar insuportável. Forças Armadas vão tomar o nosso poder. Chega de corrupção, chega, chega, chega. Agora é a nossa vez".
Em uma rede social, a professora e se diz de direita e conservadora. O g1 não conseguiu localizar a defesa de Sheila.
Além da professora, a psicóloga Ana Dantas, do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mogi das Cruzes, e o empresário Hedio Minoru Hiratuka, de Mogi, também foram presos em decorrência dos atos golpistas.
Crimes apontados
Os réus vão responder por crimes como:
associação criminosa armada;
abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
golpe de Estado;
dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima;
deterioração de patrimônio tombado.
Desde o ataque, a PGR já denunciou 1.390 pessoas por atos antidemocráticos, sendo 239 no núcleo dos executores, 1.150 no núcleo dos incitadores e uma pessoa no núcleo que investiga suposta omissão de agentes públicos.
Durante a invasão, foram depredadas as sedes dos Três Poderes, num ataque à democracia sem precedentes na história do Brasil.
Naquele dia, terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas. O prejuízo é calculado em R$ 26,2 milhões
Essa é a primeira leva de denúncias analisadas pelo STF, e esses casos tiveram prioridade porque os acusados estão presos. Esse também é o julgamento do STF com o maior número de denúncias analisadas simultaneamente pelos ministros.
Uma segunda leva de denúncias deve começar a ser julgada na próxima semana.
Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê